O Arvorecer Negro é promovido anualmente pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, campus Teixeira de Freitas. O evento tem como finalidade facilitar a troca de conhecimentos entre os diversos atores que compõem a comunidade do Extremo-Sul baiano, oportunizando o contato e troca de saberes entre povos tradicionais, comunidades quilombolas, discentes desde o ensino médio à pós-graduação e pesquisadores de várias instituições. A natureza plural da instituição na qual ele foi gestado, permite que ele assuma funções ímpares frente a outros eventos de natureza acadêmica que trabalham com a mesma temática. Os Institutos Federais alicerçam-se no tripé de ensino, pesquisa e extensão, alcançando discentes de ensino médio, graduação e pós-graduação. Desta forma, o evento oportuniza que estudantes desde muito jovens interajam com pesquisadores de renomadas instituições brasileiras, e realizem atividades que promovam o acesso a variados conhecimentos e saberes construídos dentro e fora dos espaços acadêmicos num contexto de profunda interação com os sujeitos envolvidos nas atividades realizadas. A participação de grupos quilombolas e indígenas, principalmente da região Sul e extremo sul da Bahia, proporciona momentos de colaboração onde a integração ciência/tecnologia, saberes acadêmicos e tradicionais andam de mãos dadas. A existência desse evento no campus cria um ambiente que fomenta atitudes reflexivas e críticas em relação às memórias, trajetórias e lutas dos povos negros e indígenas, bem como, promovem inquietações fundamentais para o desenvolvimento de novas pesquisas e a construção de saberes que as instituições de ensino tradicionais não costumam acessar. O Arvorecer Negro é, para além de um evento acadêmico, um espaço de interação, debate, de construção, diálogo e formação entre os diferentes sujeitos e a produção de conhecimentos e saberes.