A Oficina “A centralidade dos pés como mediação integrativa em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PIC)” é uma proposta integrativa de reconexão entre os pés e o corpo, concebida como uma recomendação para repensar mecanismos de reajustes do instrumento que, a priori, deveria ser “o princípio, e não o fim” quando se compreende o “corpo” e a sua busca pelos caminhos da cura. Das referências reflexas, aos elementos que lhes constituem - estrutural e emocionalmente - os pés se apresentam como um caminho singular e importante para o acesso, e também, a adesão aos cuidados de si e do outro. Dotados da complexa dualidade para equilibrar o quão de público e privado lhes são conferidos, os pés são, no mínimo, interessantes portas de acesso para as terapias de racionalidades médicas/saúde não ocidentais, que estão inseridas como complementares no Brasil (e no mundo). Contrabalancear o aspecto introspectivo/reservado da sua localização distal (“menos invasiva”) e o seu amplo potencial de exploração dos sentidos e da fisiologia atribuídos pelas PICS sinaliza, em si, já uma necessidade de se rever os caminhos que organizaram esse corpo (indivíduo) bípede no mundo. Dentre esses espaços a serem preenchidos, pode-se elucubrar os campos que se descortinam sobre a base podálica, desde a antropologia, passando pela história, até a psicanálise. E todos eles abrigam os pés como busca, como via para a integralidade homeostática. Sobre o binômio, não maniqueísta -mas complementar- de “concepção e processo”, a oficina “A centralidade dos pés como mediação integrativa em PICS” é, concomitantemente, o espaço de experiências compartilhadas sobre a concepção que temos sobre os pés e seu lugar no mundo (da invisibilidade) e o próprio processo em que esse ostracismo/obscurantismo se deu.