RECEBENDO UM ALUNO ACOMETIDO PELA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS NO AMBIENTE ESCOLAR

Publicado em 23/12/2021 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
RECEBENDO UM ALUNO ACOMETIDO PELA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS NO AMBIENTE ESCOLAR
Autores
  • Flavia Varriol De Freitas
  • SANDRA REGINA BARBOSA
  • Ediclea Mascarenhas Fernandes
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 20 - Acessibilidade em tempos de Diversidade, Inclusão Social e Escolar
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/xc22021/411719-RECEBENDO-UM-ALUNO-ACOMETIDO-PELA-SINDROME-CONGENITA-DO-ZIKA-VIRUS-NO-AMBIENTE-ESCOLAR
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
: Educação especial. Tecnologia assistiva. Síndrome congênita do zika vírus (SCZV).
Resumo
Introdução No Brasil, em 2015, nos deparamos com um surto de pessoas infectadas pelo Vírus Zika e o registro do crescente número de nascimentos de bebês com microcefalia indicava uma epidemia. Logo, o Ministério da Saúde evidenciou a relação entre a infecção pelo Vírus Zika em gestantes e o nascimento de bebês vivos com microcefalia e outras malformações, sobretudo entre os anos de 2015 e 2016. Considerando que neste ano (2021), as crianças com SCVZ que nasceram em 2015 estão com 6 anos e, consequentemente, há no mínimo 2 anos na escola, é necessário reformulação na infraestrutura das escolas para que se tornem acessíveis a essas crianças (VILLACHAN-LYRA, 2018). A Tecnologia Assistiva, quando adequada às especificidades do(a) aluno(a), contribui expressivamente para o seu desenvolvimento no ambiente escolar e na vida. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo responder à seguinte questão central: quais os recursos de tecnologia assistiva são adequados para atender às especificidades das crianças acometidas pela Síndrome Congênita do Zika Vírus e outras STORCHS na escola? Para subsidiar a pesquisa utilizou-se, como recurso metodológico, a revisão de literatura (ARL) que tem como característica a síntese de conclusões de pesquisas anteriores sobre determinado problema, sendo possível informar ao leitor a situação em que se encontra tal área de pesquisa (KOLLER, COUTO e HOHENDORFF, 2014). A procura por trabalhos foi conduzida pelos seguintes descritores: “zika vírus” AND “tecnologia assistiva” nas seguintes bases de dados acadêmicos: Scielo, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, PubMed, Portal Capes e Eric. 1. Fundamentação teórica O Ministério da Educação em 2016, divulgou a Nota Técnica nº 25 com orientações para o acolhimento dos bebês com microcefalia pela educação infantil: [...] os bebês com microcefalia devem ter acesso ao conjunto de cuidados próprios da primeira infância e, sobretudo, àqueles, inerentes a sua condição específica. Sabendo que as crianças com microcefalia também podem aprender, se verem oportunidade de interagir desde a mais tenra idade, as creches devem acolher os bebês com microcefalia em ambientes inclusivos, ricos e estimulantes, que ofereçam por meio de ação interdisciplinar, as condições necessárias ao seu desenvolvimento integral (BRASIL, 2016). Ainda, de acordo com a Nota Técnica, o atendimento dessas crianças deve ser realizado no contexto inclusivo com a atuação do professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE) “nos diferentes ambientes, tais como: berçário, solário, parquinho, sala de recreação, refeitório, entre outros, onde as atividades comuns a todas as crianças sejam adequadas às suas necessidades específicas” (BRASIL, 2016). Isso significa que os ambientes devem ser estimulantes e interativos. Nesse contexto, os estudos relacionados ao uso da tecnologia assistiva, no âmbito da educação especial, como forma de favorecer o processo de aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades dos estudantes com deficiência vem ocupando um espaço importante nos últimos anos. Considera-se que a TA pode contribuir de forma significativa como suporte para a efetivação de uma inclusão educacional participativa aos alunos com deficiência, principalmente se esses recursos forem utilizados de forma adequada. Dessa maneira, fica evidente que o investimento público deve ser suficiente não só para a disponibilização das TA, mas também para capacitar os profissionais que farão uso desses suportes e que são os responsáveis por avaliar e decidir quais devem ser os recursos que serão realmente eficazes para romper as barreiras e facilitar o desenvolvimento e a participação desses alunos durante sua vida escolar. 2. Resultados alcançados A seleção dos trabalhos foi baseada em um conjunto de critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos, sem recorte temporal. Dessa forma, incluímos para análise os trabalhos que atenderam os seguintes critérios de inclusão (CI’s): • Trabalhos disponíveis para download na íntegra; • Escritos em inglês, português ou espanhol; • Trabalhos que contemplem no resumo aspectos que permeiam o custo da educação especial. Após selecionar os trabalhos que atenderam os critérios de inclusão, excluímos os trabalhos que cumpriram a um ou mais um dos seguintes critérios de exclusão (CE’s): • Trabalho duplicado; • Trabalho inconcluso; • Trabalho sem relação com o foco do estudo proposto. Nestes moldes propostos, foram encontrados 132 estudos a partir da busca pelos descritores nos bancos de dados. Ao aplicar