PREVALÊNCIA DE HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÌCIO EM CAVALOS DE CORRIDA DO JOCKEY CLUB BRASILEIRO NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2020

Publicado em 27/01/2021 - ISSN: 2237-4949

Título do Trabalho
PREVALÊNCIA DE HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÌCIO EM CAVALOS DE CORRIDA DO JOCKEY CLUB BRASILEIRO NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2020
Autores
  • Luana Barcala Aguiar
  • Gabriele Barros Mothé
  • Eliene Porto Sad Pina
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Clínica de Animais de Produção
Data de Publicação
27/01/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/samvet2020/320648-prevalencia-de-hemorragia-pulmonar-induzida-por-exercicio-em-cavalos-de-corrida-do-jockey-club-brasileiro-no-prim
ISSN
2237-4949
Palavras-Chave
Cavalo atleta, endoscopia, estudo retrospectivo.
Resumo
PREVALÊNCIA DE HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÌCIO EM CAVALOS DE CORRIDA DO JOCKEY CLUB BRASILEIRO NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2020 1AGUIAR, Luana Barcala; 2MOTHÉ, Gabriele Barros; 2SAD, Eliene Porto 1Discente de Medicina Veterinária na Universidade Santa Úrsula;2Docente de Medicina Veterinária na Universidade Santa Úrsula Introdução A Hemorragia Pulmonar Induzida por Exercício (HPIE) é uma condição que acomete principalmente cavalos que realizam exercícios de alta intensidade e se caracteriza pela presença de sangue livre nos alvéolos e nas vias aéreas. Diminuindo desta forma, a capacidade respiratória com a redução da performance do animal, perdas de dias de treino, necessidade de medicação pré-corrida e consequentemente prejuízos econômicos para a indústria equestre (MOREIRA, 2008). Além de ser considerada uma síndrome multifatorial e progressiva, a etiologia da HPIE ainda não foi totalmente esclarecida, porém, a teoria mais aceita para a ocorrência dessa condição seria o aumento da pressão arterial pulmonar, que associada a pressão pleural inspiratória negativa, leva então a ruptura dos capilares pulmonares e extravasamento de sangue (FINGER, 2016). O método diagnóstico mais utilizado é a endoscopia das vias aéreas, devido a sua praticidade, ser pouco invasivo e por permitir a visualização e mensuração da quantidade de sangue nas vias aéreas, mesmo que de forma subjetiva. Não há um tratamento eficiente para HPIE, mas alguns estudos indicam que a administração de furosemida antes do exercício é capaz de diminuir a intensidade e incidência do sangramento (BIAVA 2007), pela redução das pressões dos capilares pulmonares. Sua prevalência varia de acordo com o método usado para detecção (epistaxe, endoscopia ou lavagem broncoalveolar), a intensidade de o exercício realizado e a frequência e o momento do exame, podendo chegar a 90% dos animais (WATSON, 2019). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a prevalência de HPIE em cavalos da raça Puro Sangue Inglês (PSI) após as corridas no Jockey Club Brasileiro, através de exame endoscópico durante o primeiro semestre de 2020. Material e Métodos Para esse estudo foi realizado um levantamento retrospectivo dos registros de endoscopias das vias aéreas após as corridas realizadas no Jockey Club Brasileiro, durante os seis primeiros meses de 2020. Foram realizados 435 exames endoscópicos aproximadamente 30 minutos após o final de cada páreo, por cinco diferentes profissionais contratados do Jockey Club Brasileiro em cavalos da raça PSI de ambos os sexos e idade média de 5 anos e meio (animais de 2 a 9 anos), dados cedidos para o levantamento do estudo. Para uma avaliação semi-quantitativa da presença de sangue na traquéia utilizou-se o escore de graduação (G) Eppinger (1990), de acordo com a quantidade de sangue e sua localização nas vias aéreas, sendo o grau I (GI). presença de pequenas estrias ou coágulos situados no terço distal da traqueia; grau II (GII). filetes de sangue distribuídos de maneira não uniforme por toda extensão da traquéia; grau III (GIII). sangue distribuído uniformemente por toda extensão da traquéia; grau IV (GIV). sangue em quantidade abundante por toda a traqueia até a laringe e grau V (GV). exacerbação do grau anterior e epistaxe. Resultados e Discussão De acordo com os registros das avaliações endoscópicas, foi observado que em 208 (47,82%) dos exames houve a presença de sangue na traquéia, sendo 128 (61,54%) classificadas como GI, 34 (16,35%) classificadas como GII, 24 (11,54%) classificadas como GIII, 8 (3,85%) classificadas como GIV e 14 (6,73%) classificadas como GV. A média de idade de animais com GI é de 4,1 anos, GII 4,2 anos, GIII 3,8 anos, GIV 4,2 anos e GV 4,6 anos. Nesse estudo não foi analisada a porcentagem de machos e fêmeas acometidos por HPIE devido a resultados de trabalhos anteriores que