Há
150 anos a historiadora, linguista e tradutora anglo-dinamarquesa Elise
Charlotte Otté (1818-1903) publicou um estudo monográfico intitulado Scandinavian History (1874), obra que
versava apresentar um panorama histórico sobre a Dinamarca, a Noruega e a
Suécia, partindo da Antiguidade até o século XIX. Um estudo feito numa época em
que as pesquisas acadêmicas ainda estavam no início. Apesar das limitações de
seu tempo, Otté reuniu fontes mitológicas, literárias, históricas e
arqueológicas para redigir seu livro, iniciando-o a partir do relato de mitos,
passando por dados geográficos e comentando alguns acontecimentos históricos
pontuais. Por sua vez, seus estudos arqueológicos constituem um domínio primordial
na exploração da Era Viking, moldando uma compreensão abrangente da Escandinávia
antiga. Desde a sua criação, marcada pelas pesquisas de campo e publicações
pioneiras de Jens Jacob Asmussen Worsaae (1821-1885) no século XIX
(especialmente em De danskes kultur i vikingetiden, 1873), o nosso conhecimento sobre a antiga sociedade nórdica, a sua
cultura material e o patrimônio artístico aumentaram significativamente. A
descoberta dos navios Gokstad e Oseberg na Noruega, abrangendo o período de
1880 a 1905, catapultaram o mundo nórdico antigo para o cenário global.
Simultaneamente, a impactante escavação de L'Anse aux Meadows, no Canadá,
durante a década de 1960, contribuiu substancialmente para o fascínio
generalizado pelos vikings na mídia. A evolução contínua de perspectivas, a
adopção de metodologias inovadoras e a descoberta de novos sítios enriqueceram
ainda mais a nossa compreensão do passado da Escandinávia e a diáspora Viking
por todo o globo. Assim, o XII° Colóquio de Estudos Vikings e
Escandinavos/II Jornada de Arqueologia Viking convida os pesquisadores e o
público a apresentar estudos nos campos da História e Arqueologia sobre a Era
Viking, abordando-a em diferentes perspectivas, analisando-a com base em vários
tipos de temas e fontes, mostrando como os estudos escandinavos progrediram
consideravelmente desde a publicação do livro de Elise Otté e as publicações
pioneiras de Jens Worsaae.