FERTILIZANTES NITROGENADOS REVESTIDOS: ESTRATÉGIA PARA SEQUESTRO DE CARBONO E REGENERAÇÃO DO SOLO

Publicado em 22/04/2025 - ISBN: 978-65-272-1295-9

Título do Trabalho
FERTILIZANTES NITROGENADOS REVESTIDOS: ESTRATÉGIA PARA SEQUESTRO DE CARBONO E REGENERAÇÃO DO SOLO
Autores
  • Yan Miranda Mostacada Ramalho
  • Ana Luisa Norberto Alvarez
  • Júlia Beatriz Martins Granja
  • Raphaella Esterque Cantarino
  • Ayhessa Cristina Santos de Lima
  • Samuel de Abreu Lopes
  • Danielle França de Oliveira Torchia
  • Ricardo Luis Louro Berbara
  • Natália Fernandes Rodrigues
  • ANDRES CALDERIN GARCIA
Modalidade
Resumo
Área temática
Ciências Agrárias - Agronomia
Data de Publicação
22/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xi-raic-e-v-raidtec-ufrrj/939257-fertilizantes-nitrogenados-revestidos--estrategia-para-sequestro-de-carbono-e-regeneracao-do-solo
ISBN
978-65-272-1295-9
Palavras-Chave
Biocarvão; Espectroscopia; Gases de efeito estufa; Ureia
Resumo
O aumento dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, como o óxido nitroso (N2O), representa um dos maiores desafios ambientais atuais. Apesar de sua baixa concentração, o N2O possui um potencial de aquecimento global cerca de 296 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2), sendo o solo responsável por 67% do N2O presente na atmosfera. A principal fonte desse gás nos solos é a aplicação de fertilizantes nitrogenados, principalmente a ureia, devido à sua rápida taxa de liberação de nitrogênio (N), o que resulta em grandes perdas por volatilização e consequente emissão de GEE. Para mitigar esses efeitos, o uso de fertilizantes de liberação lenta tem sido uma alternativa promissora. Estes fertilizantes permitem uma liberação controlada de nutrientes, minimizando perdas e aumentando a eficiência no uso do N. O objetivo deste trabalho foi desenvolver e caracterizar um fertilizante nitrogenado de liberação lenta, utilizando ureia, biocarvão e substâncias húmicas, e comparar sua performance com a ureia convencional por meio de análises espectrométricas. O fertilizante foi desenvolvido com 33,5% de ureia, nanocarbono altamente pirolisado, substâncias húmicas e estabilizantes. Após a formulação, os grânulos foram revestidos com um polímero biodegradável e secados em estufa a 50°C por 24 horas. A espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (ATR-FTIR) foi utilizada para caracterizar tanto a ureia pura quanto o fertilizante de liberação lenta. Os espectros foram obtidos no modo de absorbância e convertidos para o modo de transmitância, abrangendo a faixa de 4000 a 400 cm?¹. Os dados espectrais foram analisados com o software acdlab®. A ureia apresentou bandas características, com picos em 3429 cm?¹ e 3328 cm?¹, correspondentes ao alongamento N-H do grupo amino (NH2), além de uma banda intensa em 1674 cm?¹, relacionada ao alongamento C=O, e em 1458 cm?¹, referente ao alongamento do grupo -C=N. A impressão digital da ureia foi identificada entre 400 cm?¹ e 1500 cm?¹. O fertilizante de liberação lenta exibiu um padrão espectral semelhante ao da ureia, porém com deslocamento das bandas e redução em sua intensidade, sugerindo interações entre o biocarvão e a ureia. Essas interações são essenciais para a característica de liberação lenta do fertilizante, uma vez que o biocarvão, devido à sua estrutura porosa, apresenta alta capacidade de adsorção de compostos nitrogenados, o que pode contribuir para a redução das perdas por volatilização. Além disso, o biocarvão tem potencial para estabilizar o pH ao redor dos grânulos de fertilizante. Quando a ureia entra em contato com a água no solo, ocorre um aumento do pH, podendo alcançar valores próximos a 9, o que intensifica a ação da urease e, consequentemente, a volatilização de amônia. No entanto, a interação do biocarvão com substâncias húmicas presentes no fertilizante pode atenuar esse efeito, mantendo o pH em níveis mais baixos e reduzindo a ação da urease. O revestimento de biopolímero também desempenha um papel importante, formando uma barreira adicional que controla a liberação do nutriente de forma gradual. Os resultados sugerem que o fertilizante desenvolvido tem grande potencial para reduzir as emissões de GEE associadas à volatilização de N, além de melhorar a eficiência do uso de N no solo. Ao incorporar biocarvão e substâncias húmicas, o fertilizante não apenas retarda a liberação de nitrogênio, mas também contribui para a retenção de água e o desenvolvimento das raízes, fatores cruciais para a melhoria das condições do solo e o aumento da produtividade agrícola. Dessa forma, conclui-se que o fertilizante de liberação lenta desenvolvido neste estudo pode ser uma alternativa viável para uma agricultura mais sustentável, ao combinar eficiência nutricional com benefícios ambientais.
Título do Evento
XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC 2024) & V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec 2024)
Cidade do Evento
Seropédica
Título dos Anais do Evento
Anais da XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC) e V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec): Transição energética: impactos ambientais e sociais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RAMALHO, Yan Miranda Mostacada et al.. FERTILIZANTES NITROGENADOS REVESTIDOS: ESTRATÉGIA PARA SEQUESTRO DE CARBONO E REGENERAÇÃO DO SOLO.. In: Anais da XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC) e V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec): Transição energética: impactos ambientais e sociais. Anais...Seropédica(RJ) UFRRJ, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xi-raic-e-v-raidtec-ufrrj/939257-FERTILIZANTES-NITROGENADOS-REVESTIDOS--ESTRATEGIA-PARA-SEQUESTRO-DE-CARBONO-E-REGENERACAO-DO-SOLO. Acesso em: 14/07/2025

Trabalho

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