indicam que não há uma predisposição de acordo com o sexo do animal (TAKAHASHI, 2001). Observou-se um percentual representativo de animais que apresentam HPIE neste estudo, coincidindo com relatos anteriores da própria instituição (GUIMARÃES 2008). Crispe e Lester (2019) descrevem que a prevalência de HPIE diagnosticada por meio de exame endoscópico gira em torno de 44% a 75%, assim como Watson (2019) indica uma prevalência de 60 %. Apesar de grande parte ter sido classificada como GI, em uma escala decrescente dos outros escores, fato já descrito por Costa e colaboradores (2004) é importante ressaltar ser uma síndrome cuja gravidade aumenta com a idade, devido ao aumento de alterações estruturais no parênquima pulmonar. O aumento da gravidade pode não ter sido tão evidenciado no estudo pelo fato de alguns animais terem sido medicado com Lasix cerca de quatro horas antes da corrida. Lasix é um diurético de alça a base de furosemida e que alguns estudos já apontaram ser capaz de diminuir a ocorrência de HPIE (KINDIG,2001). Uma resposta inflamatória ocorre em associação com a hemorragia e pode contribuir para a sequela crônica. Apesar de existirem opiniões conflitantes quanto ao seu efeito sobre o desempenho e seu progresso durante a carreira atlética do animal, apontado como fraco para alguns (CRISPE; LESTER, 2019). Conclusão A HPIE continua sendo uma doença com alta prevalência em cavalos de corrida em todo o mundo, assim como no maior hipódromo brasileiro e que apesar de ser reconhecida há séculos, sua causa e a prevenção permanecem não completamente elucidados, fazendo parte do dia a dia dos cavalos atletas que correm no Jockey Club Brasileiro. Referências Bibliográficas BIAVA, J. S. Avaliação clínica, endoscópica e citológica da hemorragia pulmonar induzida por exercício (EIPH) em cavalos da raça quarto de milha. 2007. 125 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2007. COSTA, M.F.M, et al. Study of exercise induced pulmonary haemorrhage (EIPH) in flat racing Thoroughbred horses. Revista Brasileira de Ciência Veterinária. Vol.11: pg 89–91, 2004. CRISPE, E.J; LESTER, G. D. Exercise-induced Pulmonary Hemorrhage Is It Important and Can It Be Prevented? Veterinary Clinics of North America: Equine Practice. Vol 35 (2): 339-350, 2019. EPPINGER, M. Hemorragia pulmonar de esforço e o desempenho de equinos PSI {Equus caballus} em corridas de galope no jockey club do Paraná. 167 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) – Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1990. FINGER, M.A.P. Painel de PCR, citologia e endoscopia para diagnóstico de enfermidades do trato respiratório de cavalos carroceiros e corrida da região de Curitiba – PR. 2016. 129 f. Tese (Doutorado em Ciência Veterinária) – Programa de Pós-graduação em Ciência Veterinária do Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016. GUIMARAES, B.F, et al. Prevalence of Exercise-Induced Pulmonary Hemorrhage in RaceHorses from Jockey Club Brasileiro in 2008 In: 11 International Congress of the World Equine Veterinary Association, 2009, Guraujá. Proceedings do 11th International Congress of World Equine Veterinary Association, 2009 - Guarujá, SP, Brasil. KINDIG, O.A. Efficacy of nasal strip and furosemide in mitigating EIPH in Thoroughbred horses. Journal of Applied Physiology, v. 91, p. 1396-1400, 2001. MOREIRA, C.D. Avaliação da utilização de furosemida em equinos puro sangue de corrida e sua correlação com a hemorragia pulmonar induzida por exercício. 2008. 81 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinário) – Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008 TAKAHASHI, T. Frequency of and risk factors for epistaxis associated with exercise-induced pulmonary hemorrhage in horses: 251,609 race starts (1992-1997). Journal of the American Veterinary Medical Association. Vol. 218, n. 9, p. 1462-1464, 2001. WATSON, R. Exercise Induced Pulmonary Haemorrhage: an update. Equine Health. Vol. 2019, No. 50.
Título do Evento
VI SAMVET 2020 - Semana Acadêmica da Pós-Graduação em Medicina Veterinária - SamVet / VI Mostra de Trabalhos da Medicina Veterinária
Título dos Anais do Evento
Anais SamVet 2020
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

AGUIAR, Luana Barcala; MOTHÉ, Gabriele Barros; PINA, Eliene Porto Sad. PREVALÊNCIA DE HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÌCIO EM CAVALOS DE CORRIDA DO JOCKEY CLUB BRASILEIRO NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2020.. In: Anais SamVet 2020. Anais...Seropédica(RJ) UFRRJ, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SamVet2020/320648-PREVALENCIA-DE-HEMORRAGIA-PULMONAR-INDUZIDA-POR-EXERCICIO-EM-CAVALOS-DE-CORRIDA-DO-JOCKEY-CLUB-BRASILEIRO-NO-PRIM. Acesso em: 13/02/2025

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