MORTE, SOFRIMENTO PSÍQUICO E A PRÁTICA MÉDICA

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
MORTE, SOFRIMENTO PSÍQUICO E A PRÁTICA MÉDICA
Autores
  • Thais Pinto Diniz
  • Juliane Schuenck Do Couto
  • Maria Luísa Santos de Castro
  • Peri Bucken Gobbi
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Campus Macaé/Medicina
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/320203-morte-sofrimento-psiquico-e-a-pratica-medica
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
Morte, angústia, medicina, sofrimento psíquico
Resumo
A morte está constantemente presente na existência. Ainda assim nunca teremos a experiência de nossa morte, já que ela é por definição a cessação de toda e qualquer experiência. O máximo que podemos é antevê-la a partir da morte do outro, nunca como a nossa própria morte, uma vez que quando se concretiza, o Dasein - o modo de ser do homem - terá deixado de ser. Nossa atitude perante a ideia da morte influencia a forma como a vida é experimentada. Vida e morte não são experiências consecutivas, mas simultâneas e interdependentes. Segundo o psiquiatra americano Irvin D. Yalom, a angústia da morte é um dado da existência, já que o homem não somente morre, como também o fazem os animais, mas tem disso consciência, podendo, assim, antecipar essa possibilidade. Essa antecipação, essa consciência e os mecanismos que nos utilizamos para nos furtar dessa verdade, tentando evitá-la e controlá-la, são fortes geradores de sofrimento psíquico, constituindo-se em uma restrição existencial. Desses esforços mal-adaptativos de combatê-la surgem as psicopatologias. Em nosso trabalho buscamos ampliar a compreensão do sofrimento psíquico vivido no contemporâneo a partir da angústia da morte, aqui entendida como o medo de deixar de ser, esteja ele consciente ou não. Para tanto, utilizamos como elemento de análise a psicologia existencial apresentada por Yalom em "Existential Psychotherapy", assim como nos inspiramos nas reflexões trazidas por Martin Heidegger em "Ser e Tempo". Entendemos que a angústia da morte relaciona-se a diversos sinais, sintomas e traços de caráter psicopatológicos, de forma que negligenciá-la é também perpetuá-los. Ao contrário, acreditamos que "embora fisicamente a morte destrua os homens, sua ideia os salva" (Yalom, p.30 - tradução dos pesquisadores). Para Heidegger o confronto com a nossa condição originária e irremediável de sermos-para-a-morte, abre caminho para uma existência que se construa ao modo da autenticidade. No que tange à área médica, a presença da morte se faz visível sem qualquer disfarce. Diante disso, o médico está em uma posição privilegiada para auxiliar o paciente a confrontar-se de modo decidido com a sua condição irremediavelmente finita, podendo ajudá-lo a apropriar-se de sua vida e suas escolhas, assumindo a condição de liberdade e autoria pela sua existência. Ainda assim, nos descuidamos desse papel, acreditando que essa é a tarefa da religião, da filosofia e quando muito da psicologia. Essa temática acaba por ser suprimida em quase todos os aspectos no campo da saúde, da pesquisa e da prática clínica, até mesmo na saúde mental. Entendemos que a despeito de todas as necessidades e demandas próprias ao saber médico, que envolve o domínio de variados conhecimentos técnicos, a posição singular em que nos encontramos, faz com que não possamos nos furtar de tematizar a questão da morte, sempre presente como possibilidade entre aqueles que nos procuram. Referências Bibliográficas: HEIDEGGER, M. Ser e tempo (1927), Partes I e II, tradução de Marcia Sá Cavalcante Schuback, Petrópolis: Vozes, 2002. YALOM, I. Existential psychotherapy.New York: Basic Books, 1980.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

DINIZ, Thais Pinto et al.. MORTE, SOFRIMENTO PSÍQUICO E A PRÁTICA MÉDICA.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/320203-MORTE-SOFRIMENTO-PSIQUICO-E-A-PRATICA-MEDICA. Acesso em: 10/02/2025

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