APRESENTAÇÃO
O I Seminário Poéticas do Contemporâneo - I SePOC -, com o tema “Olhares do contemporâneo, confluências e dissonâncias" é um evento promovido pelo Grupo de Pesquisa Formas e Poética do Contemporâneo - ForPOC (CNPq/ UFMA/ CCEL) e tem como propósito central criar um espaço para exposição da produção acadêmica dos pesquisadores e orientandos do grupo, bem como o diálogo com pesquisadores e estudantes de outras instituições, a partir das perspectivas em torno das quais o grupo se organiza, isto é, suas linhas centrais de pesquisa. O evento é marco inicial dos trabalhos do Grupo, estimulando projetos de pesquisas de seus membros integrantes, acadêmicos e professores da graduação. O Seminário será um evento virtual e gratuito, realizado através da plataforma Google Meet, com simpósios para exposição de trabalhos, além de mesas redondas e participação de escritores representantes da literatura atual.
COMISSÃO ORGANIZADORA
Prof. Dr. Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (UFMA)
Prof. Dr. Antonio Aílton Santos Silva (SEDUC-MA)
Profª. Drª. Ana Érica Reis da Silva Kühn (UFU)
Thais Rabelo de Souza (PPGL UFPE)
Sergio Marcone da Silva Santos (PPGL/ UFPR)
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UENP)
Prof. Dr. Filipe Bitencourt Manzoni (Pós-doc UFRJ)
Prof. Dr. Antonio Aílton Santos (SEDUC-MA)
Profª Drª Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva (UNEB)
Profª Drª Suelany C. Ribeiro Mascena (FACHO)
Prof. Dr. Tiago Silva (UFBA)
Profª Drª Lucélia Almeida (UFMA)
Prof Dr. Iran de Jesus Rodrigues dos Passos (UEMA)
Profª Drª Tania Lima dos Santos (UEMA)
PROGRAMAÇÃO
16/11
9h - Solenidade de abertura
9:30h - Palestra de abertura - Profª Drª Renata Barcellos (UNICARIOCA)
Mediador: José Neres
TARDE
14h - Mesa redonda - FORMAS ESTÉTICAS DO CONTEMPORÂNEO - POESIA E OUTRAS LINGUAGENS
Mediador: Sergio Marcone da Silva Santos (PPGL/ UFPR)
Ana Érica (UFU)
Antonio Aílton (SEDUC/ MA)
Ricardo Nonato (UFMA)
16:30 - GT’s de comunicações acadêmicas
20h - Conversa com poeta Roberval Pereyr
17/11
9h - Mesa redonda - MODOS DE NARRAR - FORMAS CONTEMPORÂNEAS E SEUS DESLOCAMENTOS
Mediador: Antonio Aílton
Sérgio Marcone (PPGL/ UFPR)
Thaís Rabelo (PPGL/ UFPE)
José Neres (SEDUC - Ma)
15:h - PALESTRA - Luciene Azevedo (UFBA)
Mediador: Sergio Marcone da Silva Santos
17:00 - GT’s de comunicações acadêmicas
20h - (PALESTRA COM ESCRITORA) - Lindevania Martins
Mediador: Antonio Aílton (SEDUC/ MA)
EIXOS TEMÁTICOS
LITERATURA E INTERFACES
O simpósio quer acolher reflexões que procurem dar conta da relação entre a literatura e outras formas de produção e plataformas artísticas, tais como histórias em quadrinhos (HQs), a internet, o teatro, o cinema, a TV, dança, as fanfictions, as artes visuais de um modo geral, o slam etc., tencionando a discussão sobre as (não) fronteiras do objeto literário. Alguns desses produtos, nas palavras da crítica argentina Florencia Garramuño, tomam a forma de “frutos estranhos e inesperados, difíceis de ser categorizados e definidos, que, nas suas apostas por meios e formas diversas, misturas e combinações inesperadas, saltos e fragmentos soltos, marcas e desenquadramentos de origem, de gêneros – em todos os sentidos do termo – e disciplinas, parecem compartilhar o mesmo desconforto em face de qualquer definição específica ou categoria de pertencimento em que instalar-se” (GARRAMUÑO, 2014, p. 11-12). Tratam-se, ao que parece, de produtos novos que primam pelo diálogo e pela mistura com as mais diferentes interfaces, resultando em obras que podem se apresentar como “estranhas”. Desse modo, será de grande valia para o presente simpósio, o uso da transdisciplinaridade como modo de abordagem, uma vez que as discussões podem atrair o literário para parcerias teóricas dos mais diversos campos do saber, tais como a psicologia cognitiva, a sociologia, a antropologia, as ciências da computação, da linguagem, da comunicação e outros.
