O Programa de
Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Pará (PPGCP/UFPA) em
parceria com a Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) realizará o I Encontro
Nacional “POLÍTICA E MEIO AMBIENTE NA AMAZÔNIA: desafios políticos e da
governança”, nos dias 12 a 15 de março de 2024, na Universidade Federal do
Pará. O evento tem como objetivo geral discutir a conexão entre política e meio
ambiente na Amazônia e reunirá pesquisadores de todo o Brasil, em um debate
acadêmico sobre o tema do meio ambiente e suas interfaces com outros temas que
fazem parte da agenda de pesquisa de Cientistas Políticos e da agenda política
dos governos, no Brasil (raça, gênero, pobreza, educação, valores e
comportamento político eleitoral).
O evento será realizado
em Belém, uma das cidades da Amazônia Legal, que receberá em 2025 delegações e
comitivas de diversos países do mundo, entre pesquisadores, representantes dos
governos e da sociedade civil, no maior evento sobre mudanças climáticas: a Conferência
de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) – COP30. Com a
confirmação da ONU em relação à cidade que sediará a COP 30, em 2025, mais uma
vez os olhares de pesquisadores(as) do mundo se voltam para a Amazônia, com
velhas e novas perguntas em busca de explicações sobre as condições sociais,
econômicas e ambientais dos povos e dos territórios da Amazônia.
É importante ressaltar
que a Amazônia ocupa cerca de 61% do território nacional, possui o maior bioma
do Brasil, é a região onde está instalada a maior bacia hidrográfica do mundo e a umidade de
parte da Bacia Amazônica atinge e regula o clima de diversos países da América
do Sul. Além disso, os territórios da Amazônia são habitados por cerca
de 25 milhões de pessoas, sendo que 55% de todos os povos indígenas que habitam o
Brasil vivem em áreas da Amazônia legal. Trata-se de uma região marcada, no
entanto, por grandes contradições: por um lado, detém grandes extensões de
terra, biodiversidade em abundância, grandes reservas minerais e grande volume
de água; por outro lado, os Estados que integram a região Amazônica
apresentam indicadores de pobreza abaixo da média nacional, sendo que quase 80%
dos municípios não apresentam sistemas básicos de coleta de esgoto, não possuem
aterro sanitário, além de precários sistemas relativos a serviços de saúde,
educação e geração de emprego e renda. Ademais, nos últimos anos tem-se
observado um expressivo aumento do desmatamento, expansão do garimpo ilegal,
poluição dos rios, pesca predatória, genocídio e invasão das terras indígenas.
É nesse contexto de
agravamento dos problemas sociais e ambientais e de pressão política de grupos
de interesse por flexibilização das regras ambientais e de mudança na política
indigenista, marcado por conflitos e insegurança jurídica e institucional, que se
realizará o evento. Esses são temas / problemas a serem discutidos em toda a programação
do evento, na forma de Conferências, Mesas-redondas, lançamentos de livros e
apresentações de trabalhos nos Grupos de Trabalho.
Entendemos que seja
urgente e necessário aproximar pesquisadores(as), gestores públicos e representantes
da sociedade civil, de forma a promover diálogos interinstitucionais que
permitam encontrar soluções aos diversos problemas que afetam o meio ambiente
amazônico e os desafios que o Estado e a Sociedade devem enfrentar para
articular ações que promovam o desenvolvimento sustentável da região. Um dos
propósitos do evento é instrumentalizar grupos de pressão, advocacy e tomadores
de decisão em processos de elaboração e de implementação de políticas públicas,
com foco nas questões ambientais, em especial nas mudanças climáticas já em
processo.