AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS HIGIÊNICO-SANITÁRIOS NA ORDENHA EM PROPRIEDADE RURAL NO MUNICÍPIO DE MENDES, RJ

Publicado em 27/01/2021 - ISSN: 2237-4949

Título do Trabalho
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS HIGIÊNICO-SANITÁRIOS NA ORDENHA EM PROPRIEDADE RURAL NO MUNICÍPIO DE MENDES, RJ
Autores
  • Laura Viana de Godoy Catão
  • Gabriela Barbosa Martins
  • Natália Élida Nascimento Ribeiro
  • Thiago Luiz Pereira Marques
  • Gabriela Amaral
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Produção animal
Data de Publicação
27/01/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/samvet2020/320443-avaliacao-dos-parametros-higienico-sanitarios-na-ordenha-em-propriedade-rural-no-municipio-de-mendes-rj
ISSN
2237-4949
Palavras-Chave
Boas práticas, checklist, leite, vacas leiteiras
Resumo
Introdução Adotar condutas higiênico-sanitárias é relevante tanto para o produtor rural, quanto para a indústria processadora do leite. Pois, quando não atendidas interferem diretamente na confiabilidade, prejudicando a qualidade dos produtos, a eficiência dos tratamentos térmicos, rendimento e ganho econômico, além de gerar riscos à saúde dos consumidores (ZAFALON et al., 2007). As Boas Práticas Agropecuárias (BPA) constituem-se na utilização e incorporação de técnicas apropriadas nas diferentes etapas de obtenção, produção, processamento, armazenamento, transporte e distribuição de matérias-primas, insumos e produtos agroalimentares, fornecendo garantia de qualidade e de segurança, assim como a agregação de valor ao sistema de produção de alimentos (BRASIL, 2015). Objetivo deste estudo, foi identificar as condições higiênico-sanitárias na ordenha, a partir da aplicação de um checklist e questionário, que foi direcionado ao responsável da propriedade, sendo autorizado a realização deste estudo. Materiais e métodos O estudo foi conduzido em uma propriedade leiteira no Município de Mendes/RJ, a qual comporta 30 vacas de um rebanho heterogêneo, produzindo aproximadamente 310 litros de leite por dia. A fim de identificar as condições higiênico-sanitárias, foi aplicado um checklist como ferramenta observacional, sendo dividido em quatro blocos diferentes: 1) Localização e Adequações, 2) Pré-ordenha, 3) Higienização e 4) Ordenha, totalizando 24 itens para avaliação. O diagnóstico e análise destes itens, foram divididos em três possibilidades: Conforme (C), para itens em conformidade; Não Conforme (NC), para itens em que não se apresentavam conformes; Não se Aplica (NA), para itens que não se aplicam à realidade do estabelecimento. O checklist utilizado foi previamente elaborado por Junqueira e Amaral (2019), baseado no Plano de Qualificação de Fornecedores de Leite (PQFL), conforme as exigências previstas nas Instruções Normativas N° 76 (BRASIL, 2018a) e 77 (BRASIL, 2018b). Juntamente foi aplicado um questionário contendo 20 questões do tipo abertas, visando atribuir nível de qualidade da produção. Como medida educativa, foi realizada uma palestra na propriedade, direcionada aos colaboradores, com intuito de levar conhecimento no que diz respeito às práticas higiênicas, agregando valor à produção. Resultados e Discussão A pesquisa observacional realizada com o auxílio do checklist, demostrou um percentual de conformidades de 12,5%, enquanto, o percentual de não conformidades foi de 87,5%. Diante dos resultados obtidos, constatou-se que a rotina de higiene mantida na propriedade, estava fora dos parâmetros exigidos na legislação. Relacionando os blocos, os de número 1,3 e 4 apresentaram o pior nível de conformidades, sendo descritas por: falta de teteiras reserva para animais com mastite, tanque de acondicionamento na temperatura incorreta, sendo verificado na propriedade que o leite era acondicionado na temperatura de 4,5ºC/5,9ºC, sendo descrito na legislação no máximo a 4ºC. Má procedência da água, iluminação