O planeta Terra tem sofrido processos de aceleramento de eventos críticos classificados como desastres. As mudanças climáticas, epidemias, pandemias, guerras, pobreza econômica, rompimentos de barragens de rejeitos químicos entre outros são exemplos de desastres que estão ocorrendo diariamente no mundo. Não tem como negar que o modelo de vida centrado em uma racionalidade econômica provocou um aceleramento dos fenômenos climáticos extremos e um sistema societário complexo, em que os riscos são prementes, considerando a ameaça da vida humana e não humana, por agentes patológicos, contaminações bioquímicas, transgenia, ausência de alimentos, secas, entre outros em um cenário mundial de instabilidades políticas e econômicas.
Pretende-se, neste seminário, refletir sobre a temática dos desastres do ponto de vista das relações ecológicas e do papel das relações humanas em particular. Essas são questões norteadoras, que podem ser adensadas nas discussões à luz da Psicologia Social, Antropologia, História, Sociologia e outros campos do saber. Temos como expectativa um debate profícuo que contribuirá para a compreensão e estudos da reconfiguração relacional das pessoas vitimadas em contexto de desastre e de que forma a sociedade civil poderá operar na produção das mudanças em tal contexto. Qual será o papel das ciências humanas e sociais na construção de métodos e conhecimentos que ofereçam caminhos para a mudança e regeneração das relações sociais? Questões que buscam respostas na direção da construção de modos de vida social e ecologicamente sustentáveis e transformadores.