III Seminário: “III Seminário de “Fronteiras em Movimento”:
Amazônia e os desafios na conjuntura da Pandemia. E o I Seminário Internacional
de Fronteiras, religião e religiosidades Pan Amazônia” pretende reunir
professores e pesquisadores para discutir a região das Amazônias e suas múltiplas
fronteiras no contexto da América do Sul, uma vez que este espaço tem sido
pouco debatido nesta academia. Particularmente, o Estado do Acre dentro do
complexo contexto do chamado “Arco Norte” constitui, entre as fronteiras
brasileiras, um espaço onde as experiências sociais de entre-lugares (BHABHA,
2005) fronteiriços de homens, mulheres, crianças expõem a fronteira tripartite:
Brasil–Peru–Bolívia, como um campo de probabilidades de encontros/desencontros,
de sobreposições de desigualdades e construções de diferenças políticos,
econômicos e socioculturais em múltiplas perspectivas. No decorrer de mais de
cinco décadas as experiências de vida são atravessadas por mediações culturais,
hibridizações e dinâmicas de desigualdades complexas que necessitam ser analisadas
a partir de vieses interdisciplinares.
O espaço de fronteiras
bi/tri–nacionais, atualmente, ante a conjuntura da pandemia precisam ser
repensada tendo como consequência das ações de Estado e de normativas de
segurança, o fechamento das fronteiras e tais intervenções no espaço e na
dinâmica social, tais como : (i)emigrações, refúgio, trânsitos, fluxos,
legalismos/ilegalismos, acesso à saúde aos direitos, direito ao trabalho e
outros condicionantes da dinâmica social estão sendo violados e precisam serem
problematizados pelos pesquisadores do campo, para que a sociedade civil
construa as críticas as ser feitas nos atravessamentos das ausências/presenças
de políticas públicas nos espaços das fronteiras do Arco Norte e das questões
regionais, nacionais e internacionais que tais dinâmicas promovem ao
debate.
Deste modo, a fronteira
Amazônica é compreendida como campo articulado de territorialidades disputadas
pelos agentes que atravessam este espaço – pessoas, capital, empresas, Estado –
que permitem que sejam analisadas as temporalidades em conflito contínuo que
permeiam as múltiplas fronteiras e seus universos. Para tanto, é necessário
interpretar esses espaços em razão das complexidades do vivido e das
perspectivas dos sujeitos nos contextos contemporâneos.