ClimaTHE24 | 2ª Conferência do Clima de Teresina

Teresina vem mergulhando no desafio de se adaptar à nova condição climática. Nessa nova realidade, a capital piauiense tem apresentado níveis de aquecimento que despertam preocupação. Conforme o Plano de Ação Climática de Teresina, publicado em outubro de 2023, houve um acréscimo aproximado de 1° C na média da temperatura, considerando um intervalo de 30 anos (1991-2021). Esse é um aumento muito expressivo, considerando uma série história tão pequena, afirma a equipe da Agenda Teresina 2030, Coordenação vinculada à Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação. Isso representa o agravamento de problemas em várias áreas, como saúde, educação e gestão pública.

A localização da cidade, próximo à linha do Equador (5° de latitude sul) aliada a outras condições geográficas, naturalmente já fazem de Teresina uma cidade quente. No entanto, o intenso processo de urbanização somado às condições socioeconômicas, ambientais e fatores globais a colocam no ranking de cidades mais vulneráveis a extremos climáticos. 

Os efeitos disso já podem ser sentidos pela população. Chuvas irregulares, elevados volumes de precipitação em pequenos intervalos de tempo, calor ainda mais intenso tem colocado as autoridades públicas em estado de alerta. Inundações, alagamento, enxurradas tem se tornado cada vez mais frequentes. Se antes os meses de maio, junho e julho eram caracterizados pela brisa e ventos que amenizavam a sensação térmica, esse clima amistoso tem dado lugar ao calor. O acréscimo na temperatura também pode ser sentido na mínima. Temos amanhecido com calor, especialmente no segundo semestre. Isso significa que o período mais quente do ano, carinhosamente batizado de B-R-O Bró [setemBRO, outuBRO, novemBRO e dezemBRO], está chegando mais cedo. 

Já foi constatado pelo Plano de Ação Climática que parte da culpa se deve à perda de cobertura vegetal. Se antes Teresina era conhecida como "Cidade Verde", característica que inspirava os poetas locais, hoje se alastram as ilhas de calor, tornando-a insalubre em determinados horários do dia. A constatação óbvia é que essa realidade precisa mudar. Teresina precisa resgatar sua essência.  

O ClimaTHE24 - 2ª Conferência do Clima de Teresina será um marco na mobilização da ação climática local, destacando a necessidade de uma resposta imediata e coordenada à crise climática. Neste contexto, o evento traz o tema “A cidade que eu quero é verde” e propõe que Teresina abrace o movimento de rearborização e, assim, consiga frear o avanço das ilhas de calor. Para guiar esse trabalho, a cidade já possui o Plano Municipal de Arborização Urbana, construído pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

O evento vai refletir sobre o desenvolvimento que a capital está submetida e a necessidade de um novo planejamento urbano que proporcionará resiliência e adaptação diante dos desafios impostos pela crise climática. 

A segunda edição da conferência tem parceria com o ICLEI – Governos Locais Pela Sustentabilidade e com a SEMAM – Secretaria Municipal do Meio Ambiente e contará com a realização do 3º Encontro Regional do ICLEI Nordeste e o CB27, a reunião nacional dos secretários de Meio Ambiente.

ClimaTHE24

A primeira edição da conferência foi a ClimaTHE23, realizada na Universidade Federal do Piauí (UFPI), abrangendo uma série de palestras e debates em mesa-redonda que abordaram as mudanças climáticas provocadas por altos índices de emissão de gases de efeito estufa em vários setores, incluindo indústria, transporte, energia, gestão de resíduos e agricultura. Durante o evento, também foram divulgados os resultados preliminares do Inventário de Emissões de GEE e da Análise de Vulnerabilidades Climática de Teresina.

