DE MOVIMENTOS PARA DESLOCAMENTOS: O CASO VAZANTEIRO DO MÉDIO SÃO FRANCISCO

Publicado em 17/01/2025 - ISSN: 2359-4306

Título do Trabalho
DE MOVIMENTOS PARA DESLOCAMENTOS: O CASO VAZANTEIRO DO MÉDIO SÃO FRANCISCO
Autores
  • Maria Cecília Cordeiro Pires
Modalidade
Resumo Simples
Área temática
ESPAÇO DE DIÁLOGO 05: MIGRAÇÕES E DESLOCAMENTOS COMPULSÓRIOS: OS AVANÇOS DOS MEGAEMPREDIMENTOS NOS TERRITÓRIOS TRADICIONAIS
Data de Publicação
17/01/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viicoloquiopcts/923218-de-movimentos-para-deslocamentos--o-caso-vazanteiro-do-medio-sao-francisco
ISSN
2359-4306
Palavras-Chave
Movimentos; Deslocamentos; Megaemprendimentos; Vazanteiros; Resistências.
Resumo
Apresento aqui, um recorte da minha tese de doutorado em andamento, onde através de uma etnografia multisituada, realizo um estudo sobre movimentos, mas também em movimento em comunidades Vazanteiras do Médio São Francisco, nos municípios de Matias Cardoso e Manga. As mobilidades são parte do modo de vida e do sistema tradicional Vazanteiro, um movimento que era livre e respeitoso com o rio, que moldava os ambientes e ofertava os alimentos em forma de peixes e terras fertilizadas. Mas essa liberdade foi interrompida e os movimentos deram lugar aos deslocamentos num contexto da chegada de megaempreendimentos. Houve a expropriação das terras tradicionalmente ocupadas, por grandes fazendeiros e por grandes empreendimentos agropecuários financiados no contexto da modernização conservadora do campo. Como exemplo, a implementação do maior projeto de fruticultura irrigada da América Latina, o Jaíba, instalado entre os rios São Francisco e Verde Grande. Devido sua grande magnitude influenciou nas dinâmicas locais, agravando ainda mais a situação ao final dos anos 1990 e início dos anos 2000, onde para viabilizar a sua ampliação, foi exigida uma contrapartida ambiental através da criação de Unidades de Proteção Integral (UPI). Assim houve uma sobreposição aos territórios tradicionais Vazanteiros. Como analisam Gellert e Lynch (2003, p.19), os megaprojetos são acompanhados de grandes deslocamentos, de diferentes categorias, de aspectos naturais, materiais, sociais. E ocorrem em efeito cascata, pois após a implementação, “os caminhos e a intensidade dos distúrbios que causam o deslocamento são raramente previsíveis. É um problema sócio-natural contínuo. Processo que assume inúmeras formas. Pode ocorrer próximo ou distante do local do projeto”. De diferentes maneiras, essas comunidades sofreram deslocamentos, mas continuam em movimento, em coletividade, tanto os que precisaram migrar para outros lugares, como os que ficam, se articulando em busca dos direitos territoriais.
Título do Evento
VII COLÓQUIO INTERNACIONAL POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS - PRIMAVERA DOS POVOS RUMO À COP 30 Ancestralidade, Justiça Climática e Direitos Territoriais!
Cidade do Evento
Montes Claros
Título dos Anais do Evento
Colóquio Internacional Sobre Povos e Comunidades Tradicionais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PIRES, Maria Cecília Cordeiro. DE MOVIMENTOS PARA DESLOCAMENTOS: O CASO VAZANTEIRO DO MÉDIO SÃO FRANCISCO.. In: Colóquio Internacional Sobre Povos e Comunidades Tradicionais. Anais...Montes Claros(MG) UNIMONTES, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viicoloquiopcts/923218-DE-MOVIMENTOS-PARA-DESLOCAMENTOS--O-CASO-VAZANTEIRO-DO-MEDIO-SAO-FRANCISCO. Acesso em: 07/12/2025

Trabalho

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