O Maranhão é um estado situado na região Nordeste, mais especificamente, entre o limite do Nordeste e o início do Norte brasileiro. A diversidade geográfica é algo bastante perceptível, por ser o início da Amazônia Legal ao norte e possuir o cerrado ao Leste. O referido estado recebeu diversos escravizados para trabalharem, principalmente, nas fazendas de algodão e arroz, do século XIX. O sequestro de pessoas negras de África para o Maranhão possibilitou o encontro de diferentes etnias africanas, entre elas: cambindas, gegês, nagôs, bantos. A presença desses povos em solo maranhense possibilitou que seus costumes, linguagens, culturas e religiões influíram na construção social maranhense. No estado, há o culto das religiões de matriz africana como Tambor de Mina, bastante difundida no Maranhão e no Pará; Terecô, praticado, sobretudo, na região dos Cocais; Candomblé e Umbanda, religiões propagadas nacionalmente.
Por seguinte, os povos, como forma de resistência, cultuavam os seus antepassados para manter os laços com o continente africano. Nesse sentido, justificamos que a diversidade religiosa de matriz africana no Maranhão é bastante difundida e diversificada, por isso, são necessários que estudos sobre elas sejam desenvolvidos para o fortalecimento e registro da evolução linguística, social e histórica dessas religiões.
Dessa forma, o I Simpósio Nacional de Estudos Sobre Afrorreligiosidades Maranhenses que possui como tema: Diásporas africanas nas afroespiritualidades maranhenses: tradições, resistências e identidades em perspectiva, tem como relevância a conexão entre a linguagem, a história, a geografia, a ciência e a vivência em comunidade das religiões de matriz africana praticadas no Maranhão. O evento tem como objetivo reunir pesquisadores, sobretudo, do Maranhão e de outros estados para propagar os estudos desenvolvidos sobre as afrorreligiosidades maranhenses.