ABORDAGEM DO CIVIL-MILITARISMO EM JORNAIS E EM TEXTEMNUNHOS DURANTE OS ANOS DE CHUMBO: SOBRE A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA DO BRASIL

Publicado em 16/05/2016 - ISSN: 2238-2208

Campus
DeVry | Unifavip
Título do Trabalho
ABORDAGEM DO CIVIL-MILITARISMO EM JORNAIS E EM TEXTEMNUNHOS DURANTE OS ANOS DE CHUMBO: SOBRE A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA DO BRASIL
Autores
  • Rachel de Melo Farias
  • Fernando da Silva Cardoso
Modalidade
Relato de Experiência
Área temática
Direito
Data de Publicação
16/05/2016
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/viimostradevry/29096-ABORDAGEM-DO-CIVIL-MILITARISMO-EM-JORNAIS-E-EM-TEXTEMNUNHOS-DURANTE-OS-ANOS-DE-CHUMBO--SOBRE-A-CONSTRUCAO-DA-MEMOR
ISSN
2238-2208
Palavras-Chave
Mídia, Memória, Militarismo, Brasil
Resumo
Este trabalho é parte de um estudo mais amplo em curso desenvolvido no âmbito da Iniciação Científica intitulada “Direitos humanos, violência e diversidade humana no período ditatorial, no Agreste de Pernambuco (1964-1985)”. Nesse sentido, o presente resumo visa discutir a abordagem sobre a intervenção militar nas manchetes de jornais comparando-as durante os anos de chumbo, buscando compreender como a mídia impressa brasileira contribuiu – ou não – com a construção da memória coletiva do Brasil. Como contraponto ao que fora analisado nos jornais selecionados, apresentaremos a análise de alguns depoimentos de pessoas que vivenciaram o período. A presente pesquisa, de caráter bibliográfico-exploratório, articula o aprofundamento e as análises iniciais sobre os objetos eleitos. Partimos do pressuposto de que os jornais selecionados não articulavam ou reconheciam a história daqueles que militavam contra o regime imposto, assim, a mídia impressa brasileira fora espaço de reafirmação da dominação civil-militar então imposta. Os referencias teóricos para a realização desse estudo foram as ideias de Dantas (2014) e Leal (2012), e a análise de conteúdo (BRADIN, 1987) do depoimento de Rosalina Santa Cruz (2002). Neste resumo apresentaremos as análises das manchetes do Jornal O Globo, assumidamente favorável à intervenção militar como declarado em seu memorial no dia 31 de agosto de 2013, à luz da realidade descrita por pessoas que participaram dos movimentos de resistência. Quanto aos resultados até então alcançados, partimos da análise da reportagem veiculada no dia 2 de abril de 1964 no jornal O Globo, intitulada: “Ressurge a democracia”. O discurso pregado pelo Impresso trazia trechos como “atendendo aos anseios nacionais de paz, tranquilidade e progresso... As forças armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a nação na integridade de seus direito”. Percebe-se no trecho a alusão ao militarismo como sendo a alternativa aos problemas do país nesse período, mesmo que isso significasse a ausência de um regime democrático. O discurso do impresso, em seguida, associa a “paz, tranquilidade e progresso” às forças armadas, indicando o militarismo como sinônimo de heroísmo, já que seriam esses agentes os responsáveis por mudanças estruturais no Brasil. Percebe-se também a noção discursiva de “anseios nacionais”, na massificação do discurso do jornal O Globo. Coloca-se esse aspecto como reflexo de um possível imaginário vigente nessa época, no entanto, forjado pelas elites nacionais. Como forma de problematizarmos a construção da memória coletiva impulsionada pelo discurso midiático nos anos de chumbo, analisamos também o testemunho de Rosalina Santa Cruz, nascida na cidade do Recife, em 8 de dezembro de 1945. Nesse testemunho, destacamos o trecho: “[...] com essa prisão, nós fomos barbaramente torturados, no DOPS, para onde fomos levados.” A imagem inicial dessa fala desconstrói o discurso pregado pelo jornal anteriormente analisado, percebe-se que o desrespeito aos direitos humanos tornou-se elemento de sustentação do totalitarismo implantado, realçado na memória e fala do jornal O Globo. Conclui-se, portanto, a partir da análise do material do jornal O Globo e do testemunho eleitos, que a atuação da mídia durante o período de intervenção militar não contribui para a construção da memória coletiva do Brasil, sendo necessárias, hoje, políticas de memória que assegurem o conhecimento desse período, de modo que as pessoas possam conhecer as atrocidades ocorridas e, para que novas violações não surjam.
Título do Evento
VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
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Como citar

FARIAS, Rachel de Melo; CARDOSO, Fernando da Silva. ABORDAGEM DO CIVIL-MILITARISMO EM JORNAIS E EM TEXTEMNUNHOS DURANTE OS ANOS DE CHUMBO: SOBRE A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA DO BRASIL.. In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viimostradevry/29096-ABORDAGEM-DO-CIVIL-MILITARISMO-EM-JORNAIS-E-EM-TEXTEMNUNHOS-DURANTE-OS-ANOS-DE-CHUMBO--SOBRE-A-CONSTRUCAO-DA-MEMOR. Acesso em: 28/03/2024

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