EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE OS TIPOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA PREVALENTES NO PERÍODO DE 2018 A 2022

Publicado em 15/04/2025 - ISBN: 978-65-272-0809-9

Título do Trabalho
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE OS TIPOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA PREVALENTES NO PERÍODO DE 2018 A 2022
Autores
  • Gabriel Ramos Da Silva
  • Patrick Rodrigues grijo
  • Vitoria Stephane de Souza Vale
  • Letícia Siqueira Mena Barreto
  • Frankly Cardoso Nunes Silva
  • Maria Prata
Modalidade
Trabalho Científico
Área temática
Eixo II: Formação profissional na área da saúde da mulher
Data de Publicação
15/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/seminario-internacional-resm-lp-442281/859381-evidencias-cientificas-sobre-os-tipos-de-violencia-obstetrica-prevalentes-no-periodo-de-2018-a-2022
ISBN
978-65-272-0809-9
Palavras-Chave
Saúde da Mulher; Parto obstétrico; Violência obstétrica; Puerpério; Assistência ao parto
Resumo
Introdução: O trabalho de parturição sofreu mudanças significativas desde o século XX. Anteriormente, o parto era conduzido por uma parteira, mulher de confiança da parturiente e de seus familiares, seus conhecidos eram empíricos, adquiridos de geração para geração ou a partir de suas experiências (Vendrúscolo & Kruel, 2015). Com o avanço do tempo, o parto que outrora era vista como um processo fisiológico, sem necessidade de intervenções, passou a ser visto como patológico. A inserção de tecnologias contribuiu de forma negativa para a medicalização do parto, sendo utilizadas como prática rotineira dos serviços, tornando a assistência à mulher mecanizadas e fragmentadas dando início à violência obstétrica (Azeredo & Schraiber, 2021). A violência obstétrica abrange diversas formas de agressão à mulher durante o ciclo gravídico-puerperal e com mulheres em situação de abortamento. São ações que violam os direitos da mulher, conduzindo o protagonismo da cena do parto aos profissionais dos serviços, regado de intervenções desnecessárias e sem evidências científicas que as sustentem. Dentre as diversas formas de violência obstétrica, destacam-se a violência sexual, física, verbal e por negligência (Tesser et al., 2015). Para mitigar esses maus-tratos, a presença de um acompanhante durante o parto foi instituída como direito da gestante, visando proporcionar suporte emocional e segurança, é uma estratégia importante para minimizar tais práticas (Tesser et al., 2015). Apesar dos esforços para combater a violência obstétrica, ela ainda persiste nos serviços de saúde, podendo resultar em consequências graves para a mãe e o neonato, incluindo óbito materno e neonatal (Tesser et al., 2015). Portanto, é essencial refletir sobre a condução da assistência obstétrica pelos profissionais de saúde, garantindo o respeito aos direitos humanos e o empoderamento da mulher durante o parto (Azeredo & Schraiber, 2021). Diante do exposto, o estudo teve por objetivo identificar nas evidências cientificas os tipos prevalentes de violência obstétrica. Método: Trata-se de uma abordagem de revisão integrativa da literatura para analisar pesquisas relevantes sobre violência obstétrica. As etapas incluem: identificação do tema e questão de pesquisa, busca na literatura com critérios de inclusão e exclusão definidos, categorização das informações dos estudos selecionados, avaliação dos estudos e interpretação dos resultados. A pergunta de pesquisa, formulada usando a estratégia PICo (P - população; I - área de interesse; Co - contexto), foca nos tipos prevalentes de violência obstétrica entre puérperas de 2018 a 2022. A busca por artigos originais e completos foi realizada nas bases de dados LILACS e MEDLINE, utilizando descritores específicos relacionados à saúde da mulher, parto obstétrico e violência obstétrica. Os critérios de inclusão abrangiam estudos publicados entre 2018 e 2022 nos idiomas português, espanhol e inglês, excluindo resumos de eventos e teses. Resultados e discussão: Após a análise dos dados, dez artigos científicos foram considerados elegíveis para o estudo, todos alinhados com o objetivo de pesquisa delineado. A leitura completa desses artigos possibilitou a identificação de diferentes categorias de violência obstétrica. As categorias identificadas incluem violência obstétrica física, caracterizada por intervenções físicas sem consentimento adequado; violência obstétrica verbal, que envolve comunicação inadequada ou abusiva durante o processo de parto; violência obstétrica sexual, referindo-se a situações de abuso sexual durante o parto; e violência obstétrica por descumprimento à lei do acompanhante, relacionada à negação do direito da gestante à presença de um acompanhante durante o parto, conforme estipulado por lei. A violência obstétrica é uma prática assistencial