Esse evento pretende fomentar a reflexão acerca da Luta Antimanicomial, a Reforma Psiquiátrica, a atualidade das Políticas de Saúde Mental e novas abordagens de cuidado em liberdade.
No final da década de 70, os profissionais de
saúde mental começam a denunciar as situações dos Hospitais Psiquiátricos no
Brasil, dando início ao movimento de Reforma Psiquiátrica no país (UFOP, 2020),
trazendo várias reivindicações, inclusive culminando na publicação da Lei Nº
10.216, de 06 de abril de 2001, que trata sobre a proteção dos direitos das
pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionando a assistência em
saúde mental e propondo a garantia da melhoria do acesso a tratamento, a
humanização no atendimento recebido, a proteção contra abusos e explorações, a
garantia do sigilo das informações, ao livre acesso a redes de comunicação, a
tratamento menos invasivo possível e a novas disposições a hospitalização
voluntária e involuntária (BRASIL, 2001)
A Luta Antimanicomial se manifesta como a luta
pelos direitos das pessoas em sofrimento mental, pois ainda impera a ideia de
isolamento para fins de tratamento, ideia baseada em preconceitos que cercam
questões relacionadas à saúde mental. Dentro dos preceitos da Luta
Antimanicomial encontra-se a defesa do direito fundamental de liberdade, para
que as pessoas em sofrimento mental possam receber seu tratamento sem serem
privadas da vida em sociedade (BRASIL, 2018).
Em relação ao desmonte das Políticas Públicas em
Saúde Mental, inicia-se entre 2016 e 2018, segunda análise de portarias,
resoluções, Decreto e Nota Técnica, os primeiros efeitos das mudanças dentro
das Redes de Atenção Psicossocial, onde questões como o estímulo a internação
compulsória e estagnação em implantações de serviços comunitários relacionados
começam a ficar mais evidentes. Porém, nos últimos anos, a possibilidade do
desmonte acaba por ter maior gravidade, quando há modificações na Política
Nacional de Saúde Mental, onde são revogadas fiscalização dos hospitais
psiquiátricos, extinção de equipe de apoio a transferências de pacientes que se
encontravam internados para a sociedade e sua família, extinção de alguns
atendimentos dentro do CAPS e do atendimento a população de rua, mudança nos
controles a internação involuntária, revogações ao Fórum Nacional sobre Saúde
Mental de Crianças e Adolescentes e saúde mental indígena (ANESP, 2020).
Referências:
ANESP. Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Desmonte da Política Nacional de Saúde Mental: quem ganha o quê, por que e que diferença faz. 2020. Disponível em: <http://anesp.org.br/todas-as-noticias/desmonte-politica-saude-mental>. Acesso em: 01 maio 2021.
BRASIL. Ministério da
Saúde. 18 de maio - Dia Nacional da Luta
Antimanicomial. 2018. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2721-18-5-dia-nacional-da-luta-antimanicomial-2>.
Acesso em: 01 maio 2021.
BRASIL. MINISTÉRIO DA
SAÚDE. Saúde mental: o que é, doenças,
tratamentos e direitos. 2020. Disponível em: <https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental.
Acesso em: 01 maio 2021.
UFOP. Universidade
Federal de Ouro Preto. A Reforma
Psiquiátrica. 2020. Disponível em:
<https://saudemental.ufop.br/reforma-psiquiatrica>. Acesso em: 01 maio
2021.