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Observamos na contemporaneidade a dominância da urgência e certo pensamento pragmático e instrumental. A sociedade do consumo tem levado pessoas e organizações a sobrevalorar aquilo que atende as demandas econômicas e funcionais, em detrimento de dimensões mais sensíveis, afetivas, relacionais e mesmo metafísicas da experiência humana. A intelegibilidade dos objetos tem sido subjugada à produtividade dos dados e resultados. Esse imperativo produtivista, muitas vezes tem implicado em um modelo de desenvolvimento predatório e insustentável. De mesmo modo, tem conduzido o fazer científico a um imediatismo de resultados nem sempre profícuo de conhecimentos fundamentais para a solução de problemas urgentes. No entanto, há mais de um século Louis Pasteur já dizia que “não há ciência aplicada, existem sim aplicações da ciência”, ou seja, há uma lógica de complementaridade entre elas.

Certamente, há uma certa ordem de problemas que estamos enfrentando que tem uma magnitude, complexidade e urgência desafiadores: as desigualdades, a pobreza e a fome; a degradação ambiental e refugiados climáticos, as diferentes formas de discriminação e violências contra grupos e populações, entre outros. Todas essas problemáticas têm forte impacto sobre o desenvolvimento humano, pois, não só afetam as condições básicas de sobrevivência dos povos, mas comprometem o processo de ampliação das escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e oportunidades para ser e viver como desejam. Embora essa ameaça já fosse anunciada há décadas, o cenário se coloca especialmente desafiador em nossos tempos, já que a crise ambiental que enfrentamos extremou-se tanto nas últimas décadas que pode atingir o “ponto de não retorno” e ameaçar mesmo o destino da humanidade.

O desenvolvimento sustentável surge como um horizonte de esperança, ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso. Nesse sentido, mais que um evento, a XXIX Semana Científica pretende ser uma experiência de interação, troca de ideias e vivências, promovendo a colaboração e o engajamento entre diferentes atores, seus saberes e fazeres, para a construção de um mundo melhor, onde cada um, nos diferentes contextos em que atua, tenha atitudes e faça escolhas humanamente responsáveis para ....

SER SUSTENTÁVEL.