APLICATIVO SEEING AI COMO RECURSO DE MOBILE LEARNING NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Publicado em 23/12/2021

Título do Trabalho
APLICATIVO SEEING AI COMO RECURSO DE MOBILE LEARNING NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Autores
  • Aline das Graças Monteiro Miranda Barros
  • Annabell Del Real Tamariz
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 28 - Informação, Educação e Tecnologias
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/437470-aplicativo-seeing-ai-como-recurso-de-mobile-learning--no-ensino-de-lingua-inglesa-para-pessoas-com-deficiencia-vi
ISSN
Palavras-Chave
Deficiência visual, Seeing AI, Mobile Learning
Resumo
Introdução A utilização de dispositivos móveis como tablets e smartphones tem proporcionado mudanças significativas na forma de o indivíduo realizar suas atividades cotidianas. No âmbito pedagógico, a utilização desses dispositivos também tem sido frequente. O mobile learning, ou em português, aprendizagem com mobilidade, tem ampliado as possibilidades de ensino e aprendizagem de forma geral, não sendo diferente em relação ao ensino de línguas. Apesar de o mobile learning proporcionar situações de aprendizagem ubíquas, nem sempre os recursos e aplicações disponíveis em sua configuração são acessíveis para todos. Dessa forma, este estudo tem como objetivo apresentar uma pesquisa bibliográfica sobre o uso do aplicativo Seeing AI da Microsoft como recurso de mobile learning para pessoas com deficiência visual (DV). Inicialmente, essa pesquisa, tratará, em sua fundamentação teórica, de aspectos relativos à deficiência visual e ao m-learning, mais especificamente, no âmbito do ensino de línguas, do mobile assisted language learning (MALL). Posteriormente, serão apresentadas algumas das funcionalidades do Seeing AI. Por fim, serão apresentadas as conclusões. 1. Fundamentação teórica De acordo com o relatório de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 2,2 bilhões de pessoas no mundo que vivem com deficiência visual ou falta de visão. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE (2013), 3,6% dos brasileiros têm deficiência visual, seja total ou parcial. Entende-se por deficiência visual, no contexto dessa pesquisa, a cegueira e a baixa visão. A deficiência visual caracteriza-se por ser uma condição sensorial que acarreta a perda total ou parcial da visão, diminuindo ou anulando o poder de distinguir graus de luminosidade e a percepção das cores, bem como a capacidade de fazer a distinção de figuras e formas de objetos (RABELO; SANTOS; DIAS, 2021). A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu o art. 205, preconiza que a educação é um direito de todos. Dessa forma, esse direito deve garantir que as pessoas com deficiência também tenham acesso à educação, ao conhecimento e à informação. Entretanto, além de acesso, devem ser asseguradas a esses indivíduos, como a todos, condições para que eles possam se manter e de desenvolver não só nos espaços escolares, mas em toda sociedade. Para Sassaki (2009, p. 1), a acessibilidade é compreendida como “[...] uma qualidade, uma facilidade que desejamos ver e ter em todos os contextos e aspectos da atividade humana”. Contudo, a noção de acessibilidade não deve se restringir apenas à falta de barreiras físicas. Visando situações de ensino e aprendizagem mais acessíveis, os dispositivos móveis abrem perspectivas para “[...] pensar em soluções para problemas antigos como o acesso à educação por pessoas que estão à margem do sistema escolar formal, seja por abandono, por residir em locais remotos ou qualquer condição geográfica, de saúde ou econômica” (ANDRADE, 2017, p. 83). Corroborando com o pensamento de Andrade, Hao et al. (2019) reforçam o papel dos dispositivos móveis como recurso de mediação para todos os alunos, especialmente, para aqueles que de alguma forma precisam de maior atenção nas salas de aula. Na perspectiva mais direcionada para o ensino de línguas, o mobile learning apresenta uma dimensão mais específica, a MALL ou, em português, Aprendizagem de Línguas Assistida por Dispositivos Móveis (ALADIM). O ensino de língua estrangeira, e, especialmente, o do MALL, fornece um cenário ideal para o desenvolvimento de conteúdos multilíngues que permitirão a inovação de serviços e capacitarão as pessoas em risco de exclusão. O ensino e a aprendizagem de línguas têm sido cada vez mais subsidiados pela presença de diferentes tipos de tecnologia, especialmente, a móvel. A UNESCO (2013) defende o uso do MALL, pontuando que “[...] graças à integração de tecnologias de ampliação de texto, transcrição de voz, reconhecimento de localização e conversão de texto em fala, os dispositivos móveis podem melhorar drasticamente o aprendizado de alunos com deficiências físicas”. Nesta mesma direção, Mantoan (2005, n.p) pontua a importância da tecnologia e da educação caminharem lado a lado. Alnahdi (2014) afirma que é de suma importância escolher uma ferramenta ou dispositivo adequado e eficiente. Porém, o mesmo autor ressalta que esse dispositivo não tem que ser, necessariamente, um dispositivo caro, projetado apenas para fins educacionais ou para alunos com deficiência. 