A segunda edição pretende ser um marco na mobilização da ação climática local, destacando a necessidade de uma resposta imediata e coordenada às mudanças climáticas. Esta iniciativa visa inspirar outras cidades a adotarem abordagens semelhantes, criando um efeito multiplicador que pode levar a mudanças significativas em escala global. O evento busca não apenas educar, mas também empoderar a sociedade com o intuito de formar agentes ativos na transformação de suas comunidades.

Teresina – sede do 3º Encontro ICLEI do Nordeste

Teresina, capital do Piauí, notadamente conhecida como umas das cidades mais quentes do Brasil vem sofrendo com graves consequências das intempéries climáticas, sejam provocadas pelo processo de urbanização insustentável ou pelas alterações globais ora percebidas. Considerando a sua realidade socioeconômica e ambiental, Teresina se insere no contexto das cidades mais vulneráveis segundo diagnósticos da Organização das Nações Unidas (ONU) frente ao cenário de emergências climáticas. Para o enfrentamento dos efeitos adversos já sentidos, foi lançado pela Prefeitura, em 2023, dois instrumentos que integram a jornada de conformidade climática de municípios para o desenvolvimento urbano sustentável: o Plano de Ação Climática e o Plano Diretor de Arborização Urbana. Dessa forma, configura-se, em 2024, como principal desafio a execução de todas as ações planejadas para a mitigação e adaptação a esse cenário que já se impõe.

Os objetivos dos Encontros Regionais do ICLEI Brasil são: reunir os governos locais associados à entidade global, promovendo o debate sobre medidas de adaptação e mitigação aos efeitos da emergência climática e na implementação de ações efetivas pelo desenvolvimento urbano sustentável, além de promover a troca de experiências bem sucedidas em territórios brasileiros. Na região Nordeste a rede conta com 24 associados, dentre os quais dois Governos Estaduais (Bahia e Pernambuco), as 09 capitais (Aracaju/SE, Fortaleza/CE, João Pessoa/PB, Maceió/AL,  Natal/RN, Recife/PE, Salvador/BA, São Luís/MA, Teresina/PI) e as demais cidade de Petrolina/PE, Cabrobó/PE, Lajedo/PE, Jataúba/PE, Brejo da Madre de Deus/PE, Caruaru/PE, Jaboatão dos Guararapes/PE, Serra Talhada/PE, Belo Jardim/PE, Botuporã/BA e Sobral/CE, além do Complexo Portuário de SUAPE.

Na região, o ICLEI coordena e suporta projetos que promovem tanto a perspectiva de desenvolvimento de baixo carbono, quanto aqueles enfocados na preservação e restauração da biodiversidade e na inovação pela sustentabilidade, sempre considerando os desafios e oportunidades da região nordeste do Brasil.

O 3º Encontro Regional ICLEI Nordeste: “Biodiversidade e Clima” tem como objetivo potencializar ações locais e regionais, com uma agenda  focada na criação de oportunidades de cooperação. Os Encontros Regionais adotam uma abordagem instrumental, baseada em exemplos de boas práticas e intercâmbio de experiências bem sucedidas, proporcionando amplo networking e incentivando parcerias, negócios sustentáveis, cooperação, participação, inclusão e inovação. Permitindo aos governos locais participantes, reconhecer e acessar instrumentos adequados para agir e responder a demandas imediatas na região.

O público alvo do Encontro são os associados e possíveis associados do Nordeste, com foco na Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina e cidades polos do estado do Piauí como Picos, Floriano, Parnaíba, Bom Jesus e Piripiri; e de forma extensiva a academia, sociedade civil, terceiro setor, agentes financiadores e entidades que se conectam com o ecossistema da sustentabilidade das cidades.

Além da 2ª edição do ClimaTHE24, acontece na programação do 3º Encontro Regional Nordeste do ICLEI, a Reunião Regional do Nordeste do Fórum de Secretários de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras – CB27. Para 2024, o eixo temático das discussões dos secretários é acesso a instrumentos de cooperação técnica e recursos financiáveis para a execução das ações necessárias frente à emergência climática.