O I Congresso Internacional de Equidade Étnico-Racial: Museu, Memória e Resistência Cultural, que ocorrerá em Goiás-GO, entre os dias 15 a 19 de setembro 2025, reunirá acadêmicos, ativistas e membros das comunidades étnico-raciais para discutir temas relacionados à memória cultural, resistência e a importância dos museus na promoção da equidade. Com o objetivo de fortalecer vozes marginalizadas e fomentar o diálogo sobre estratégias de inclusão e valorização das diversas identidades culturais.
O evento irá propiciar a troca de experiências entre diferentes países e culturas, enriquecendo o debate e ampliando a rede de contatos entre os participantes. Essa troca é fundamental para a construção de um movimento global em prol da equidade étnico-racial, onde as vozes de todas as comunidades sejam ouvidas e respeitadas. A realização do I Congresso Internacional de Equidade Étnico-Racial é uma ação essencial para fortalecer a luta por justiça, inclusão e reconhecimento das diversas identidades culturais que compõem a sociedade.
Áreas temáticas
MUSEU SOCIAL E MEMÓRIA
Ementa: Este Grupo de Trabalho propõe refletir criticamente sobre o próprio conceito de museu, bem como o papel e o conceito de Museu Social e Pontos de Memória. E como se estabelecem como dispositivos de produção e salvaguarda da memória, principalmente, de grupos étnico-raciais: negros, quilombolas, afrodiaspóricos, indígenas, entre outros grupos que divergem dos padrões da sociedade colonialista, patriarcal e eurocêntrica: pessoas LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência. Numa perspectivas do contra-museu e/ou pós-museu. A proposta é analisar como práticas museológicas insurgentes vêm tensionando os modelos tradicionais de curadoria, gestão e representação, promovendo espaços mais participativos, plurais e comprometidos com a justiça social. O GT se debruçará sobre experiências museais que rompem com a lógica eurocêntrica, institucionalizada e patrimonialista, valorizando narrativas subalternizadas, identidades plurais e formas de resistência cultural. São bem-vindas discussões que envolvam museus comunitários, museus de territórios, pontos de memória, arquivos afetivos, práticas de curadoria compartilhada, e outras formas de musealização que desafiem as fronteiras disciplinares e institucionais do campo. Partindo da ideia de museu como ferramenta política e espaço de disputa simbólica, o GT busca compreender os processos de construção de memória e patrimônio como práticas vivas, permanentes e contínuas.
ARTE, CULTURA E RESISTÊNCIA:
Ementa: O sensível e o simbólico são, historicamente, importantes práticas de opressão e de dominação dos grupos subalternizados. Por isso, são territórios disputados, o latifúndio dos poderosos. Por seu poder para a manipulação, a cultura e a arte podem ser apropriadas pelos grupos dominantes para perpetuar narrativas de legitimação de regimes autoritários e naturalizar desigualdades. Ao mesmo tempo, a arte e a cultura podem insurgir como resistência, no grito das vozes silenciadas, denunciando injustiças, questionando normas e incentivando movimentos de transformação social, por meio de músicas e literaturas de protesto, e performances contestatórias, de modo a desafiar sistemas opressores e afirmar identidades marginalizadas. A recusa da imposição de padrões estéticos referenciais, da censura, da manipulação de símbolos culturais e do controle sobre quais formas artísticas têm visibilidade social são estratégias de enfrentamento à opressão simbólica. Enfim, arte e cultura são atos políticos de transformação social e instrumentos de libertação. O objetivo deste GT, dessa forma, é reunir deferentes agentes culturais e artísticos dos diferentes espaços do sensível para transfluir e compartilhar a poética de suas vivências e experiências artísticas e culturais como formas de tensionar e enfrentar a reprodução do padrão hegemônico e a contestação das estruturas sociais, desafiar as normas hegemônicas, promover, afirmar e fortalecer as identidades.
PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL E DECOLONIDADE: INTERCULTURALIDADE, RESILIÊNCIA E INVENTIVIDADE
Ementa: Investiga o patrimônio cultural imaterial sob a perspectiva da contra-colonialidade, a partir de epistemes interculturais, buscando reconhecer e valorizar conhecimentos e práticas ancestrais, como formas de resistência, resiliência e inventividade dos povos e culturas em face da colonização cultural.
SABERES TRADICIONAIS DO CANDOMBLÉ E UMBANDA COMO RESISTÊNCIA
Ementa: Analisa a relevância dos saberes e práticas das religiões afro-brasileiras, como Candomblé e Umbanda, na resistência cultural e na preservação da identidade frente a contextos adversos, tendo o corpo como um receptáculo de manutenção desses saberes, através da dança, canto, vestes e indumentárias.
EQUIDADE ÉTNICO-RACIAL E RESISTÊNCIA CULTURAL
Ementa: Aborda a luta por equidade entre diferentes grupos étnico-raciais, como os afro-indígenas, a fim de enfatizar a importância da valorização de culturas historicamente marginalizadas em nosso país, estabelecendo resistência e fortalecimento identitário do povo brasileiro. Cientes de que vivemos em uma sociedade marcada por profunda desigualdades sociais, geradas a partir de séculos de exploração do trabalho e apagamento da história e cultura afro-indígena, e em busca de encerrar esse ciclo de exclusão e discriminação, queremos contribuir por meio desse GT com espaço de discussão que possa promover horizontes em busca de equidade étnico-racial. Na urgência de políticas que valorizem as diversidades culturais de nosso país, sendo este elemento fundamental para a construção de uma sociedade que seja plural, justa e de fato democrática. Esse GT busca discutir a necessidade de implementações de ações antirracistas, as quais terão por fundamento o respeito às manifestações culturais a fim de assegurar espaço de expressão para as comunidades tradicionais tão silenciadas ao longo dos anos, assim como a valorização da cultura afro-indígena, contribuindo para a ‘“reconstrução” do orgulho histórico de sujeitos tão silenciados ao longo dos anos. Convidamos, portanto, acadêmicos, pesquisadores para colaborar com a apresentação de experiências de atividades culturais e/ou pedagógicas que visam: condições justas e igualitárias para grupos étnicos no combate às desigualdades históricas e estruturais, Oportunidade igualitária à educação, Economia, Cultura, Lazer. Ações antirracista, Combate a descriminação, Manifestações culturais, Diversidade cultural, Construção de autoestima, Apagamento cultural, Garantia de espaço para expressão.