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Apresentação
A Associação Brasileira de Etnomusicologia - ABET, ao celebrar em 2021 os seus 20 anos de existência, traz em seu legado contribuições e avanços realizados por etnomusicólogos e etnomusicólogas no Brasil, que, de diferentes formas, observaram, participaram e colaboraram em territórios musicais, performativos e sônicos acionados por agentes que problematizam reparações históricas às pessoas descendentes de populações escravizadas, esbulhadas e invisibilizadas. É possível afirmar que as Etnomusicologias no Brasil, em colaboração com interlocutores/as de diversos pertencimentos socioculturais, tem proposto e articulado espaços de solidariedade que visam a impulsionar projetos políticos, culturais e educativos transdisciplinares.
Contudo, a ABET e o campo da Etnomusicologia no Brasil aportam no ano de 2021 com desafios intensos e profundos. Além de ser tempo de fazer frente às emergências e aos dilemas vividos em meio a uma pandemia de escala mundial, marcada pelo luto - e por sua impossibilidade - e pela intensificação das assimetrias sociais, experienciadas tão acentuadamente neste país, é momento de refletir sobre como os caminhos formativos propiciados pelas Etnomusicologias no Brasil mobilizarão proposições e ações contundentes nos cenários por vir.
Sendo assim, o X Encontro Nacional da Associação Brasileira de Etnomusicologia pretende tornar-se uma arena de reflexão sobre os caminhos trans/formativos das Etnomusicologias no Brasil. Considerando-se os seus percursos históricos e arquitetando estratégias que abordem a formação e a atuação em Etnomusicologia no Brasil, o X ENABET buscará o enfrentamento das demandas e repactuações sociais em curso, que exigem transformações sociais e interepistêmicas profundas na sociedade brasileira.
Chegamos em 2021 com muitas questões: quais as contribuições que etnomusicólogos e etnomusicólogas podem trazer aos cotidianos brasileiros “pós-pandemia”? Que proposições podem ser mobilizadas por etnomusicólogos e etnomusicólogas no combate às desigualdades intensificadas pela pandemia? Que estratégias podem ser acionadas desde o campo da Etnomusicologia na reversão de estados de violência simbólica e física a populações estigmatizadas, menosprezadas, inferiorizadas? Considerando os percursos da Etnomusicologia no Brasil, também questionamos: como a experiência acadêmica e científica do campo pode contribuir em proposições decoloniais e antirracistas? Quais posicionalidades etnomusicólogos e etnomusicólogas podem ocupar, em espaços educativos, culturais e na proposição e no desenvolvimento de políticas culturais? Que estratégias etnomusicólogos e etnomusicólogas, junto à ABET, podem acionar para mobilizar transformações sociais, considerando o legado da área no que diz respeito aos estudos sobre a dimensão sônica e sobre as problemáticas - socioculturais, políticas históricas, cosmológicas, epistêmicas - envolvidas nos processos em que pessoas e outras agências se envolvem de diferentes formas com músicas, performances e sons? Como a formação e atuação em Etnomusicologia em 2021 pode refletir em ações contundentes no mundo social por vir? Esses questionamentos convergem com preocupações da ABET e de seus/suas associados/as.
Etnomusicólogas e etnomusicólogos no Brasil percebem como necessário demarcar mais firmemente seu compromisso com posicionamentos éticos, representatividades e com a realização de pesquisas que reverberem nos debates culturais, educacionais e políticos, especialmente no Brasil. O campo tem também como desafio mostrar à sociedade - e não exclusivamente no interior das instituições de ensino - de que maneiras as pessoas, ao fazerem músicas, performances e sons, estão lidando com questões étnico-raciais e de gênero, com direitos humanos e violência, com memória, patrimônio e sustentabilidade e com processos de inclusão, acessibilidade, justiça social e interculturalidade.
Em sintonia com esta proposta, a ABET manifesta a sua busca por representatividades e posicionalidades diversas e emergentes desde a organização até a realização do encontro, o que inclui atores/as sociais, coletivos e entidades públicas envolvidos/as nas questões de diversidade cultural e musical do país.
O reconhecimento da complexidade desta tematização reverbera na constituição de um Conselho Consultivo de conhecimento profundo sobre o tema, formado por pessoas com trajetória na Etnomusicologia e perfis étnico-raciais, de gênero e sexualidade, de pertencimento regional e de idade variados na própria Comissão Organizadora do Encontro, de modo a buscar garantir que as atividades do evento explicitem os desafios e as lutas de populações minoritárias e que seus olhares, suas vozes e escutas atravessem a programação do X ENABET.
Assim sendo, o X ENABET propõe-se a centralizar-se nos seguintes eixos:
- Potencialidades da atuação e das pesquisas de etnomusicólogos/as frente a proposições decoloniais e antirracistas;
- Perspectivas para a profissionalização e campos de atuação de etnomusicólogos/as, mediante as incertezas do futuro;
- Estratégias para a atuação de etnomusicólogos/as nos processos de inclusão e justiça social, em todas as esferas do mundo social - espaços acadêmicos, científicos, educacionais, políticos e socioculturais.
Desta maneira, chegamos a uma programação que articula conferências, mesas-redondas, fóruns, grupos de trabalho, mostras sonoras e audiovisuais e inclui a novidade de uma mostra de iniciação científica. Esperamos que as simultaneidades possibilitadas pelo universo virtual possam nos mobilizar em (com)vivências etnomusicológicas diversas, intensas e enriquecedoras, em sintonia com os vinte anos da ABET e no planejamento reflexivo e crítico quanto aos desdobramentos futuros do campo da Etnomusicologia e da associação.
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Responsável
Associação Brasileira de Etnomusicologia | ABET
E-mail: secretaria.abetnomusicologia@gmail.com
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