velada e corriqueira nos serviços de saúde, pode ocorrer desde a gestação, se estendendo para o trabalho de parto, parto e puerpério. Algumas mulheres veem essa prática de forma naturalizada e acreditam que as ações intervencionistas sem base cientificas, são necessárias para assegurar a vida do seu tão esperado filho. A violência obstétrica é um tipo de violência contra a mulher e se estende ao período gravídico puerperal, e pode ser do tipo verbal, física, sexual, psicológica e por violação dos direitos da mulher (Tesser et al., 2015). No que tange a Violência Obstétrica Física: Os estudos revisados revelam a predominância da violência física durante o trabalho de parto e parto. A assistência obstétrica, muitas vezes, tornou-se mecanizada, privilegiando intervenções sem evidências científicas, como episiotomia, ocitocina sintética, tricotomia, amniotomia e manobra de Kristeller. Essas práticas podem causar danos físicos, como incontinência urinária, lesão perineal, dispareunia, fístulas retovaginais e disfunção sexual (Pontes et al., 2021). Já a Violência Obstétrica Verbal: é prevalente nos relatos, caracterizando-se por abuso de autoridade sobre a mulher, incluindo gritos, comentários depreciativos e insultos, desde a entrada na maternidade até o pós-parto. Muitas mulheres relatam sentir-se culpadas e punidas sexualmente devido a toques repetitivos durante o trabalho de parto. Essas experiências traumáticas podem levar a dificuldades na criação de vínculos maternos e transtorno de estresse pós-traumático (Maya et al., 2018; Teixeira et al., 2020). Na Violência Obstétrica Sexual: sexual é frequentemente velada e ocorre durante o trabalho de parto e parto, levando as mulheres a se sentirem invadidas e culpadas. A falta de informação durante o pré-natal pode levar as mulheres a acreditarem que os toques vaginais são necessários e ilimitados (Teixeira et al., 2020). A Violência Obstétrica por Descumprimento à Lei do Acompanhante: Apesar da legislação que garante o direito ao acompanhante durante o parto, muitos serviços de saúde negligenciam essa prerrogativa, criando barreiras materiais e estruturais. O acompanhante é essencial para proporcionar confiança, coragem e apoio emocional às mulheres, além de ser uma estratégia fundamental para prevenir práticas de violência obstétrica (Rodrigues et al., 2017). Conclusão: Considerando os quatro tipos de violência obstétrica identificado neste estudo, entende-se que essas práticas necessitam urgentemente de estratégias para que deixem de ser naturalizada pelos profissionais, acompanhante e principalmente pela mulher. Embora esteja passando por aquele processo, por estar extremamente vulnerável, a mulher permite que seus direitos sejam violados na perspectiva de salvaguardar a vida de seu filho e na maioria das vezes entendem que tais práticas são necessárias. Ressalta-se que a violência verbal sem sendo praticada como muita frequência, mas por se tratar de uma ação que não provoca danos físicos, nem sempre são relatadas pelas mulheres. A violência obstétrica se constitui como violação dos direitos à vida, à integridade física e psicológica, todos garantidos por lei, assim como o direito à autonomia sobre o próprio corpo. Logo, necessitam de medidas para desatualizá-las, minimizá-las e quiçá, erradicá-las. Na formação, é necessário dialogar sobre o tema, incentivando os futuros profissionais quanto às boas práticas de assistência ao parto e nascimento seguro, refletir sobre as ações que vem sendo praticadas e a sua atuação nos serviços. Nos serviços de saúde, é urgente a necessidade de educação permanente, na perspectiva de atualizar os profissionais dos serviços com as melhores evidência a cerca da assistência ao parto. E por fim, mas não menos importante, a sociedade civil precisa cobrar do poder público o cumprimento dos seus diretos e ter participação efetiva sobre as políticas vigentes, buscando contribuir para a qualidade da assistência à mulher, de seu filho e familiares, na perspectiva de vivenciar a experiência do parto de forma única e prazerosa.
Título do Evento
Seminário Internacional da RESM-LP
Cidade do Evento
Manaus
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Internacional da RESM-LP: Núcleo Amazonas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Gabriel Ramos Da et al.. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE OS TIPOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA PREVALENTES NO PERÍODO DE 2018 A 2022.. In: Anais do Seminário Internacional da RESM-LP: Núcleo Amazonas. Anais...Manaus(AM) UDDAE - ESA/UEA, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/seminario-internacional-resm-lp-442281/859381-EVIDENCIAS-CIENTIFICAS-SOBRE-OS-TIPOS-DE-VIOLENCIA-OBSTETRICA-PREVALENTES-NO-PERIODO-DE-2018-A-2022. Acesso em: 07/07/2025

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