os CI’s foram selecionados 11 trabalhos, e, após aplicar os CE’s, apenas 2 trabalhos se relacionaram com a questão norteadora dessa pesquisa, conforme exposto abaixo. Os adequadores posturais são recursos de TA e servem para auxiliar o alinhamento postural das crianças com comprometimentos neurológicos. Magalhães (2018), em seu estudo de mestrado, construiu um parapodium (adequador postural) para alinhamento corporal em posição ortostática (em pé) com materiais de baixo custo, como papelão, tinta e cola, por exemplo. O objetivo é que famílias de baixa renda tenham acesso ao recurso com mais facilidade. Avaliou-se o efeito imediato do uso do adequador e durante as cinco semanas seguintes e o estudo resultou em três artigos. O primeiro teve o objetivo de descrever a construção propriamente dita do adequador postural adaptado para crianças com SCZV. O segundo apresentou os efeitos positivos de 8 entre 10 crianças no alinhamento postural em ortostatismo quando posicionado no adequador em comparação a quando segurado pelo cuidador. O terceiro artigo referiu-se a um estudo de caso com 10 crianças em que foi avaliado a usabilidade do adequador e o alinhamento corporal em um programa de terapia domiciliar durante cinco semanas de uso regular. A pesquisa registrou que o uso regular do recurso levou a melhora do alinhamento corporal e sugeriu o uso do recurso a longo prazo e com regularidade para melhores benefícios. Cavalcante (2019) analisou os efeitos do uso dos recursos de Tecnologia Assistiva no desempenho funcional de crianças com encefalopatia por SCVZ sob a ótica de familiares ou cuidadores no período de 2016 e 2018. Para esse estudo, foi utilizada a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) que identifica problemas, preocupações ou questões relativas ao desempenho ocupacional e necessidade para indicação de terapias e recursos adaptados, mobiliários, órteses e adaptações de Tecnologia Assistiva. Foram inseridos na vida diária (domicílio, creche e núcleo onde o estudo foi desenvolvido) de 23 crianças de uma média de 7 meses de idade os seguintes recursos: prancha ortostática, cadeira de 90º, órteses para membros superiores e órteses para membros inferiores. Os resultados indicaram que as principais queixas em relação ao desempenho da criança ao rolar, equilibrar a cabeça, arrastar, prono e motor fino diminuíram após o uso de tais recursos. Conclusões Apesar dos poucos trabalhos encontrados que relacionem os recursos com seus benefícios para o desenvolvimento da criança e nenhum trabalho que contextualize com o ambiente escolar, podemos perceber que, primeiramente, essas crianças precisam estar bem acomodadas nos espaços da escola para que, então, em seguida, haja o trabalho de interação. Dessa forma, a partir da pesquisa realizada na literatura e um levantamento sobre os mobiliários necessários para receber esses alunos, constatamos, que o valor, em média, para mobiliar um ambiente escolar a fim de proporcionar conforto e adequação postural para essas crianças durante a escolarização é de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Obviamente, essas crianças precisam de outros recursos pedagógicos e de TA para se desenvolverem durante o processo de aprendizagem, respeitando as especificidades de suas deficiências, assim como outros alunos com deficiência de forma geral. Podemos ressaltar também, a partir dos estudos, a extrema importância do profissional do AEE ter acesso à formação inicial e continuada para que seja capaz de avaliar qual o recurso adequado para cada um de seus alunos. De qualquer forma, dispor dos recursos de TA que citamos é o primeiro passo para que se inicie o processo de escolarização dessas crianças. Referências bibliográficas Brasil. Ministério da Educação. Diretoria de Políticas de Educação Especial. Nota técnica nº 25/2016. Orientações para o acolhimento dos bebês com microcefalia pela educação infantil. A consolidação da inclusão escolar no Brasil: 2003 a 2016. Brasília: Ministério da Educação, 2016, p. 46- 47. Cavalcante, E. F. Recursos de tecnologia assistiva no desempenho funcional de crianças com encefalopatia por síndrome congênita do zika vírus: recursos de tecnologia assistiva. 2019. 99f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina, Mestrado Profissional em Saúde da Mulher e da Criança, Fortaleza, 2019. Koller, S. H.; Couto, M. C. de P.; Hohendorff, J. V. Manual de produção científica. Porto Alegre: Penso, 2014. 191 p. Magalhães, L. M. P. F. Adequador postural de baixo custo para crianças com síndrome congênita do Zika: protocolo de construção e efeito sobre a posição ortostática. 2018. 90f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências e Saúde, 2018. Villachan-Lyra, P.; ALMEIDA, E. Síndrome congênita do zika vírus, microcefalia e outras alterações do neurodesenvolvimento: um olhar para a educação. Revista Inclusiones, [S.I.] v. 5, n, 4, p. 77-103, out. 2018.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
LinkObter o DOI

Como citar

FREITAS, Flavia Varriol De; BARBOSA, SANDRA REGINA; FERNANDES, Ediclea Mascarenhas. RECEBENDO UM ALUNO ACOMETIDO PELA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS NO AMBIENTE ESCOLAR.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/411719-RECEBENDO-UM-ALUNO-ACOMETIDO-PELA-SINDROME-CONGENITA-DO-ZIKA-VIRUS-NO-AMBIENTE-ESCOLAR. Acesso em: 29/03/2024

Trabalho

Even3 Publicacoes