Nos dias 27, 28 e 29 de março ocorrerá o I Seminário do Diálogos do Cárcere. Nestes três dias, contaremos com uma extensa programação que de distintas formas colocará em debate os sentidos do cárcere na realidade brasileira.
Com a presença de agentes de destaque da agenda anti-punitivista no Brasil, o evento reunirá militantes, acadêmicas/os e parlamentares na intenção de construção de um ambiente plural de debate e crítica às produções cotidianas de morte pelos discursos e técnicas punitivas. O objetivo do evento é promover um espaço de intercâmbio entre a academia e atores cotidianos de resistência para podermos pensar juntes novas estratégias capazes de deter os moinhos de morte do cárcere.
O evento será aberto por conferência do Prof. Nilo Batista, contará com distintas mesas de debate e também promoverá um espaço teórico-prático a partir das experiências de resistência desenvolvidas pelo Diálogos do Cárcere, a oficina "Escrita como instrumento de diálogo". Durante todo o seminário, aqueles que compõem o Diálogos, mas possuem sua liberdade negada, ecoarão suas vozes em manifestações artísticas reunidas na exposição SER-NÃO-SER: escrevivências.
Confira nossa programação completa abaixo! O evento também será transmitido pelo YouTube!
Após a conferência e as mesas, serão sorteados livros e brindes para os presentes.
Serão oferecidos certificados de horas complementares após cada atividade.
Coordenado pela Profa. Dra. Vera Malaguti Batista, o Diálogos do Cárcere é um projeto de extensão que existe desde 2019. Sua prática principal é a promoção de círculos de cultura envolvendo alunes de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e estudantes do Colégio Estadual Mário Quintana, localizado na unidade prisional Lemos Brito, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Debatendo questões sobre o cárcere e sua relação com os indivíduos que por lá passam, mas também com aqueles que nunca lá estiveram, o projeto busca questionar a instituição carcerária e o direito penal brasileiro, tentando entender como eles funcionam conjuntamente a sujeitos que vivem diariamente suas inenarráveis e inesgotáveis mazelas. Nossa principal intenção é a construção de saberes e práticas com sujeitos que vivenciam os abismos do cárcere criados pela nossa sociedade. É apenas estando com esses sujeitos que poderemos compreender como o humano consegue romper a náusea da violência estatal mesmo quando essa possui a concreticidade dos muros. Em meio a mortes cotidianas, os participantes do Diálogos privados de liberdade continuam sempre criativamente a reivindicar por vida. Talvez assim o projeto possa contribuir com um passo para quebrar a lógica do conhecimento que costuma enxergar parte dos seus integrantes como objetos, mas raramente os considera como sujeitos. Algumas de nossas atividades mais recentes podem ser acompanhadas em nosso Instagram: @dialogoscarcere.