O CORPO NO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA) : MOVIMENTANDO, APRENDENDO E ENSINANDO!

Publicado em 23/12/2021 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
O CORPO NO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA) : MOVIMENTANDO, APRENDENDO E ENSINANDO!
Autores
  • Elizabeth Rodrigues De Oliveira Pereira
  • MARIA CRISTINA DOS REIS E SOUZA
  • Ediclea Mascarenhas Fernandes
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 20 - Acessibilidade em tempos de Diversidade, Inclusão Social e Escolar
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/xc22021/404280-O-CORPO-NO--TRANSTORNO-DO-ESPECTRO-DO-AUTISMO-(TEA)---MOVIMENTANDO-APRENDENDO-E-ENSINANDO
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Transtorno do Espectro do Autismo. Educação Especial Inclusiva. Corpo. Aprendizagem
Resumo
A noção de “corpo”, na presente pesquisa, é concernente à uma emancipação, ou seja, uma ruptura com a visão fragmentada do ser, o corpo visto, não como fonte de pecado, nem como degradação, mas, capaz de ter “voz”, mesmo quando esta não puder manifestar-se da forma cotidiana nos educandos com TEA, cujo nível de severidade está entre 2 e 3 na classificação do DSM-V, onde há necessidade de suporte para ser compreendido ( RIOS, 2015). O corpo que ganha o lugar na Educação, é aquele cuja concepção já foi repleta de incertezas e críticas; poderia ser relativo a todo corpo, porém é o TEA que assume sua posição nesse contexto intelectual e físico. A lógica inclusiva valoriza o educando e a construção de seu conhecimento, rompendo com a tradição autoritária e o controle corporal criticado por Foucault, no intuito de manter a liberdade, o diálogo e a interação. Esta pesquisa é concernente ao processo de ensino-aprendizagem das crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), com ênfase no potencial do aluno, e não o que lhe é deficitário. Os principais objetivos deste estudo são analisar a importância da motricidade para o educando com TEA desenvolver-se, além de discutir a perspectiva inclusiva e refletir sobre o método do ensino tradicional e sobre um ensino que trate o corpo numa perspectiva vista sob uma linguagem mais ampla e menos estereotipada, remetendo às leituras de Henri Wallon, que orientam o trabalho com o ser humano de forma global, Vigotski e a concepção de homem como alguém que transforma e é transformado nas relações decorrentes de uma determinada cultura, respeitando e reconhecendo as diferenças, e Michel Foucault, no que concerne à noção da “disciplina e corpos dóceis”, devido ao fato da escola ser comparada aos quartéis, prisões, hospitais, por conta da hierarquização e das sanções normalizadoras empregadas. O corpo que ganha o lugar na Educação, é aquele cuja concepção já foi repleta de incertezas e críticas; poderia ser relativo a todo corpo, porém é o TEA que assume sua posição nesse contexto intelectual e físico, transformando o paradigma biomédico arraigado durante tanto tempo, em uma concepção emancipatória no cenário educacional. Para a realização do presente estudo, uma escola pública da rede municipal de Duque de Caxias, situada no 3.º Distrito, foi escolhida por ser o 2.º Polo de Educação Especial Inclusiva, primeira unidade de ensino a ser adaptada na década de 1990 para a implantação das classes. Através da Lei Berenice Piana ou Lei 12.764/12, entre outras legislações abordadas nesta pesquisa, o TEA teve assegurado seu direito a todas as políticas de inclusão no país. A perspectiva do estudo possibilita a conscientização em torno do TEA, assim como otimizar sua inclusão escolar. Como Metodologia, foi realizada uma Observação Participante, com um registro de campo, entrevistas semiestruturadas com os responsáveis e professores das classes regulares e de Atendimento Educacional Especializado (AEE) no intuito de analisar a construção do conhecimento no TEA e sua relação com o que é vivenciado na Escola e na Família. A escola pesquisada oportuniza o educador a vivenciar abordagens diferenciadas, colocando-se no lugar dos educandos com autismo, auxiliando-os a interagir sem imposições, respeitando suas singularidades; bem como escuta às famílias, conforme os resultados obtidos, abrindo espaço para concepções, metodologias e perspectivas para educação inclusiva de alunos com TEA. O corpo na escola é um