ASPECTOS SOBRE A BIOLOGIA DO BOTO-DE-LAHILLE (TURSIOPS GEPHYREUS LAHILLE 1908) ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS PESCADORES ARTESANAIS NO ESTUÁRIO DO RIO ARARANGUÁ, SANTA CATARINA

Bruna Martins dos Passos; Lucas Medeiros Bertoncini; Camilah Antunes Zappes; Vanilde Citadini Zanette; RODRIGO MACHADO

Título do Trabalho

Autores

Bruna Martins dos Passos
Lucas Medeiros Bertoncini
Camilah Antunes Zappes
Vanilde Citadini Zanette
RODRIGO MACHADO

Modalidade

Pesquisa - Resumo em Andamento

Área temática

Humanidades, Ciências e Educação - Ciências Biológicas

Data de Publicação

23/09/2022

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/sct2021/414878-aspectos-sobre-a-biologia-do-boto-de-lahille-(tursiops-gephyreus-lahille-1908)-atraves-da-percepcao-dos-pescadore

ISSN

2237-8073

Palavras-Chave

Golfinho-nariz-de-garrafa, cetáceo, etnozoologia, pesca cooperativa, comunidade tradicional.

Resumo

O boto-de-Lahille, Tursiops gephyreus Lahille 1908, é uma espécie da família Delphinidae, cujo comprimento varia entre 240 e 380 cm, sem dimorfismo sexual marcante e coloração em tons de cinza. As fêmeas apresentam maturação sexual entre 5 e 12 anos, com gestação de aproximadamente 1 ano, e cuidado parental entre 2 e 3 anos, aproximadamente. Os filhotes nascem principalmente entre os meses de dezembro e fevereiro, com comprimento variando entre 85 e 140 cm. A espécie se distribui na zona costeira do sul do Brasil até a Patagônia. No Brasil, o boto-de-Lahille interage com pescadores artesanais através da pesca cooperativa na região estuarino-lagunar de Laguna, estado de Santa Catarina (SC), nos estuários dos rios Tramandaí estado do Rio Grande do Sul (RS), Mampituba (RS/SC) e historicamente há pelo menos uma década no rio Araranguá (SC). Esta interação é importante para as comunidades pesqueiras locais, pois apresenta fortes laços histórico e cultural, sendo relevante para a subsistência dos pescadores artesanais. Devido esta interação entre homem e golfinho, este estudo visou descrever o conhecimento de pescadores artesanais do estuário do rio Araranguá sobre aspectos da biologia de T. gephyreus. O estudo foi conduzido por meio de entrevistas semiestruturadas, sendo utilizado o método “bola de neve” para acessar maior número de pescadores possível. Foram entrevistados 37 pescadores com idade entre 49 e 83 anos em que atuam em média há 45,4 anos na localidade. Os entrevistados (97,29%) mencionaram que os botos entravam no rio Araranguá para se alimentar e interagir durante a pesca cooperativa, sendo a tainha (Mugil sp.) o principal peixe consumido pelos botos. A maioria dos pescadores (86,48%) descreveu o tamanho corporal dos botos entre 2 e 3 m de comprimento e padrão de coloração cinza (91,89%). Todos os entrevistados mencionaram avistagem de filhotes do boto no estuário, sendo que 91,89%, relataram filhote acompanhado de boto adulto. Dentre estes, 88,23% mencionam que os botos adultos eram as mães. De modo geral, os pescadores mencionaram que os filhotes eram avistados principalmente no verão (37,8%) e/ou inverno (35,1%), associados à pesca da tainha. Para 75,6% dos pescadores, o tamanho dos filhotes variou entre 80 e 100 cm de comprimento, aproximadamente. Embora a pesca cooperativa não ocorra há mais de uma década na região, os pescadores descrevem detalhes sobre alguns aspectos biológicos dos botos. Este conhecimento tradicional sobre comprimento e coloração corporal; comportamentos de alimentação e cuidado parental; e período de ocorrência de filhotes em regiões estuarinas descrito pelos pescadores é semelhante às informações disponíveis na literatura para T. gephyreus. Estes resultados demonstram a importância do uso do saber local como uma importante ferramenta de incremento de informações junto aos dados coletados por pesquisadores para a espécie.

Título do Evento: XII Semana de Ciência e Tecnologia
Título dos Anais do Evento: Anais da Semana de Ciência e Tecnologia (Universidade do Extremo Sul Catarinense)
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

PASSOS, Bruna Martins dos et al.. ASPECTOS SOBRE A BIOLOGIA DO BOTO-DE-LAHILLE (TURSIOPS GEPHYREUS LAHILLE 1908) ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS PESCADORES ARTESANAIS NO ESTUÁRIO DO RIO ARARANGUÁ, SANTA CATARINA.. In: Anais da Semana de Ciência e Tecnologia (Universidade do Extremo Sul Catarinense). Anais...Criciúma(SC) UNESC, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sct2021/414878-ASPECTOS-SOBRE-A-BIOLOGIA-DO-BOTO-DE-LAHILLE-(TURSIOPS-GEPHYREUS-LAHILLE-1908)-ATRAVES-DA-PERCEPCAO-DOS-PESCADORE. Acesso em: 04/10/2024