MEMÓRIA, MILITÂNCIA E RESISTÊNCIA DE MULHERES NO PERÍODO DITATORIAL: A LUTA FEMININA E A (RE)DEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL

Publicado em 16/05/2016 - ISSN: 2238-2208

Campus
DeVry | Unifavip
Título do Trabalho
MEMÓRIA, MILITÂNCIA E RESISTÊNCIA DE MULHERES NO PERÍODO DITATORIAL: A LUTA FEMININA E A (RE)DEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL
Autores
  • Camylla Galindo Cezar
  • JESSYCA IASMIM DE SOUZA FARIAS
  • Paulo Gonçalves De Andrade
  • Wine Santos Silva
Modalidade
Relato de Experiência
Área temática
Direito
Data de Publicação
16/05/2016
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/viimostradevry/29722-MEMORIA-MILITANCIA-E-RESISTENCIA-DE-MULHERES-NO-PERIODO-DITATORIAL--A-LUTA-FEMININA-E-A-(RE)DEMOCRATIZACAO-DO-BRA
ISSN
2238-2208
Palavras-Chave
Ditadura Militar, Memória, Luta Feminina, Tortura.
Resumo
A presente pesquisa está relacionada aos estudos que vêm sendo desenvolvidos no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre Direitos Humanos (GEPIDH-Mércia Albuquerque/UNIFAVIP). Assim, o presente resumo se dedica a estudar as consequências de ser mulher militante no período ditatorial. O objetivo do tema abordado é resgatar a memória da luta feminina através da análise das experiências vividas por mulheres que foram expostas a tratamentos desumanos e sobreviveram ao período ditatorial, a fim de jogar novas luzes que resgatem esse período da história do Brasil. Para alcançar seu objetivo, esta pesquisa fará uso de estudo bibliográfico, exploratório e descritivo, com o escopo de elucidar fenômenos que não são evidenciados, mas que fazem parte de uma história obscura do país, conhecida como “anos de chumbo”. Esta pesquisa irá se ater ao estudo do conjunto de relatos presentes no livro “Luta, Substantivo Feminino”, de Tatiana Merlino e Igor Ojeda (2010), que apresenta depoimentos de mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura. Durante o período da ditadura, muitas foram as manifestações contra o regime, das quais as mulheres também foram protagonistas como militantes da resistência e como organizadoras da sociedade civil para o retorno do país à democracia. Foram analisados os relatos de Hecilda Fontelles Veiga, ex-militante da Ação Popular (AP), que era estudante de Ciências Sociais quando foi presa, em 6 de outubro de 1971, em Brasília (DF); Marise Egger-Moellwald, ex-militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), era estudante de Ciências Sociais quando foi presa no dia 24 de outubro de 1975, em São Paulo (SP); Lilian Celiberti, uruguaia, ex-militante do Partido da Vitória do Povo (PVP), era professora quando foi sequestrada em Porto Alegre (RS), em 12 de novembro de 1978. Os resultados mostram que mesmo sendo mulheres distintas, sofreram duras violências e práticas desumanas no período ditatorial, dando ênfase aos tipos de tortura aos quais foram submetidas, a saber, descargas elétricas, tortura psicológica, socos, pontapés, calor, frio, asfixia, assim como eram também amordaçadas, nuas e encapuzadas, dentre outras práticas degradantes. Nessa senda, pode-se extrair das vivências dessas mulheres, o desprezo pela condição feminina, quando explicitam que eram mães, estavam gestantes, lactantes, e isso não impedia os carrascos de revelarem sua irreverência ao projetar as torturas também à prole das mulheres militantes, uma vez que eram expostas à celas sem condições mínimas de higiene, alojamento, alimentação, chegando ao ponto de um médico, em um dos casos, fazer o parto cesáreo da mulher, sem anestesia, e como o que as movia era uma ideia, uma força sobre-humana para lutar contra a ordem ditatorial instaurada, por resistir a essas torturas eram por vezes consideradas mulheres frias, sem sentimentos, verdadeiras feras sem emoção. A partir do estágio atual da pesquisa, o que se percebe é que a tortura tem por escopo desumanizar o ser humano enquanto pessoa, desrespeitando sua vontade e seu corpo, especialmente o feminino, com o intuito de fazer com que mulheres se sentissem marginalizadas, sem identidade, uma vez que perdiam o controle sobre seus sentidos e emoções. As histórias analisadas mostram que as mulheres eram tratadas como um mero objeto de manipulação política, sexual e de violência, frágeis frente a uma ordem autoritária que, embora tutelada pela lei, agia contra todos os direitos fundamentais inerentes a elas.
Título do Evento
VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
LinkObter o DOI

Como citar

CEZAR, Camylla Galindo et al.. MEMÓRIA, MILITÂNCIA E RESISTÊNCIA DE MULHERES NO PERÍODO DITATORIAL: A LUTA FEMININA E A (RE)DEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL.. In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viimostradevry/29722-MEMORIA-MILITANCIA-E-RESISTENCIA-DE-MULHERES-NO-PERIODO-DITATORIAL--A-LUTA-FEMININA-E-A-(RE)DEMOCRATIZACAO-DO-BRA. Acesso em: 24/04/2024

Trabalho

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