A ASSISTÊNCIA PRESTADA PELOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Publicado em 15/04/2025 - ISBN: 978-65-272-0809-9

Título do Trabalho
A ASSISTÊNCIA PRESTADA PELOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Autores
  • Maria Antonieta Tavares de Oliveira
  • Ellen Caroline Delmond De Alcantara
  • Luiz Parente Da Costa Junior
  • Samara ventura de Souza
  • Gabriane Vieira Dos Santos
  • ANN CAROLINE NASCIMENTO CRUZ
Modalidade
Trabalho Científico
Área temática
Eixo IV: Assédio moral, assédio sexual e violência de gênero
Data de Publicação
15/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/seminario-internacional-resm-lp-442281/850068-a-assistencia-prestada-pelos-profissionais-de-enfermagem-a--mulher-vitima-de-violencia-domestica
ISBN
978-65-272-0809-9
Palavras-Chave
Notificação de Abuso, Violência Doméstica, Violência Psicológica.
Resumo
Introdução: A violência foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma prática onde se impõem força e poder, contra qualquer pessoa ou consigo próprio, com intimidações, podendo até chegar a um ato que cause mais danos a integridade do indivíduo, causando sofrimento psicológico, danos físicos, colocando em risco a vida do mesmo. “A violência expressa relações de força que envolve indivíduos inseridos desigualmente em relações sociais fundamentais de classe, gênero, étnicas, gerenciais, destacando a violência de gênero que pode conter os demais estigmas.” A violência contra a mulher, em toda a suas formas, é um fenômeno que atinge mulheres de diferentes classes sociais, origens, religiões, estado civil, escolaridade ou etnia. Uma em cada três mulheres relatam agressões físicas pelo companheiro atual ou anterior e uma de cada cinco mulheres são vítimas de violência sexual ao longo da vida, configurando uma desigual relação de gênero. Por ter se tornado um problema de saúde pública que vem aumentando drasticamente, a Violência Doméstica Contra a Mulher (VDCM) passou a ter um olhar tanto da ordem pública como do corpo social cientifico. São situações que ocorrem, envolvem costumes, tradições e até mesmo crenças, que estão associados a esses eventos, que trazem a interpretação das ocorrências, inclusive para estudo na área da saúde. A violência está relacionada a uma série de fatores, como a diferença no nível social, sexo e pelas distinções em foram estabelecidas por muitos anos e se tornaram ramificadas. A VDCM foi classificada como um problema de saúde pública pela OMS, devido ao grande aumento de casos, porém poucos profissionais de saúde lidam com esse tipo de circunstancias, de forma que as agressões domesticas passam a terem menos importância. Por estar se apresentando como um problema de saúde pública, a VDCM precisa de um olhar voltado para esse contexto pela equipe de saúde, com competências de enfermagem diante do atendimento a essas mulheres vítimas de violência, com as melhores formas de posicionamentos e de maneira humanista, para consigam prestar a assistência adequada a vítima. Dos profissionais de saúde: manejo e prevenção dessas situações, a violência de gênero descende do patriarcado perante uma organização social que prioriza o masculino ao estabelecer papéis sociais no quais os homens possuem o poder perante sua mulher e filhos (as) e devem demonstrar/ confirmar seu domínio através da violência, estabelecendo-se como principal ator da violência pública ao ser o homem “naturalmente inclinado a atos violentos”, A partir do ano de 2006, foi vigorada a Lei 11.340, chamada de Lei Maria da Penha, com a intenção de reprimir a violência doméstica (VD) e familiar contra as mulheres, em seu Artigo 5º do Capítulo 1, a violência doméstica e intrafamiliar constitui “qualquer ação ou omissão contra a mulher e baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico ou dano moral ou patrimonial”, podendo ser na unidade doméstica, âmbito familiar independente de qualquer relação íntima de afeto ou orientação sexual. Com a lei em vigor, mesmo assim existem mulheres que omitem o ato de violência sofrido, continuam convivendo com o agressor, buscando por socorro quando a situação chega a casos em que a vítima sofre uma violência de intensa gravidade. O profissional de saúde deve estar atento para os possíveis sinais que possam indicar VDCM, após a agressão sofrida, a vítima ira ter seu primeiro contato com o profissional para prestar as devidas assistências. Com a Lei Maria da Penha, desenvolveram programas e políticas direcionada a proteção da mulher, promovendo melhorias para os profissionais que exercem seu trabalho em delegacias que são especializadas as mulheres, com competência e qualidade. Ainda assim mesmo com o apoio da lei, infelizmente existe desafios sofridos pelas vítimas em relação ao enfrentamento da violência sofrida, sendo assim, essenciais medidas eficazes de proteção a essas mulheres vítimas de violência. Os programas e políticas que são direcionados a atenção a violência contra a mulher projetam medidas que proporcionem um bom acolhimento, uma assistência de qualidade e o direcionamento dessas vítimas aos outros procedimentos cabíveis. Objetivo: Descrever a assistência prestadas dos profissionais de enfermagem perante a mulher vítima de violência doméstica. