Cuiabá, capital do estado do Mato Grosso, é conhecida nacionalmente pelo seu rigor climático e, com a modificação da paisagem devido ao processo de urbanização no decorrer dos anos, observa-se a alteração do comportamento microclimático local. Nesse sentido, fica evidente a crise climática, que noticiada diariamente nos telejornais, aponta a elevação das temperaturas, além da poluição atmosférica decorrente das queimadas durante as estações de outono e inverno, que pioram o cenário nesse período com a elevação das emissões de carbono e prejudicando a saúde e o bem-estar de seus moradores.
Especialistas na gestão do espaço urbano vão analisar essa situação e propor caminhos para enfrentar a emergência climática da metrópole mato-grossense. As apresentações compõem mais um evento da Especialização em Desenvolvimento Urbano do Instituto Federal de Mato Grosso: o Seminário Cidade e Ambiente: Espaço Urbano e a Emergência Climática.
Em sua terceira edição, o Seminário Cidade e Ambiente deste ano de 2021 continua os debates iniciados pela Especialização em Desenvolvimento Urbano do IFMT Campus Várzea Grande em 2019 e em 2020, ambos também integrando o Circuito Urbano do ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos).
As medidas de mitigação da crise climática se fazem necessárias não apenas para aprimorar o espaço urbano, mas também para evitar os impactos das transformações nas regiões próximas, como o desmatamento, que tem reduzido a precipitação e a produtividade agrícola. Marengo (2014), na obra “O futuro clima do Brasil”, evidencia que as contínuas intervenções antrópicas estão provocando intensificações em diferentes variabilidades climáticas, ampliando secas, elevações nas temperaturas e chuvas concentradas. Conforme artigo de maio de 2021 na revista científica Nature Communications, em 20 anos a precipitação caiu à metade em áreas que perderam 60% da vegetação nativa, com prejuízo anual estimado em R$ 5,7 bilhões. Perdas no campo implicam também prejuízos para os moradores de cidades como Cuiabá, a mais populosa de um estado que se destaca como um dos maiores produtores agrícolas do país.
É nesse contexto que as abordagens dos docentes João Vitor Verges, Diana de Paula e Arthur Chaves no "Cidade e Ambiente: Cidade e a emergência climática" propõem caminhos para reforçar a resiliência e capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima, em um processo que, como enfatizarão, exige políticas, estratégias e planejamentos em diversas escalas.
A mediação do evento e condução do debate será feita pelo Prof. Dr. Ronaldo Eustáquio Feitoza Senra, líder do Grupo de Estudos em Educação Ambiental e Educação Campesina - GEAC/PPGen/IFMT.