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Há pouco mais de dez anos realizou-se pela primeira vez o simpósio internacional Comunicação e Cultura: aproximações com Memória e História Oral. Passou uma década e outros quatro simpósios aconteceram nesse tempo.

Desde a virada para o século XXI, o campo de estudos que envolve a memória, a comunicação e os estudos culturais foi ultrapassando os cânones da filosofia, da antropologia e da história, em termos de pesquisa em humanidades, e adentrou em muitas outras áreas do conhecimento, como a comunicação, a educação e, até mesmo nas pesquisas para além das humanidades e das sociais. Contudo, esses avanços não significavam propriamente reconhecimento e validação dos métodos qualitativos de pesquisa que envolviam relatos de pessoas, testemunhos, registros de lembranças, subjetividades, experiências de vida e práticas culturais. Desse modo, parecia necessário promover um congresso específico para tais discussões em perspectiva interdisciplinar.

Um grupo de pesquisadores, entre Brasil e México, realizou assim a primeira edição em 2015, esperando por um pequeno evento em torno de cinquenta a oitenta trabalhos. E qual foi a surpresa quando chegaram cerca de duzentos trabalhos a serem apresentados logo na primeira edição, confirmando e expondo de modo gritante a necessidade de um congresso com esse tema.

Por isso, ao evocar memórias remonta-se a diversos momentos que se fizeram ao longo dessa década. O grupo que fora se formando em torno das organizações dos eventos também se configurou numa rede latino-americana de estudos da memória.

A história da Rede Latino-americana de Investigadores em Memória, Cultura e Comunicação e dos simpósios internacionais Comunicação e Cultura: aproximações com Memória e História Oral se interconectam, se interrelacionam.

Foram muitas as instituições e pessoas que se envolveram na organização desses cinco simpósios ao longo desses anos. O grupo se ampliou, com membros de outras universidades brasileiras e mexicanas, como a Universidade Autónoma de Baja California, a Universidade Paulista, a Universidade Metodista de São Paulo e, agora, a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Expandiu-se pela América Latina, contando com a participação da Universidade de Medellín. Instituições não universitárias como a Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul, presente desde a primeira edição do evento, e o LEM - Centro de producción de lecturas, escrituras y memorias, em Puebla, México, incorporado em 2022, completam essa larga rede de pesquisadores sempre envolvida com a realização deste simpósio. Apoios importantes como da Associação Mexicana de Historia Oral (AMHO) desde 2017 e agora, 2025, também com a Associação Brasileira de História Oral (ABHO), a REMEMORA e o CIVI-CO, completam as parcerias.

O I Simpósio foi realizado na USCS em 2015, com a Universidade de Colima, a Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul, a UNIP e a Metodista. A consolidação do evento ocorreu com a segunda edição, em 2017, na Universidade de Colima, com o subtema Problemas y Desafíos de la Memoria e Historia Oral. A terceira edição foi realizada em 2019, novamente na USCS, voltando-se para consolidar Diálogos entre Brasil e México, evento que marcou a entrada da Universidade Autónoma de Baja California (UABC) na rede. Após o período da pandemia o grupo não se dispersou e realizou, no início de novembro de 2022, o quarto Simpósio com o subtema. El remontar de la memoria oral, na UABC e manteve o formato das edições anteriores. A essa edição se juntou o Centro de Producción de Lecturas, Escrituras y Memorias (LEM), do México.

Dando continuidade ao trabalho da Rede Latino-americana de Investigadores em Memória, Cultura e Comunicação, concluiu-se, em maio de 2025, o V Simpósio Internacional Comunicação e Cultura: aproximações com Memória e História Oral. Os desafios da interculturalidade, realizado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), em São Paulo.

Nessas trocas, aprende-se sobre as experiências acadêmicas, temáticas e metodológicas, em um diálogo contínuo e reflexivo. Constroem-se caminhos com interesses convergentes, questionamentos comuns e compartilhamentos das mesmas motivações de pesquisas transnacionais e interculturais.

Devido ao histórico de mais de uma década, estabeleceram-se relações estreitas entre pesquisadores dessas instituições, que celebraram esse encontro de pessoas no V Simpósio. Não apenas as pessoas que integram e formam a Rede Latino-americana de Investigadores em Memória, Cultura e Comunicação, mas sim as pessoas das mais diversas instituições e interesses, sejam pesquisadores, acadêmicos, profissionais, estudantes ou empreendedores. Sejam das áreas da Comunicação, da Educação, das Letras, das Artes, das Gestões, das Biologias e tantas outras que estejam dispostas ao diálogo interdisciplinar e afetuoso.

Um congresso é como uma festa, na qual se reúnem pessoas para rever amigos e conhecer outros, conversar sobre seus trabalhos e suas experiências, refletir sobre práticas culturais e interculturais, expressar memórias, contar histórias, além de comer, beber, cantar e dançar. Por esse motivo que os integrantes da Rede Latino-americana de Investigadores em Memória, Cultura e Comunicação, junto com a Universidade Presbiteriana Mackenzie, seus dirigentes, a equipe do Mestrado Profissional em Comunicação Intercultural nas Organizações e a direção do Centro de Comunicação e Letras não mediram esforços para receber a todos, com todo o empenho e primor que sempre marcaram as cinco edições desse evento.

Conclui-se aqui mais um conjunto de atas que registra os trabalhos de quem passou pelo V Simpósio e o desejo de todos para que esse evento se realize pela sexta vez, no México, sob os cuidados do LEM. E que seja vinda longa aos simpósios internacionais Comunicação e Cultura: aproximações com Memória e História Oral.