2. Resultados alcançados Ao se considerar o uso de aplicativos para pessoas com DV, deve-se observar alguns aspectos para a performance desses usuários com essas tecnologias relacionais. Dentre esses aspectos, estão a captura de imagens, bem como o reconhecimento automático de objetos, o reconhecimento facial e o reconhecimento de cenários complexos como algumas das possibilidades onde a inteligência artificial possui um papel importante. A Microsoft lançou em 2016 o projeto Seeing AI. Esse projeto buscou desenvolver e entregar à sociedade uma tecnologia para pessoas com as mais diversas habilidades, visando ajudar pessoas cegas ou com algum tipo de deficiência visual a compreender mais sobre o mundo que o cerca (HUBBELL, 2016). O Seeing AI integra o uso da câmera de um smartphone e a inteligência artificial (IA) para fazer a descrição de pessoas, textos e objetos (inclusive da cor) para indivíduos que possuem deficiência visual, sejam eles cegos ou com baixa visão (MICROSOFT, 2019). Segundo Rosa (2011), as aplicações da IA são bastante variadas. A IA pode ser utilizada tanto para a realização de tarefas mais “corriqueiras”, bem como para a realização de tarefas mais formais e que exijam mais complexidade. Diante do exposto, o aplicativo Seeing AI foi escolhido para esta pesquisa por oferecer dentre outras funcionalidades, a possibilidade de interação social, característica diferencial não encontrada em outros aplicativos, funcionando assim como um recurso de TA por meio da audiodescrição, além de ter características que se enquadram ao ensino de Língua Inglesa (LI) por meio do MALL. No Brasil, o Seeing AI foi lançado em 2017 para iPhones. Silveira et al. (2019) afirmam que esse aplicativo é fácil de manusear, funcionando de forma simples, sendo necessário apenas apontar a câmera do smartphone com o aplicativo aberto para iniciar a descrição. A descrição de objetos, cenas em movimento, pessoas e até mesmo de emoções é feita por meio de áudio. No mundo atual, a informação visual tem sido cada vez mais constante em nosso meio. No contexto do ensino de Língua Estrangeira (LE), essa realidade não é diferente. Eich, Schulz e Pinheiro (2017) afirmam que buscando a efetiva participação dos estudantes com DV no contexto escolar, é fundamental que haja a produção de materiais que permitam maior acessibilidade. Sendo assim, é de suma importância garantir a oferta de materiais didáticos acessíveis que possam contar com recursos de TA, como por exemplo, a audiodescrição. O Seeing AI é capaz de transformar o mundo visual em uma experiência audível, abrindo um universo de possibilidades para pessoas cegas ou com baixa visão, traduzindo imagens em palavras e lendo textos e outros documentos. Por meio do Seeing AI, acontece o processo de tradução da informação visual para informação verbal (sintética). De acordo com Jakobson (2007, p. 65), “[...] a tradução intersemiótica ou transmutação consiste na interpretação dos signos verbais por meio de sistema de signos não-verbais”. Esse aplicativo AI lê (em voz alta) textos, livros e documentos, identifica a sinalização de portas e placas e determina o valor e a moeda em notas de dinheiro. Desde o seu lançamento como aplicativo em 2017, verifica-se que o Seeing AI tem passado por atualizações, estando disponível em outros idiomas além do Inglês. Além de ter versões em diferentes idiomas, o aplicativo a partir do ano de 2019 apresentou outros novos recursos e melhorias, como a possibilidade de explorar fotos por toque, suporte nativo a iPad e melhorias nos canais, possibilitando a personalização na ordem de exibição deles. O recurso de acessibilidade disponível em smartphones por meio de softwares de acessibilidade, constitui-se em um processo de aprimoramento do sistema operacional com texto de alto contraste e feedback por áudio, estando frequentemente disponível nas configurações do próprio dispositivo, não sendo necessária a instalação de nenhum aplicativo adicional (AKKARA; KURIAKOSE, 2019). De acordo com Dockery e Krzystoilik (2020), as características do Seeing AI incluem a leitura de textos curtos, leitura de documentos, escaneamento de códigos de barras para informação sobre um determinado produto, reconhecimento facial das pessoas, descrição de cenas, identificação de cores e iluminação, dentre outras características. Conclusões Pelo exposto, infere-se que o Seeing AI apresenta várias funcionalidades, destacando-se, para fins desta pesquisa, as funções de leitura de textos curtos e de documentos por meio do recurso da audiodescrição. Dessa forma, compreende-se que esse aplicativo configura-se em um recurso de mobile learning , podendo facilitar, por meio da audiodescrição, a compreensão auditiva de textos produzidos em LI e proporcionar a descrição de imagens aos estudantes com DV. Referências bibliográficas AKKARA, J. D.; KURIAKOSE, A. Smartphone apps for visually impaired persons. Kerala J Ophthalmol, [S.l.], v. 31, p. 242-8, 2019. Disponível em: http://www.kjophthal.com/text.asp?2019/31/3/242/274615. Acesso em: 11 jan. 2021. HUBBELL, D. Seeing AI: New Technology Research to Support the Blind and Visually Impaired Community. 2016. Disponível em: http://www.fw.uri.br/NewArquivos/publicacoes/publicacoesarquivos/317.pdf. Acesso em: 29 abr. 2018. MICROSOFT. Seeing AI. 2019. Disponível em: https://www.microsoft.com/en-us/seeing-ai?wa=wsignin1.0. Acesso em: 15 out. 2021.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BARROS, Aline das Graças Monteiro Miranda; TAMARIZ, Annabell Del Real. APLICATIVO SEEING AI COMO RECURSO DE MOBILE LEARNING NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/437470-APLICATIVO-SEEING-AI-COMO-RECURSO-DE-MOBILE-LEARNING--NO-ENSINO-DE-LINGUA-INGLESA-PARA-PESSOAS-COM-DEFICIENCIA-VI. Acesso em: 04/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes