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A V Conferência Histórico-Cultural traz o tema Semear Conhecimentos e Compartilhar Afetividades, a partir dos estudos de Vygotsky que delineou a teoria em que as relações e interações humanas na vida social constroem a singularidade, o sujeito da vontade, da atividade, o pensamento tornado palavra, o aprendizado significativo. A história humana não seria possível sem o compartilhar, e sem a memória afetiva.

A conferência trata disso, de encontros e debates, de troca de saberes, de aprendizados entre pares, estudantes "stricto sensu" de mestrado e doutorado, de profissionais pesquisadores, professores que vieram contribuir, a dar o salto qualitativo entre questionamentos, a dúvida. O acolhimento dos trabalhos foi possível com o empenho da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) e o Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade de onde emerge.

Os estudos se integram ao Campo, Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), com a teoria Histórico-Cultural de Vygotsky, de sua pesquisa em arte, das funções complexas superiores, de sua incansável busca por conhecimento, das relações e interações, os valores humanos a constituir a subjetividade, e das emoções que qualificam a inteligência, do aprendizado social cultural significativo, disposto a compartilhar. 

A conferência é um testemunho de saberes, vivências e práticas vividas ao que pode ser feito no mover da terra a receber a semente, e assim frutificar novamente e a colher e compartilhar conhecimentos, de contribuir para bem humano com afetividade. Pensamos no bem da convivência humana, a vida social, os nossos aprendizados, as nossas buscas e superações, a considerar o outro como alguém que pode contribuir para semearmos o que sabemos, o conhecimento com afetividade.

A técnica, a ciência e a tecnologia são entidades, formas complexas, e não estruturas definidas regidas por uma lógica que recai sobre si mesma, trata-se de institutos humanos. A produção do artefato, da teoria surge da sociedade humana para construir novos conhecimentos a serem socialmente compartilhados.

A vida social é sensível, construtora do sujeito singular, da memória afetiva, e, portanto, em nada podem se distanciar da expressão criadora, da ética, das emoções, e da memória afetiva como parte da história humana.

A máquina, a técnica no uso das ferramentas, os pequenos pedaços de saberes jamais juntados de uma apostila não são o conceito, uma ideologia das facilidades tecnicista da vida.

O tema da V Conferência surge neste momento em que as políticas globais se movimentam em direção ao conflito, espargindo lutas por interesses, assédio e exclusão, a tortura que vive do sofrimento alheio, e devido à crise do capital a dilacerar culturas e valores humanos, o tecnicismo ganha corpo, retirando da formação o sensível, a criação, a arte que nos faz transcender na materialidade e imaterialidade de sua manifestação, e a expressão crítica livre. Por isso esse tema, e todos os trabalhos corresponderam ao que buscamos.

Em tudo está o que lá não se encontra por completo e definitivo, o humano - e na sua solidão de atento e em foco, está carregado de sentimentos, lotado do sensível - mesmo que o outro, em carne e osso não se apresente, estamos ligados a ele, uns aos outros, construímos a história, a memória social ao compartilhar conhecimentos com afetividade.

Professor Pedro Moreira da Silva Neto