DA FAZENDA PARA MESA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O MOVIMENTO E SUAS REPERCUSSÕES NO BRASIL E NO MUNDO.

Publicado em 16/05/2016 - ISSN: 2238-2208

Campus
Faculdade DeVry | Ruy Barbosa (Campus Rio Vermelho)
Título do Trabalho
DA FAZENDA PARA MESA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O MOVIMENTO E SUAS REPERCUSSÕES NO BRASIL E NO MUNDO.
Autores
  • Bruno Almeida Brito
  • LARISSA ALVES DE SOUSA COSTA
  • anaildes batista cruz
  • Larissa Carvalho Dantas de Olieveira
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
Gastronomia
Data de Publicação
16/05/2016
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/viimostradevry/28722-DA-FAZENDA-PARA-MESA--CONSIDERACOES-SOBRE-O-MOVIMENTO-E-SUAS-REPERCUSSOES-NO-BRASIL-E-NO-MUNDO
ISSN
2238-2208
Palavras-Chave
Fazenda, mesa, gastronomia, cozinha, regional.
Resumo
Nos últimos dez anos o movimento Da Fazenda Para Mesa, inaugurado nos Estados Unidos, se apresentou como modelo alternativo ao anteriormente praticado pelos grandes restaurantes daquele país, ao propor que os alimentos utilizados em suas atividades diárias fossem originários das cercanias, privilegiando-se, assim, o frescor dos insumos como fator determinante na qualidade dos pratos servidos. Tratava-se de resposta à produção em massa de alimentos pelas grandes indústrias, nascida dos anseios populacionais pela volta ao consumo de alimentos minimamente processados, mais saborosos e livres de aditivos. No cenário brasileiro, este movimento ideológico se materializou em projetos conduzidos pela Junta Local, Projeto Aproxima, Clube Orgânico, De-Lá e CSA Brasil, além dos restaurantes Lasai e Paraíso Tropical. As origens do conceito Farm to table remetem à Chef Alice Waters, em especial à sua ideia de listar os nomes das fazendas que produziam os insumos utilizados no menu do Chez Panisse. Sua intenção era lembrar as pessoas de que a comida tinha suas origens na terra, nas fazendas e não nos supermercados, restabelecendo a ligação entre as estações do ano, os alimentos típicos de cada uma delas e o que era servido em seu restaurante, com o compromisso de dar o devido crédito a todos os elos da cadeia produtiva. Tal prática ganhou grande notoriedade e passou a ser imitada por Chefs pelo mundo afora, dentre eles Dan Barber, atualmente o maior expoente e, ao mesmo tempo, crítico do movimento. Durante os trabalhos de pesquisa para a elaboração de seu livro O terceiro prato, Dan Barber, percebeu as falhas nas propostas no ideal Farm to Table, o que o levou a afirmar que este não chegava a transformar a realidade do modelo de produção de alimentos vigente, mas, em contrário, pressionavam ainda mais um modelo que vinha levando à exaustão as zonas produtoras e ecossistemas marinhos. No Brasil, por sua vez, o Paraíso tropical, restaurante localizado em Salvador, fundado e comandado pelo Chef Beto Pimentel, Engenheiro Agrônomo de Formação, permitiu a união do gosto de seu idealizdor pelo cultivo de gêneros variados à alta gastronomia. Sem alarde ou mesmo sem conhecimento do grande público, tornou-se o pioneiro no segmento Fazenda para Mesa, em Salvador e, possivelmente, de todo o país. Atualmente, contudo, Chefs como Michael Scelfo do Alden & Harlow pregam a aposentadoria da expressão Farm to Table, uma vez que o termo teria sido drenado de toda sua real significância. Inevitável, portanto, concluir que, até o presente momento, o conceito não se revelou agente capacitado a impactar as cadeias produtivas mas, em verdade, tão somente uma valiosa ferramente de marketing do mercado gourmet e, nesse processo, pode ser responsável por um desserviço ainda maior, qual seja o de contribuir para a descaracterização da cozinha de raiz. Ao pregar o aproveitamento integral de tudo o que a terra produz, o Chef Dan Barber não inova, apenas prega o resgate de práticas ancestrais largamente utilizadas em nosso passado, que muito contribuíram para a fundação do que hoje se entende como cozinha regional sem, contudo, lhe dar o devido crédito. Felizmente, o Chef Beto Pimentel não comete o mesmo equívoco, uma vez que, se de um lado foi um dos verdadeiros pioneiros do movimento Fazenda para Mesa em nosso país, ainda que, possivelmente, sequer tenha sido esse seu plano, foi, talvez, o único que se ateve às suas convicções, sem jamais desmerecer os lastros que a cozinha por ele praticada possui na cozinha regional baiana.
Título do Evento
VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
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Como citar

BRITO, Bruno Almeida et al.. DA FAZENDA PARA MESA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O MOVIMENTO E SUAS REPERCUSSÕES NO BRASIL E NO MUNDO... In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viimostradevry/28722-DA-FAZENDA-PARA-MESA--CONSIDERACOES-SOBRE-O-MOVIMENTO-E-SUAS-REPERCUSSOES-NO-BRASIL-E-NO-MUNDO. Acesso em: 20/04/2024

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