inadequada no momento da ordenha, não utilização de EPI (equipamento individual de segurança) por parte dos colaboradores, falta de manutenção dos equipamentos utilizados para prática de ordenha, não havia registros dos procedimentos de limpeza e higienização das instalações como descritos na legislação e diluição incorreta dos produtos utilizados para limpeza dos utensílios. Guerreiro et al. (KRUTZMANN et al, 2008), constataram ausência de uniformes nos responsáveis pela ordenha, entretanto, Ramos et al. (2013) notaram que apenas 40% dos ordenhadores lavavam as mãos e antebraços antes da ordenha e 13% usavam soluções antissépticas após avaliarem este procedimento de higiene em 30 propriedades rurais do município de São Mateus-ES. Segundo Carvalho et al. (2014), 100% dos produtores não realizavam a higienização pessoal adequadamente na região de Rio Bonito, RJ. Os resultados deste estudo são semelhantes aos de Silva et al. (2009), onde esses autores observaram em propriedades rurais do município de São Mateus-ES, baixo grau de atendimento aos requisitos de boas práticas de produção. Neste contexto, Carvalho et al. (2014) constatou que apenas 20% utilizam água corrente clorada na origem; nas demais propriedades (80%) utilizavam água de poço não tratada. Nesse sentido, Nero, Viçosa e Pereira (2009) apontam inúmeros pequenos produtores realizavam pouco investimento na atividade, possuindo baixo conhecimento técnico, com falta de controle sanitário dos animais e pouca higiene durante a ordenha, conservação e transporte, podendo resultar em baixa qualidade da matéria-prima. O bloco de número 2, descrito por Pré-ordenha, apresentou baixo nível de conformidade, 12,5%, apresentando os seguintes aspectos: sala de espera relativamente limpa, condução dos animais até a sala de ordenha de forma calma e tranquila, e alinhamento dos animais de acordo com o diagnóstico de mastite. Conclusão A partir do estudo, podemos concluir que a lista de verificação se mostrou uma ferramenta satisfatória para identificação das condutas higiênico-sanitárias na propriedade rural avaliada. Variadas irregularidades foram encontradas com percentual baixo de 12,5% de conformidades, sendo necessárias medidas urgentes de adequação. Para isso, o trabalho de conscientização no quesito higiene, tanto pessoal, quanto de utensílios e instalações, se revela essencial para a melhoria do leite obtido e saúde dos animais. Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 77, de 26 de novembro de 2018. Edição: 230; Seção: 1, p. 10. BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 9.013, aprovado em 29 de dezembro 2011. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Boas Práticas Agropecuárias. 2015. CARVALHO, E.C.C; MORAES, P.H.P; GAJO, F; FERRAREZ, S; OTENIO, M.H. Avaliação da prática higiênico-sanitária na ordenha na região de Rio Bonito, Rio de Janeiro: uma abordagem qualitativa. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 69, n. 2, p 102-109, 2014. FERREIRA, M.J. A; MARQUES, T.L.P; AMARAL, G.V. Diagnóstico das condições higiênico-sanitárias na obtenção do leite em Fazendas da Região Sul-mineira. 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Título do Evento
VI SAMVET 2020 - Semana Acadêmica da Pós-Graduação em Medicina Veterinária - SamVet / VI Mostra de Trabalhos da Medicina Veterinária
Título dos Anais do Evento
Anais SamVet 2020
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CATÃO, Laura Viana de Godoy et al.. AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS HIGIÊNICO-SANITÁRIOS NA ORDENHA EM PROPRIEDADE RURAL NO MUNICÍPIO DE MENDES, RJ.. In: Anais SamVet 2020. Anais...Seropédica(RJ) UFRRJ, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SamVet2020/320443-AVALIACAO-DOS-PARAMETROS-HIGIENICO-SANITARIOS-NA-ORDENHA-EM-PROPRIEDADE-RURAL-NO-MUNICIPIO-DE-MENDES-RJ. Acesso em: 13/02/2025

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