O capitalismo, modelo econômico dominante, tem sido apontado como um dos principais motores da degradação ambiental. A busca incessante pelo lucro tem levado a uma exploração desenfreada dos recursos naturais, à poluição descontrolada e à intensificação das mudanças climáticas. Essa lógica de acumulação infinita de capital num contexto de recursos naturais finitos consiste em uma das contradições mais sinuosas de nossos tempos.
Refletir sobre a crise ambiental implica pensar os nossos próprios modos de ser no mundo e nas atuais relações de produção de nossa existência. Nesse contexto, são sintomáticos os avanço da soja e da pecuária na região amazônica, remodelando as relações povos nativos-natureza; a especulação sobre os créditos de carbono, como um novo processo de grilagem de terras; a constante ameaça aos territórios indígenas, quilombolas e ribeirinhos pelo agronegócio e seu aparato hegemônico que visa a monocultura dos modos de ser na/com a terra. Todos esses são diagnósticos de uma aguda crise do ponto de vista não somente climático, mas também político e ético.
A Americana Latina e, em especial, a Amazônia, é cada vez mais alvo de organismos internacionais interessados na manutenção de um metabolismo social adoecido e fadado ao fracasso.
Diante disso, o II Seminário Ética e o Fim do Mundo: capitalismo, antropoceno e colonialidade, surge como um espaço de reflexão e debate crucial em tempos nos quais a crise ambiental se faz uma ameaça iminente e global. Neste evento de importância ímpar, especialistas, acadêmicos, ativistas e interessados se reunirão para analisar as intersecções entre o capitalismo, a era do antropoceno e a herança colonial que molda o cenário atual.