Realizados entre os 05 a 07 de maio, os atravessamentos poéticos dos minicursos abordam questões que envolvem as encruzilhadas e cruzamentos por meio das poéticas das artes e outras linguagens, o saber ancestral e os saberes presentes no corpo.
Serão oferecidas 40 vagas para cada minicurso e as inscrições podem ser realizadas pela área de inscrições do site do Sesc São Paulo. Será emitido certificado de participação.
05/5 e 06/5 - 10h às 11h30 | minicurso - Na encruzilhada das línguas
Com Moisés Patrício
40 vagas (inscrições serão realizadas até o preenchimento)
Será realizado via Zoom
[INSCRIÇÕES ENCERRADAS]
O Brasil é entre tantas coisas uma encruzilhada cultural. Como existir neste cruzamento de linguagem, reconhecer novos vocabulários, suporte e dinâmicas de produzir arte?
A proposta do curso é visitar com os participantes, obras, artistas e movimentos culturais brasileiro e latino americano a partir do cosmo sentido africano - yorubá, vetores construtivos da cultura brasileira.
O eixo conceitual dos encontros será o orixá Esú, principal divindade africana (povos yorubás), conhecido no brasil e na diáspora africana como o pai da comunicação, o dono de todos os caminhos do pensamento, o morador da encruzilhada das linguagens artísticas entre tantos outros atributos. A exemplo temos a arte do carnaval, conhecida como a festa de Esú no candomblé.
Quais suportes criativos são de origem africana? Como existir num contexto onde a arte é viva, e feita não só para as pessoas?
Como existir num contexto onde a arte é livre?
Quando falamos de suporte criativo logo remetemos ao suporte tradicional de origem europeia. Como lidar com a efemeridade da obra de arte?
Como ritualizar com a arte?
Como viver na encruzilhada criativa?
07/5 - 10h às 13h (com intervalo de 10 min) | minicurso - Devolve o meu quadril?
Com Deise de Brito
40 vagas (inscrições serão realizadas até o preenchimento)
Será realizado via Zoom
[INSCRIÇÕES ENCERRADAS]
O foco do minicurso é uma vivência prática a respeito da interligação entre a coluna, a pélvis, a bunda, as coxas, os joelhos e os pés a partir de uma fundamentação corporal negro-diásporica. Para tal, a proposta terá como âncoras danças negras-orientadas incluindo suas relações com corpos cotidianos. A ideia é que durante o ciclo, os participantes se reconectem com esse circuito específico do corpo a partir de parte do conjunto referencial citado e seus respectivos complexos de gestualidades, desenvolvendo, também, pesquisas de movimento.
07/5 - 13h às 16h (com intervalo de 10 min) | Minicurso - O Lugar do Saber Ancestral
Com Márcia Kambeba
40 vagas (inscrições serão realizadas até o preenchimento)
Será realizado via Google Meet
[INSCRIÇÕES ENCERRADAS]
Antes da invasão europeia, este continente era povoado por diferentes povos indígenas, com suas diferentes cosmologias e línguas, com suas histórias singulares e suas formas próprias de narrar, de se relacionar com os territórios e suas formas de produzir identidade, que nunca foram fixas. Esses povos transitavam e continuam transitando pelos rios, pelas florestas, intercambiavam saberes, afetos, memórias.
Falar dos povos indígenas é falar de minha própria história, lutas, resistências, modo de vida, desterritorializações e reterritorializações, memórias de um lugar, tempo circular, cultura rica em sabedorias milenares transmitidas por gerações e que trazemos como ensinamentos valiosos.
O lugar dos saber ancestral deve ser marcante, um lugar de boas lembranças e que pode ser a casa onde moramos. No caso dos povos indígenas, “o lugar do saber ancestral” é a aldeia onde rememoramos uma educação que é ensinada do nascer e segue pelo curso da vida.
Nesse lugar vivenciamos aprendizados que a natureza ensina todos os dias, aprendemos a criar uma relação intrínseca com a natureza, ouvimos narrativas que nos atravessam e vão fortalecer nossa essência de ser pessoa, ganhamos confiança em nós mesmos ao confiar e mergulhar no rio, um mergulho profundo em busca do sagrado que está em nós porque nosso corpo é um território do sagrado.
O lugar do saber ancestral nos leva a um mergulho em nossa própria história. O que sabemos de nossa identidade, da nossa formação como pessoa, quanto do povo indígena corre em mim e quanto do povo negro corre em minhas veias e quanto de europeu está em meu ser e como essas identidades conversam entre si e por quantas delas luto? O que para mim é ser brasileiro? Que lugar é esse e como vivencio meu ser brasileiro? Qual relação crio com meu lugar e será que deixo ele se tornar um lugar do saber para mim?