O UNIVERSALISMO CIENTÍFICO: INTEGRAÇÃO E DESLEGITIMAÇÃO DE CONHECIMENTOS INDÍGENAS.

Publicado em 16/05/2016 - ISSN: 2238-2208

Campus
Faculdade DeVry João Pessoa
Título do Trabalho
O UNIVERSALISMO CIENTÍFICO: INTEGRAÇÃO E DESLEGITIMAÇÃO DE CONHECIMENTOS INDÍGENAS.
Autores
  • jan linhart
  • Caboquinho Anto^nio Pessoa Gomes
  • Pedro Eduardo Pereira Kaaguaso
  • Luan Cardoso de MEndez Potiguara
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
Educação
Data de Publicação
16/05/2016
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/viimostradevry/29559-O-UNIVERSALISMO-CIENTIFICO--INTEGRACAO-E-DESLEGITIMACAO-DE-CONHECIMENTOS-INDIGENAS
ISSN
2238-2208
Palavras-Chave
Conhecimento. Ciêa.
Resumo
As ciências modernas, como conjuntura sócio-epistemica e aparelho de produção e legitimação de um saber-poder hegemônico, geram mais conhecimentos que qualquer outra proposta epistemológica na história humana. Mas ao mesmo tempo a ciência demonstra dificuldades de 1) explicar certos fenômenos de forma coerente e 2) de integrar outros conhecimentos culturalmente distintos para fazê-los acessíveis a uma compreensão científica mais ampla e profunda. Conhecimentos “tradicionais” ou “indígenas” são reinterpretados dentro da paradigmática cientifica, desconsiderando os modelos êmicos de explanação. A ciência não nega, por exemplo, a potencia de certas plantas medicinais utilizadas pela medicina tradicional; porem, a sua potência é explicada como efeito dos seus componente químicos, e não da sua força vital ou espiritual, e efeitos positivos de rituais de cura são tomados como efeitos “placebo”; assim, os modelos explanatórios apresentados pelos conhecimentos tradicionais são desconsiderados. Esta situação é problemática porque 1) limita, epistemologicamente, o potencial das ciências enquanto à compreensão e integração de conhecimentos, conceitos e fenômenos que contradizem a paradigmática científica; e, 2) porque deslegitimando, a nível epistemológico, conhecimentos culturalmente diferentes como "não-científicos", também desvaloriza os discursos e as demandas políticas dos povos indígenas por autonomia cultural, que são baseadas nestes mesmos conhecimentos. Nesse contexto estamos desenvolvendo uma pesquisa participativa junto com o povo Potiguara focando nas seguintes questões: 1) Quais são os conceitos chaves nos saber Potiguara? 2.) Quais são os paradigmas científicos que deslegitimam esses conceitos? 3.) Quais as justificativas teóricas para essa deslegitimação e qual o embasamento epistemológico delas? 4) Existem vias teóricas para amenizar essa deslegitimação que cabem na axiomática e na epistemologia cientifica? O objetivo principal da pesquisa é analisar as causas da dificuldade demostrada pelas ciências modernas enquanto à integração de modelos explanatórios cultural e epistemologicamente diferentes. Assim, a pesquisa apoiaria a integração e legitimação de conhecimentos culturalmente distintos, o que também contribuirá ao trabalho na área da educação intercultural indígena, e traria efeitos positivos em relação à situação política dos povos indígenas. O projeto de pesquisa seguirá três linhas metodológicas: 1) Pesquisa participativa; 2) Análise teórica; 3) Pesquisa de campo. O eixo central da pesquisa é a participação ativa do povo Potiguara que analisou, debateu e re-moldadou o projeto conforme às suas necessidades atuais. Realizamos oficinas com os estudantes e professores potiguara da licenciatura indígena da UFCG/PROLIND que resultaram na formação de uma equipe de pesquisadores (quatro indígenas e uma não indígena). A analise teórica visa identificar e classificar conceitos chaves no conhecimento Potiguara, entender quais destes são deslegitimados pela ciência moderna, e quais exatamente são os paradigmas científicos que resultam na deslegitimação destes conceitos indígenas como não científicos, ou seja, colocando-os como mito, ilusão, fantasia ou superstição. O conjunto dos paradigmas identificados e classificados formará uma topologia dos limites epistemológicos da ciência, com cada paradigma identificado servindo como um marco delimitador no espaço do saber científico. Os estudos teóricos são sustentados e complementados por pesquisas de campo, aplicando entrevistas e observações participantes nas aldeias nas terras indígenas dos Potiguara na região entre Rio Tinto, Marcação e Baia da Traição, PB. Os primeiros resultados já mostraram algumas conceitos cosmológicas da medicina Potiguara apontando certos paradigmas científicos conflitantes que funcionam como argumentos deslegitimadores.
Título do Evento
VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
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Como citar

LINHART, jan et al.. O UNIVERSALISMO CIENTÍFICO: INTEGRAÇÃO E DESLEGITIMAÇÃO DE CONHECIMENTOS INDÍGENAS... In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viimostradevry/29559-O-UNIVERSALISMO-CIENTIFICO--INTEGRACAO-E-DESLEGITIMACAO-DE-CONHECIMENTOS-INDIGENAS. Acesso em: 18/04/2024

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