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura onde a seleção dos artigos foram realizadas nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Resultados: Um dos componentes da assistência de enfermagem é o acolhimento, para um atendimento eficaz, o profissional capacitado deverá aprender a ouvir, pois algumas mulheres precisam e desejam falar sobre a violência de forma privada, sigilosa e não julgadora do acontecido por parte do profissional. Entende-se então que o enfermeiro deve conversar com a vítima de forma confidencial, ética, a fim de despertar sentimento de confiança e segurança necessário para a realização dos procedimentos indispensáveis. O cuidar pede do enfermeiro outros instrumentos, como: observação, o cuidado emocional, o toque terapêutico, o caráter humanitário, a solidariedade, a sensibilidade técnica, estes são essenciais para se construir o caminho para estabelecer uma relação de cuidado, permitindo que a vítima se sinta cuidada e consiga expor e entender os motivos que a levaram a esta condição. O atendimento pode ser dividido em duas fases, onde a 1ª (imediata e emergencial) contemplará: tratamento e diagnóstico; amparo multiprofissional; coleta de vestígios; profilaxia antirretroviral e de profilaxia da gravidez; exame de HIV (acompanhamento e terapia); e esclarecimento quanto ao direito de registro de ocorrência e encaminhamento para os órgãos do sistema judiciário competente (delegacias da mulher e Instituto Médico Legal – IML). A 2ª fase (integral): assegurar o direito a interrupção legal da gestação nos casos de estupro. O acolhimento é a primeira medida que o serviço de pronto atendimento à vítima deve oferecer. Tem como princípio primordial ser isento de prejulgamentos e valores morais, e deve ser oferecido em local próprio e privativo. Devem ser abordadas questões diretas sobre atividades sexuais, uso de substâncias lícitas e ilícitas e prostituição, realizando-se a avaliação da indicação da profilaxia de emergência (PE), conforme protocolo terapêutico. Discussões: Em 2015 o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça articularam-se na busca para orientar as práticas de atendimento e uniformizar a assistência dando subsídio a atuação dos profissionais, e orientações precisas às vítimas, divulgando a Norma Técnica de Atenção Humanizada às Pessoas em Situação de Violência com Registro de Informações e Coleta de Vestígios. Esse instrumento tem repercussão em âmbito nacional, e sugere fortalecer uma rede integrada de atendimento às pessoas, em especial mulheres, em situação de violência, por meio da articulação de vários serviços. A violência surge com uma demanda clara somente nos casos nas quais há a violência sexual cometida por desconhecidos, pois as violências praticadas pelos seus companheiros no contexto doméstico sendo ela física, sexual, ou psicológica ainda não é estabelecida uma demanda rápida para os serviços. O Protocolo Terapêutico pós- exposição de risco (PEP) à infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Hepatites Virais divulgado pelo Ministério da Saúde em 2018, traz medidas de acolhimento e as medidas profiláticas para diminuir o risco de contrair IST nas pessoas expostas às situações risco, dentre essas situações a agressão sexual. O mesmo documento respalda condutas terapêuticas para indicação ou não da PEP, que deve ser administrada em até 72 (setenta e duas) horas após à exposição, e o procedimento de adesão e acompanhamento. Conforme o Protocolo de condutas terapêuticas, se o status sorológico da pessoa fonte é sabidamente negativo, a PEP não está indicada, a menos que a pessoa-fonte tenha tido exposição à fatores de risco nos últimos 30 dias. A capacidade de escuta, sem pré-julgamentos e imposição de valores, a aptidão para lidar com conflitos, a valorização das queixas e a identificação das necessidades são pontos básicos do acolhimento que poderão incentivar as vítimas a falarem de seus sentimentos e necessidades. Para a mulher sobrevivente de qualquer tipo de violência, deve ser assegurado acompanhamento psicológico, a fim de superar os traumas vivenciados, sendo assim a violência sexual é uma das formas de violência mais traumatizantes. O fato de a vítima estar sensível e frágil devido aos fatos vivenciados, faz com que o profissional precise ter empatia, e ser sensível às falas referenciadas. Tal profissional deve transmitir confiança à mulher de forma que ela se sinta segura a relatar a violência. Conclusão: Sendo assim, como os enfermeiros de emergências exercem a linha de frente ao cuidado às vítimas de violência, é imprescindível que esses profissionais sejam qualificados a prestar o atendimento adequado a essas vítimas, conhecendo os direitos que lhe são assegurados, evitando a revitimização, e promovendo a adequada preservação das provas depositadas nas vítimas, até que a mesma seja atendida por profissional especialista forense para recolha e preservação de provas e vestígios. Este atendimento imediato deve ser realizado com uma abordagem multidisciplinar, devendo os diferentes profissionais resguardar sua segurança e da mulher que procura o serviço. Esses necessitam saber identificar a violência contra a mulher, visto que em episódios de violência doméstica há a dificuldade da pessoa vitimada em revelar o que aconteceu.
Título do Evento
Seminário Internacional da RESM-LP
Cidade do Evento
Manaus
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Internacional da RESM-LP: Núcleo Amazonas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OLIVEIRA, Maria Antonieta Tavares de et al.. A ASSISTÊNCIA PRESTADA PELOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.. In: Anais do Seminário Internacional da RESM-LP: Núcleo Amazonas. Anais...Manaus(AM) UDDAE - ESA/UEA, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/seminario-internacional-resm-lp-442281/850068-A-ASSISTENCIA-PRESTADA-PELOS-PROFISSIONAIS-DE-ENFERMAGEM-A--MULHER-VITIMA-DE-VIOLENCIA-DOMESTICA. Acesso em: 07/07/2025

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