PERSONAGENS LGBTQIA+ NA FICÇÃO SERIADA: UM BREVE MAPEAMENTO HISTÓRICO

Publicado em 23/12/2021

DOI
10.29327/154029.10-29  
Título do Trabalho
PERSONAGENS LGBTQIA+ NA FICÇÃO SERIADA: UM BREVE MAPEAMENTO HISTÓRICO
Autores
  • Julia Araujo de Lima
  • Joao Paulo Lopes de Meira Hergesel
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 22 - Estudos de gênero, feminismos e interdisciplinaridade.
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/438889-personagens-lgbtqia-na-ficcao-seriada--um-breve-mapeamento-historico
ISSN
Palavras-Chave
LGBTQIA+, séries ficcionais, revisão histórica, personagens LGBTQIA+
Resumo
1. INTRODUÇÃO A presença de personagens LGBTQIA+ na televisão começou em 1971, 21 anos após a sua popularização, e os primeiros programas traziam personagens que representavam famílias brancas, cis, heterossexuais e de classes sociais mais altas. Além disso, o conversadorismo se estruturava e ganhava força nos Estados Unidos (VIDAL, 2013) e, por isso, qualquer representação social que não se encaixasse nos moldes da normatividade era tida como errada. Com isso, a representação da comunidade LGBTQIA+ em séries ficcionais precisou conquistar o seu espaço. Com a evolução e com as mudanças que a sociedade sofreu, aos poucos, os personagens homossexuais, e de outras minorais, foram aparecendo nos produtos de entretenimento, pois também apareciam mais abertamente em diferentes âmbitos sociais. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um mapeamento histórico de personagens LGBTQIA+ em séries de ficção televisas. A partir de uma pesquisa em meios de comunicação digital, como sites de cinema e televisão, foram conectados, em ordem cronológica, as personagens que eram abertamente homossexuais na televisão. As séries selecionadas foram séries estadunidenses, por conta do maior número de personagens e de séries ficcionais, pois de acordo com François Jost (2011) “as séries americanas englobam aspetos comuns que permitem um acesso bem mais universal às histórias contadas e contribuem para o seu sucesso”. 2. Fundamentação teórica Para este trabalho, a revisão histórica foi escolhida como metodologia, pois trata de uma revisão que [...] busca recuperar a evolução de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos, fazendo a inserção dessa evolução dentro de um quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes de um objeto de estudo, bem como as implicações das mudanças ocorridas. (LUNA, 2000 apud BRASILEIRO, 2021, p. 81). Com ela, é possível observar a evolução do objeto em questão a partir de uma perspectiva histórica, que traz uma ordem cronológica para os acontecimentos. Diferentemente da revisão bibliográfica, metodologia que diz respeito a coleta de trabalhados e uma breve análise deles, a revisão histórica constrói, portanto, uma linha tempo que explicita a evolução, no caso deste trabalho, da representação dos personagens LGBTQIA+ nas ficções seriadas. A partir disso, realizou-se uma pesquisa no buscador mais usado do Brasil, o Google , com base em frases-chave e sem delimitar um período de tempo. A partir disso, encontrou-se diversos veículos digitais de notícia que tinham como tema o cinema, a televisão e a comunidade LGBTQIA+. Usou-se frases como “personagens LGBTQIA+ na televisão na história”, “personagens LGBT na televisão na história” e “representatividade LGBT na televisão na história”. Em um primeiro momento, os sites foram coletados e organizados em um documento. Após isso, as personagens listadas nos artigos foram identificadas e organizadas em uma ordem cronológica de exibição. 