ERA UMA VEZ UM ADOLESCENTE QUE TEVE UMA HISTÓRIA (DE) PRIVAÇÃO...

Publicado em 16/05/2016 - ISSN: 2238-2208

Campus
DeVry | Fanor
Título do Trabalho
ERA UMA VEZ UM ADOLESCENTE QUE TEVE UMA HISTÓRIA (DE) PRIVAÇÃO...
Autores
  • ANTONIO ROGERIO PAULO DE SOUSA
  • Luana Timbó Martins de Amoreira
Modalidade
Relato de Experiência
Área temática
Psicologia
Data de Publicação
16/05/2016
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/viimostradevry/28993-ERA-UMA-VEZ-UM-ADOLESCENTE-QUE-TEVE-UMA-HISTORIA-(DE)-PRIVACAO
ISSN
2238-2208
Palavras-Chave
Cinema, Psicanálise, Deprivação, Ambiente suficientemente bom.
Resumo
A Psicanálise, desde sua criação, esteve perpassada pela arte: Freud relacionou sua obra com a pintura, escultura e obra literária. Já os pós-freudianos, como Winnicott, exploraram as obras cinematográficas para associar com seus conceitos (Schlachter et al.,2014). O cinema tem exposto, criticado, denunciado e retratado a realidade, tem ampliado a reflexão e a produção de conhecimento. Cinéfilo, o autor deste trabalho sempre tentou articular o cinema com sua graduação em psicologia, utilizando-se de filmes e séries de seu interesse, assim como da psicanálise winnicottiana para seu crescimento acadêmico e pessoal. Sua trajetória foi perpassada por vários filmes, dentre eles O contador de história. O filme brasileiro do diretor Luiz Villaça, lançado em 2009, retrata a biografia do mineiro Roberto Carlos Ramos, caçula entre dez irmãos, que foi deixado aos seis anos pela mãe na Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (FEBEM). Propagava-se que as crianças ali internadas se tornariam doutores, porém a realidade foi bem diferente da propaganda na TV: num contexto de privações, violência e incontáveis fugas, Roberto foi considerado irrecuperável. Porém, ao conhecer a psicóloga francesa Margherit começou a contar uma nova história. O filme pode ser relacionado à história de um jovem do convívio do autor deste trabalho. O rapaz em questão saiu de um centro socioeducativo de adolescente em conflito com a lei na cidade de Fortaleza. Tal centro ainda passa por uma crise de violações dos direitos humanos, não proporcionando um ambiente adequado para o desenvolvimento dos jovens, como prevê a lei. O presente relato de experiência teve como objetivo elucidar como o filme O contador de história e a psicanálise winnicottiana nos influenciaram a colaborar com o processo de socioeducação desse jovem egresso de um centro socioeducativo. Foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com o jovem e com o casal que o acompanhou no seu processo de socioeducação no ano de 2012, bem como relatos narrados durante o convívio com os mesmos, pois todos frequentavam a mesma igreja. Nas entrevistas, percebeu-se que a infância e adolescência de João (nome fictício) foram perpassadas por diversas dificuldades, tanto financeiras como emocionais, sua família de classe social baixa morava no interior do estado do Ceará, e João não conheceu o pai, sendo criado por seus avós. Após o ato infracional, veio para Fortaleza, onde passou dois anos cumprindo a medida de internação, quando conheceu Joana, que era pedagoga do centro, e seu esposo, que após seu egresso lhe ajudaram no seu processo de socioeducação. Winnicott (1960), em sua teoria do desenvolvimento emocional dá ênfase ao meio ambiente materno, à relação mãe/bebê, como essencial no amadurecimento saudável, e quando fala de ambiente se refere aos aspectos físicos e emocionais necessários ao desenvolvimento do ser humano. Winnicott (1963) ressalta que a tendência anti-social ou a delinquência propriamenente dita, que diria respeito a um anti-social não tratado, é o resultado de uma deprivação, e não de uma privação. A deprivação ocorre quando um ambiente suficientemente bom na dependência relativa falha de forma abrupta e prolongada, quando a criança não recebeu as respostas emocionais necessárias para seu contínuo amadurecimento. Houve uma relação boa entre sujeito e ambiente no início, mas essa relação foi descontinuada. Winnicott, em sua teoria e prática, percebeu que o ambiental é crucial nos distúrbios ocorridos com o ser humano. Concluímos que o filme O contador de história e a psicanálise winnicottiana, além do relato de experiência de um caso acompanhado, nos apontaram que, através de um ambiente suficientemente bom, adolescentes que passaram por deprivações podem continuar a amadurecer e ter uma vida diferente, através do manejo e cuidado de pessoas que possam lhe dar o suporte necessário para seu amadurecimento.
Título do Evento
VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
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Como citar

SOUSA, ANTONIO ROGERIO PAULO DE; AMOREIRA, Luana Timbó Martins de. ERA UMA VEZ UM ADOLESCENTE QUE TEVE UMA HISTÓRIA (DE) PRIVAÇÃO..... In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viimostradevry/28993-ERA-UMA-VEZ-UM-ADOLESCENTE-QUE-TEVE-UMA-HISTORIA-(DE)-PRIVACAO. Acesso em: 25/04/2024

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