No
próximo dia 21 de maio, será realizada a primeira atividade que visa o
lançamento do Grupo de Trabalho de História do Crime, da Polícia, da Justiça e
das Prisões, a partir da seção da Anpuh-PE. A criação deste GT não é um momento
propriamente inaugural, mas mais bem de culminância de um longo trabalho
realizado por uma equipe de historiadores e historiadoras que há muito tempo
vem se dedicando a objetos de pesquisa que perpassam de uma forma ou outra as
temáticas que ora se conjugam.
Nesse
sentido, é importante lembrar do IV Simpósio Nacional de História do Crime, daPolícia e da Justiça Criminal, celebrado em Recife, em 2018, assim como o
oferecimento de Simpósios Temáticos em colóquios, seminários internacionais e
em encontros da Anpuh-PE, além de mesas redondas, grupos de estudos, cursos e
da participação de membros em ciclos de palestras, congressos nacionais e
internacionais, e em rodas de entrevistas em diferentes mídias
jornalísticas.
O
novíssimo GT, portanto, surge com o
objetivo principal de se constituir num espaço voltado para o diálogo e a troca
acadêmica entre historiadores e historiadoras, promovendo dessa forma pesquisas
que encaixem dentro de suas temáticas, não importando o recorte cronológico ou
temporal. Concretamente, o presente GT se projeta com a aspiração de dinamizar
e aprofundar ainda mais as investigações históricas sobre o universo do crime,
das instituições policiais, dos sistemas de justiça e dos dispositivos prisionais,
oferecendo uma plataforma interdisciplinar para o debate e a construção do
conhecimento.
Reunindo
pesquisadoras e pesquisadores de Pernambuco, o GT pretende explorar temas vinculados aos mundos da violência, do crime, das
instituições de vigilância e punição (e além destas características) a fim de
oportunizar discussões profícuas acerca das fontes, construtos
teórico-metodológicos e seus resultados de pesquisa. O GT acolhe perspectivas
analíticas e metodológicas heterogêneas, desde a história social ou
sociocultural, micro-história, até histórias conectadas e globais do crime, de
práticas delitivas e representações; mercados ilegais e práticas delitivas
transnacionais; sensacionalismo, imprensa e literatura policial; circulação
internacional de saberes sobre a “questão criminal”: medicina legal,
criminologia e criminalística; História das instituições de segurança: polícia
pública e agentes policiais; guardas noturnas, guardas penitenciários e outras
formas de policiamento privado; profissionalização, polícia técnica e polícia
política. História das emoções ou das sensibilidades penais, produção de uma
narrativa humanitária. História dos castigos, do direito criminal e das
práticas punitivas. História social do degredo e das formas de trabalho penal;
debates sobre o nascimento da prisão e reformas prisionais. A história do
direito e da justiça penal: múltiplos usos das fontes judiciárias e história da
produção de conhecimento normativo; “global legal history” e pluralismos
normativos. História das práticas judiciais e extrajudiciais: conflitos de
honra e história social da violência; história da punição e do crime na
interseção entre classe, gênero, raça e etnia, e um mar de temas ainda por
desbravar.
Este
lançamento marca também o desejo de estruturar a formação de redes de pesquisa
que nos leve à formulação de análises críticas mais amplas e conectadas, de
forma a enriquecer o entendimento histórico acerca das relações entre o crime,
o poder e as práticas de controle social também em nosso tempo presente.