3. Resultados alcançados Ao todo, foram selecionados 13 personagens, datando de 1971 até 2020. O primeiro personagem abertamente LGBTQIA+ foi retratado na série All in the Family, de 1971. Archie (Carrol O’Connor), um dos personagens principais da série, tinha modos grosseiros e conservadores e utilizava termos pejorativos para tratar as minorias como gays e negros. Após reclamar com seu amigo Steve (Phillip Carey) sobre um rapaz afeminado que conhecia, ele acaba descobrindo que seu próprio amigo é gay. A sitcom Ellen, com Ellen Degenours, retratou a história da descoberta homossexual da personagem, quando ela se assume lésbica para uma amiga. A famosa Sex and the City (1998) trouxe o personagem Stanley (Willie Garson) que era o melhor amigo de Carrie (Sarah Jessica Parker), mas que tinha um papel coadjuvante e era o alivio cômico da série. Ainda no mesmo ano, a série Will and Grace apresentou a história de Will (Erick McCormack) e de seu companheiro Jack (Sean Hayes), que acabam protagonizando um beijo gay em uma transmissão ao vivo. Já em 2000, na série Buffy, nos deparamos com a personagem Willow (Alyson Hannigan) que vive um romance com Tara (Amber Benson), protagonizando um beijo lésbico na série. Six Feet Under, de 2001, revolucionou a televisão, trazendo um personagem gay como protagonista. David Fisher (Michael C. Hall) é um dos filhos que, após a morte do pai, começa cuidar do negócio da família. David, então, conhece Keith (Mathew St. Patrick) com quem começa um relacionamento amoroso. A série Glee, de 2009, conta com diversos personagens LGBTQIA+ em suas 6 temporadas. Porém, os mais marcantes são Santana Lopez (Naya Rivera) que se descobre lésbica ao longo da série e mantém um relacionamento com Brittany (Heather Morris). Kurt Hummel (Chris Colfer) é o gay mais afeminado da escola e que sofre diversas retaliações e precisa lidar com a sua sexualidade. Trazendo imagens mais sexuais de personagens LGBTQIA+, a série Orange Is The New Black (2013) mostra como Piper Chapman (Taylor Schilling) e a namorada Alex Vause (Laura Prepon) vão parar na cadeia. Além disso, a série aborda diversos outros casais lésbicos e personagens transexuais. Sex Education (2019) traz o personagem Eric Effiong (Ncuti Gatwa), como lida com o seu lado mais afeminado e como desenvolve o relacionamento homoafetivo com Adam Groff (Connor Swindells). De uma perspectiva mais drama, Euphoria (2019) retrata o conturbado relacionamento de Rue (Zendaya), que é viciada em drogas, com Rue (Hunter Schafer), a nova garota transexual que chega na escola. 4. Conclusão Pode-se perceber que a representação de personagens LGBTQIA+ começou de forma mais reclusa e contida, pois a sexualidade na década de 1960 e 1970 ainda era um tabu. Conforme os anos se passaram, a sociedade sofreu diversas mudanças e entre elas estava a tímida aceitação da aparição de personagens LGBTQIA+ nas séries ficcionais. A partir deste mapeamento histórico, foi possível observar que as representações de personagens abertamente LGBTQIA+ foram crescendo ao longo das décadas, e foram evoluindo de apenas aparições e citações para cenas românticas e sexuais mais explicitas. 5. Referências VIDAL, Camila Feix. O movimento conservador norte-americano da década de 1950 e a percepção conservadora a respeito da sociedade, economia e política externa. Revista TOMO, Sergipe, ed. 23 jul./dez/, 2013. DOI https://doi.org/10.21669/tomo.v0i23.2112. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/tomo/article/view/2112. Acesso em: 12 jun. 2021. JOST, François. Do que as séries americanas são sintoma? Tradutor Elizabeth Bastos Duarte e Vanessa Curvello. Porto Alegre: Editora Sulina, 2012. 70 p. BRASILEIRO, Ada Magaly Matias. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo: Contexto, 2021.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

LIMA, Julia Araujo de; HERGESEL, Joao Paulo Lopes de Meira. PERSONAGENS LGBTQIA+ NA FICÇÃO SERIADA: UM BREVE MAPEAMENTO HISTÓRICO.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/438889-PERSONAGENS-LGBTQIA-NA-FICCAO-SERIADA--UM-BREVE-MAPEAMENTO-HISTORICO. Acesso em: 23/03/2025

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