Este é um evento online
“A biodiversidade
para a alimentação e a agricultura é indispensável para a segurança alimentar,
para o desenvolvimento sustentável e para a prestação de muitos serviços
ecossistêmicos vitais. A biodiversidade faz com que
os sistemas de produção e os meios de vida sejam mais resilientes às
perturbações e fatores adversos, incluídos os efeitos das mudanças climáticas.
Constitui um recurso chave nos esforços para aumentar a produção de alimentos
ao tempo que limita os efeitos negativos sobre o meio ambiente.”
É desta forma que o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação (FAO),
através do Relatório elaborado pela Comissão de Recursos Genéticos em fevereiro
de 2019 reconhece a importância da biodiversidade para a eliminação da fome mas
também para a superação da crise ecológica vivenciadas pela humanidade. Neste
mesmo estudo, aponta o risco crescente de perda da biodiversidade.
Segundo a FAO (2015), os recursos genéticos animais compreendem mais de
30 espécies e 8.774 raças de aves e mamíferos usadas na agricultura e na
produção de alimentos. Destas 17% encontram-se em risco de extinção e 58% com
situação desconhecida de risco.
Historicamente em todo o mundo, as agricultoras vem, em sintonia com a
sustentabilidade da vida, manejando e conservando a biodiversidade local em
permanente coevolução com os ecossistemas e segundo diversos objetivos, entre
eles a produção de alimentos. São guardiãs de diferentes variedades locais de
sementes, plantas e raças de animais e de sistemas de conhecimentos, práticas e
inovações.
Há um valioso patrimônio genético formado por diferentes tipos locais de
aves, paradoxalmente, não são reconhecidas pela investigação e pelas políticas
públicas (JALFIM, 2008). Raças locais de galinhas, assim como os conhecimentos
associados e práticas estão ameaçados pelo modelo hegemônico da avicultura
industrial e pelas linhas comerciais, colocando em risco a soberania e
segurança alimentar e nutricional da população do campo e da cidade.
As mulheres agricultoras devem ser consideradas as principais protagonistas
nos esforços para deter a perda das raças locais, recomenda a FAO, num estudo
realizado em 2012.
No Brasil, alguns estudos vem sendo realizado pelas instituições de
ensino e de pesquisa voltados para o resgate, manejo e conservação de raças crioulas
de galinhas. Algumas pesquisas, contudo se destacam por serem desenvolvidas com
a participação ativa das agricultoras em transição agroecológica e de suas
organizações, favorecendo o diálogo de saberes populares e científicos e ao
mesmo tempo fortalecendo o papel das agricultoras como guardiãs da
socioagrobiodiversidade e o protagonismo das organizações e movimentos sociais
do campo.
No último dia 15 de Setembro, foi divulgado um Relatório de
monitoramento da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica
(CDB) e do Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020, onde destaca que
nenhuma das metas foi completamente atingida. Segundo este Relatório, ocorreram
alguns avanços, contudo, espécies continuam ameaçadas de extinção e vários ecossistemas
continuam sendo destruídos colocando em risco vários modos de vida e a própria
sobrevivência da espécie humana.
Atenta a esta problemática, o debate nesta quinta-feira, dia 01 de
Outubro abordará o tema da Conservação das Raças Crioulas de galinhas e o papel
das agricultoras guardiãs e da pesquisa. Este debate encerra o debate sobre as
raças crioulas das aves do 1º Ciclo de Debates Virtual sobre Criação
Animal na Agricultura Familiar do Núcleo Sistemas de Produção Animal do
Instituto Nacional do Semiárido, realizado em parcerias com diversas
organizações da agricultura familiar e instituições de ensino e pesquisa.
{{'Label_DoacaoAPartir' | translate}} {{item.valores[0].valor | currency:viewModel.evento.moeda}}
{{item.descricao}}{{entrada.valorComDesconto | currency:viewModel.evento.moeda}}
- Maria Celia Araújo (Agricultora
familiar e liderança do Coletivo Cariri Oriental - CASACO) – o papel das
agricultoras como guardiãs e como pesquisadoras.
- MSc Marilene N. Melo (Pesquisadora
do NSPA/INSA) – a experiência da Pesquisa Mulheres Guardiãs das Galinhas de
Capoeira na Paraíba.
- Dra. Debora Carvalho (Pesquisadora
e Produtora de Galinhas Canela Preta) – a experiência de resgate e conservação
da galinha Canela Preta - Piauí.
- Dr. Felipe Tenório Jalfim (Professor
da UFS/Nossa Senhora da Gloria - SE) - o papel da pesquisa ação.
- Euzebio
Cavalcanti (Agricultor familiar - Assentamento Oziel
Pereira e Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de
Remígio, liderança do Polo Sindical e de Organizações da Agricultura Familiar
– POLO DA BORBOREMA e poeta)
- Dra. Marcia Neves Guelber
Sales (Pesquisadora aposentada do INCAPER - ES )
- Rede de Criação Animal da ASA
Paraíba;
- Articulação Nacional de Agroecologia;
- Núcleo de Extensão Rural
Agroecológico e Centro Vocacional Tecnológico Agrobiodiversidade do
Semiárido/Universidade Estadual da Paraíba (NERA/CVT/UEPB).
- Escola Cidadã Integral Técnica
Arlinda Pessoa da Silva - Jurú/PB.
- Universidade Federal de Sergipe - UFS.
CNPq
Discutir as estratégias para o resgate, multiplicação e conservação das raças crioulas das galinhas para a agricultura familiar agroecológica no semiárido brasileiro.