A aula aberta virtual “Fugindo do senso comum teórico dos juristas por meio das Artes: reflexões sobre a sensibilidade no fazer jurídico” pretende abrir um diálogo com os alunos do curso de Bacharelado em Direito da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e a comunidade externa sobre educação e formação jurídica nos bancos universitários.
Neste sentido, observa-se que a epistemologia moderna tende a considerar o Direito como local exclusivo da razão; havendo um grande esforço neste campo para desconstruir, tanto no fazer profissional como especialmente no acadêmico, qualquer traço de subjetividade humana.
Desde sua formação, os estudantes que adentram o curso de Direito no Brasil se deparam com uma primazia na formação técnica – em detrimento de disciplinas como Sociologia, Filosofia e Antropologia – através principalmente de metodologias que apostam na eficácia de aulas baseadas em manuais esquematizados e na memorização de leis e jurisprudências.
Esses e outros pontos no processo de educação jurídica, de bases positivistas, conduzem o Direito a uma pretensa imagem de ciência isenta, fundada exclusivamente em normas e regras. Porém, que o coloca apático aos verdadeiros problemas desta ciência, que são humanos e não normativos.
Portanto, apoiado nos estudos do jurista Luís Alberto Warat, e dos demais teóricos que estudam a relação entre Direito e Arte, a presente aula aberta pretende trazer ao debate a necessidade da contínua interrelação entre sensibilidade e racionalidade no Direito, pensando alternativas de estudos da ciência jurídica através das linguagens artísticas da Literatura, da Música e do Cinema.
Como diria Warat (1988), a partir do momento que se coloca Direito e Arte em diálogo ,e portanto razão e emoção, é possível reacender o vigor de uma ciência soterrada de saberes imóveis e apáticos, e caminhar em direção a um diálogo criativo envolto de sensibilidade na organização dos sentidos e das realidades que vivemos.