O seminário aborda as transformações do campo profissional e disciplinar do design no século XX por meio de três conceitos centrais – design, desenhos industrial e planejamento – e promove assim o debate em torno da nova posição dos profissionais de projeto dentro das organizações.
Na segunda metade do século XX, o campo do design passa por uma série de transformações, entre as quais se destaca a relação cada vez mais próxima com o conceito de planejamento. Esse é também o momento em que o desenho industrial se consolida em países como o Brasil e a Itália e o termo “design” se dissemina internacionalmente. Como prático e campo do saber, o design ganha contornos mais definidos ao mesmo tempo em que o “projeto” de matriz arquitetônica e artística divide um espaço cada vez maior com o “planejamento”. Por exemplo, o urbanismo racionalista, ligado à lógica do desenho, dá lugar a um novo urbanismo mais comprometido com políticas econômicas e estratégias institucionais. Essa passagem culmina na crise da ordem política vigente no final da década de 1960, quando se prepara o terreno para a fase seguinte do capitalismo, desterritorializado e altamente especulativo.
Nesse cenário, a figura do artista ligado à indústria e ao Movimento Moderno é levado a repensar sua posição social. Torna-se necessário ao novo profissional do design negociar com as duas novas figuras do planejamento: o planejamento ligado às políticas de Estado e o planejamento estratégico. Nesse novo contexto, qual é o papel do designer nas organizações públicas e privadas? Que novas competências precisa desenvolver? Buscando responder essas e outras perguntas, o seminário promove o debate entre estudiosos e profissionais de atuações diversas sobre a nova condição dos profissionais de projeto.