referencial para todas as disciplinas, além de ser um corpo em movimento, deseja conhecer-se e ser conhecido, de dominar suas estruturas motoras. Se for um corpo fragmentado, reprimido, não conseguirá transpor-se, permanecendo apenas numa “visão reducionista e dicotômica de homem e de corpo”, no pensamento de Cornelsen (2007). A noção de “corpo integral” se fez presente durante toda a observação realizada na escola, diante das práticas educacionais apresentadas, as quais valorizaram a criatividade e a espontaneidade de cada educando com TEA. Dessa forma, corpo do educando com TEA, surge no cenário educacional para oportunizar o reconhecimento de seus saberes, através de seus “corpos indóceis”, suas expressões e vivências, viabilizando novos olhares acerca de seu desenvolvimento. Daí, o intuito de pesquisar e analisar o trabalho realizado na E. M. Santa Luzia, localizada no bairro Parque Equitativa, 3º Distrito do Município de Duque de Caxias/RJ, com a Educação Especial concernente à motricidade dos educandos com TEA matriculados na instituição e as mudanças pelas quais a escola passou, que apesar de seu espaço físico apresentar-se pouco acessível, com salas das classes regulares e classes especiais com quadros, tabelas, prateleiras com jogos e materiais didáticos, mas, ainda desprovidas de recursos tecnológicos, possui uma rampa entre os dois corredores principais que se encontram em níveis diferentes, um banheiro adaptado para cadeirantes e pessoas com dificuldades motoras, avisos e indicações em língua de sinais; porém, todo o corpo docente e a comunidade local estão atuantes na Educação Inclusiva, participando de reuniões, encontros, auxiliando a escola na difusão dos conhecimentos e ideais. Na data de 27 de Dezembro de 2012, foi recentemente sancionada no Brasil, a Lei Nº 12.764, conhecida como Lei Berenice Piana , que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, reconhecendo as pessoas com TEA como pessoas com deficiência, para todos os efeitos legais (BRASIL, 2013). A lei ora sancionada, ao tempo em que protege, elimina toda e qualquer forma de discriminação, reafirmando todos os direitos de cidadania deste público alvo. O mencionado marco legal foi apresentado na seção secundária 1.3.. Este é importante para viabilizar, direitos a um diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento; acesso à educação; à proteção social (benefícios, cuidados e moradia); ao trabalho e às provisões adequadas de serviços que lhes propiciem a igualdade de oportunidades(COLAÇO,2018). Regulamentada pelo Decreto n.º 8.368, de 2 de dezembro de 2014 (BRASIL, 2014b), a Lei Berenice Piana , nome da mãe de uma criança autista que lutou pela sua aprovação, estabeleceu o autismo como deficiência, com direito a ações e serviços, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde e escolarização, incluindo: diagnóstico precoce; atendimento e acompanhamento multiprofissional; nutrição adequada e terapia nutricional; medicamentos; moradia, inclusive residência protegida; mercado de trabalho; previdência e assistência social; acompanhante especializado na escola. A Lei é um marco do uso do termo Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em documentos oficiais e instituiu a política nacional de proteção aos direitos das pessoas com transtorno, considerando as seguintes definições para o quadro: I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos (BRASIL, 2012, p. 1). A denominação TEA também está presente em Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (BRASIL, 2013). Publicado pelo Ministério da Saúde, o material oferece orientações relativas aos cuidados com a saúde e atendimentos de habilitação e reabilitação às pessoas com TEA para equipes multiprofissionais que atuam na rede pública.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
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Como citar

PEREIRA, Elizabeth Rodrigues De Oliveira; SOUZA, MARIA CRISTINA DOS REIS E; FERNANDES, Ediclea Mascarenhas. O CORPO NO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA) : MOVIMENTANDO, APRENDENDO E ENSINANDO!.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/404280-O-CORPO-NO--TRANSTORNO-DO-ESPECTRO-DO-AUTISMO-(TEA)---MOVIMENTANDO-APRENDENDO-E-ENSINANDO. Acesso em: 19/04/2024

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