Palavras-chave: interface; literatura; artes; transdisciplinaridade
POÉTICAS DO CONTEMPORÂNEO
Entende-se contemporâneo como uma tessitura de experiências, temporalidades e mesmo reivindicações, que se atualizam num agenciamento de vozes não conformadas a si, mas pautadas por rupturas críticas, instabilidade, heterogeneidade e anacronia (AGAMBEN). Nas escritas poéticas do contemporâneo, como acolhimento das diferenças, nada é dispensável: não se descarta nem a irrupção da memória, nem os vestígios do real (GARAMUÑO, 2012), tampouco o pós-humanismo inscrito nos corpos dos ciborgues (HARAWAY; KUNZRU; TADEU, 2016) enquanto fluxos e agudezas culturais. Nesse contexto é que se tomam as mais diversas faces poéticas do presente, que não discriminam (ou não podem discriminar) nenhuma forma de manifestação, inscrevendo em seus corpos linguagens que vão desde as formas (inter)discursivas às verbivocovisuais, ou digitais, com suas interfaces, até os eventos do apoético (PUCHEU) e do antipoético (SCHOPF, 2002). Não podemos esquecer também que a poesia como tal se constitui continuamente num evento “em crise”, crítica de si mesma e do mundo (SISCAR, 2010), em contraposição com sua tradição lírica. É neste sentido que abrimos este eixo temático, para receber as mais diversas discussões que adentrem as problemáticas da poesia e das poéticas contemporâneas, em seu universo dinâmico e multifacetado.
FORMAS NARRATIVAS DO CONTEMPORÂNEO
O século XXI pode vislumbrar algumas formas narrativas emergentes. O momento parece privilegiar o retorno do eu, quando o autor se imiscui à história nas formas de autoficção, do diário ou do testemunho. E também em narrativas baseadas na cópia e no remix inspirado em DJs, além da chamada literatura digital, aquela produzida, divulgada e fruída inteiramente na Rede. Além disso, parece não ser mais possível dissociar as produções artísticas da performance que autores mantêm em blogs, colunas de jornais e revistas, festivais literários mainstream e em redes sociais. Nesse quesito, é importante lembrar do cerceamento à figura pública engendrado pelo que se convencionou chamar “cancelamento”. Tomando tais características, este simpósio gostaria de acolher trabalhos que discutam as formas narrativas com as quais a literatura do século XXI se apresenta, sem prejuízo das discussões sobre autoria, obra, recepção, mercado editorial, críticas acadêmica e cultural etc.
LITERATURA, EDUCAÇÃO E PROCESSOS CRIATIVOS
A relação entre literatura e educação é tão antiga quanto a humanidade, a qual, em seus primórdios, se utilizou das suas narrativas e de sua poesia como instância coletiva de transmissão de saberes e experiências, e educação das gerações jovens. De lá para cá, essa relação tem se firmado através da questões suscitadas pela escrita literária, suas manifestações e gêneros e formas, bem como a produção de sentido, do uso didático, da interpretação e do uso criativo da literatura nas interfaces com a educação. Tanto no horizonte da leitura, da história entre o leitor e o texto literário, quanto horizonte da produção têm sido observado problemas que desde uma perspectiva metodológica incapaz de dar conta do objeto literário em suas relações com os sujeitos, pautada no historicismo, no gramaticalismo, na retórica (LEITE, 2011), ou, ultimamente, na linguística textual, sem a transcendência necessária para seu caráter afetivo e imaginário (JOACHIN, 2011), para pensar a relação entre a vida e o texto literário, a inclusão ou exclusão social (CANDIDO, 2012), as intersubjetividades, reivindicações e resistência (BOSI, 2002). Tratando, por exemplo, da presença da poesia em sala de aula e notando as claras deficiências no trabalho com ela, Elder Pinheiro diz o seguinte: “não podemos cair no didatismo emburrecedor e no moralismo que sobrepõe à qualidade estética determinados valores” (PINHEIRO, 2007). Há, portanto, uma multitude de pontos que dizem respeito tanto à educação no Ensino Básico quando no Ensino Superior. No que diz respeito aos seus processos criativos, a literatura suscita um campo aberto e inimaginável de possibilidades, não apenas da condução à produção criativa, quanto à geração de formas e produtos e ao engajamento cultural e coletivo, aspectos que têm sido concretizados, por exemplo, em projetos como o Experiências Criativas da UFMA/Campus Bacabal. Este eixo temático abre-se, pois, para as discussões que envolvam literatura e educação em seus mais diversos aspectos e possibilidades, dos desafios contemporâneos, principalmente na efetividade dos processos criativos de produção e leitura, no meio do redemoinho da vida.