No próximo dia 03 de novembro de 2024 será realizada a terceira edição da
atividade City Walking Jus do curso de Direito da UNIESAMAZ, com o
intuito de aproximar os discentes das discussões de Cultura, Patrimônio e
Memória sobre a cidade de Belém e do estado do Pará.
No ano de 2023, tal atividade teve sua primeira edição, ocorrendo visita
ao Complexo Feliz Lusitânia que compreende as estruturas que compõem o Forte do
Castelo, Casa das Onze Janelas, Igreja de Santo Alexandre e a atividade se
estendeu para o Museu do Estado do Pará sediado no Palácio Lauro Sodré. No
mesmo ano, outra turma visitou o Theatro da Paz, bem como os espaços praticados
na Praça da República, como as bancas de artesanato e o espaço de vendas de
livros (sebos). No primeiro semestre do ano de 2024, a atividade também foi
realizada no Complexo Feliz Lusitânia.
Dessa vez, o local escolhido foi o Espaço São José Liberto, por meio de
votação entre os discentes como sempre foi feito. Construído em 1749 para ser
um convento, recebendo o nome do santo José. Após a expulsão de padres
jesuítas, o local foi ocupado pelo governo e passou por diversas funções como
depósito de polvora, quartel, hospedaria, hospital até se tornar cadeia
pública. Somente em 1943, no governo Magalhães Barata, que foi transformado no
Presídio São José.
O crescimento e urbanização da capital paraense e as sucessivas rebeliões
impossibilitaram a continuidade do presídio naquela localidade. Nesse sentido,
o governo do estado transformou o antigo presídio em espaço para a fabricação e
comercialização de joias, o Polo Joalheiro.
O Espaço São José Liberto hoje abriga o “museu das gemas”, “jardim
liberdade", “casa do artesão”, “anfiteatro Coliseu das Artes”, além de
outros como a “cela cinzeiro” que guarda um pouco da memória do antigo
presídio.
A visita de uma turma do Direito a esse espaço serve como tentativa de
provocar uma discussão sobre a cultura paraense, pois o local dialoga com
simbologias como os ribeirinhos, Círio de Nazaré, bem como é um local carregado
de memória social, que conta parte da história da cidade, que repercurte o que
Benedict Anderson chamou de noção de simultaneidade temporal, a qual os
sujeitos ao praticarem um espaço tido como patrimônio, relaciona um olhar do
passado (saudosismo e história), o momento presente e o futuro no sentido de
preservação do espaço para as futuras gerações.
Além disso, visitar um espaço que um dia já foi um presídio, permite uma
discussão sobre o Direito Penal, a configuração dos presídios, Direitos
Humanos, bem como a situação da segurança pública.
A visita acontecerá no dia 03 de novembro de 2024, iniciando as 09:30h na
Praça Amazonas com uma apresentação sobre o espaço e a discussão sobre a
relação do patrimônio, cultura e memória. As 10h, os discentes entram no Espaço
São José Liberto para conhecer o seu interior, os serviços ali expostos. A
visita deve encerrar próximo de 12h.
Os discentes terão que visitar o espaço e fazer algumas fotografias no
espaço, no sentido de, posteriormente, criar uma Exposição com os registros
fotográficos realizados. As fotografias devem seguir a metodologia
“Constelações de Imagens” das antropólogas Cornélia Eckert e Ana Luiza da
Rocha, explicadas em sala de aula.
Em síntese, o City Walking Jus tem o papel de aproximar os
discentes do curso de Direito com as discussões sobre Cultura, Patrimônio e
Memória. Em um país em que essas problematizações ainda não são abraçadas por
boa parte da população – em que muitos se quer visitam ou visitaram museus –
sensibilizar os discentes sobre as significâncias desses patrimônios e suas
preservações é algo essencial, uma forma contribuir para a dinâmica da cultura
paraense.
CITY WALKING JUS
Data: 03/11/2024
Horário:
09h30min
Local: Praça
Amazonas em frente ao Espaço São José Liberto.