Para buscar saídas para a crise humanitária que vivemos, não basta reduzir o consumo doméstico de água e de energia, ou destinar corretamente os resíduos. Ainda que essas medidas possam ser adotadas como expressões de cuidado com a natureza, é importante ter a consciência de que saídas individuais do tipo ‘reduza, reutilize, recicle e renove’ estão localizadas na superfície dessa crise civilizatória, que é também ambiental e, portanto, são insuficientes para qualquer mudança significativa do sistema social no qual vivemos.
Mirar a história da acumulação primitiva, sal tando séculos depois para a Revolução Industrial e alcançando as expropriações contemporâneas amparadas na financeirização da natureza, são marcadores da destrutividade ambiental que se agrava na medida em que o capitalismo avança e que a burguesia faz questão de esconder.
“Quem inventou a fome são os que comem”! Essas sábias palavras de Carolina
Maria de Jesus são reveladoras das estratégias capitalistas forjadas na chama
da Revolução Verde, que tem suas raízes no pós-Segunda Guerra Mundial e se
consolida nos marcos da crise de 1970. Os investimentos em tecnologias para o
aumento da produção de produtos alimentícios possibilitaram a hegemonia do
agronegócio.
O que eu, assistente social, tenho a ver com isso???
Assistentes sociais, nos mais diversos espaços sócio-ocupacionais de trabalho, no atendimento a populações ribeirinhas e comunidades tradicionais, enfrentam as consequências dos desastres ambientais. E esse estado de calamidade também impacta a qualidade de vida da população atendida pela categoria.
(trechos do documento base do 15 de maio produzido pelo CFESS)