O Fórum de Currículo para a Educação Básica (FoCEB) é um espaço de criação e diálogo que se inscreve no movimento de pensar o currículo não como algo dado ou prescritivo, mas como campo de disputas, de invenções e de atravessamentos. Vinculado ao Centro de Ciências Humana e Exatas e ao Programa de Pós-graduação em Educação Inclusiva da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o Fórum emerge como gesto ético-estético-político-poético diante das transformações provocadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pelos modos como essa política repercute nas escolas da Educação Básica.
Mais do que discutir a aplicação de documentos oficiais, o FoCEB se coloca como território de encontros, onde professores, estudantes e pesquisadores podem traduzir, tensionar e recriar sentidos para o currículo. O que está em jogo não é a simples adesão a modelos normativos, mas a possibilidade de fazer do currículo um processo situado, atravessado pela diferença, aberto à contingência e inseparável das experiências que o produzem. Nesse movimento, o Fórum acolhe as incertezas e as contradições como parte constitutiva da vida escolar e aposta na força criadora dos sujeitos para inventar outras formas de habitar a escola.
Desde sua criação, o projeto tem mobilizado docentes, estudantes de licenciatura e pós-graduação e comunidades escolares em torno de questões que emergem das escolas, especialmente em contextos marcados por vulnerabilidade social. Ao dar centralidade à experiência docente, o Fórum tem possibilitado que a universidade e a escola se contaminem mutuamente, produzindo currículos que não se reduzem a prescrições abstratas, mas que se constroem nas tramas dos encontros.
Os impactos do FoCEB se revelam na formação inicial e continuada de professores, na valorização dos saberes produzidos nos territórios escolares e na abertura de um espaço de interlocução que rompe fronteiras entre universidade e escola. Cada encontro, cada diálogo e cada narrativa compartilhada ampliam as possibilidades de compreender o currículo como processo vivo, como campo de disputa e como gesto de criação coletiva.
Participar do Fórum é afirmar a escola como lugar de invenção e resistência, onde a diferença não é tolerada ou ajustada, mas acolhida como força produtiva que desestabiliza certezas e inaugura novos modos de pensar a educação. É nessa aposta que o FoCEB se fortalece como experiência de extensão comprometida com a educação pública, com a formação de professores e com a produção de currículos que escapam à lógica da padronização e se afirmam como criação.