NÃO FOI SÓ O WHATSAPP: A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE JAIR BOLSONARO COMO POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
NÃO FOI SÓ O WHATSAPP: A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE JAIR BOLSONARO COMO POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO
Autores
  • Ana Flávia Ferreira Pilar Costa
  • Beatriz Sousa dos Santos
  • SUZY DOS SANTOS
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH)/Comunicação
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/319233-nao-foi-so-o-whatsapp--a-construcao-identitaria-de-jair-bolsonaro-como-politica-de-comunicacao
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
políticas de comunicação, televisão, identidade, coronelismo eletrônico
Resumo
O artigo tem por finalidade questionar a ideia de que a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, ocorreu principalmente em função da distribuição massiva de mensagens pelo Whatsapp. O aplicativo inegavelmente foi utilizado para fins eleitorais. Com efeito, considera-se que a seu papel nesse processo eleitoral foi de reiterar temáticas recorrentes na narrativa televisiva, funcionando como uma espécie de gatilho do senso comum da sociedade. O conteúdo da programação da radiodifusão brasileira, a sua natureza ideológica e suas construções simbólicas e discursivas, são essenciais para a compreensão da sua economia política. O discurso político unificado denota um lugar da comunicação de massa, em especial da TV aberta na vida política nacional. Buscamos demonstrar como, desde 2012, a construção da personagem Jair Bolsonaro demonstra como uma figura política de baixa visibilidade, um deputado federal identificado como pertencente ao “baixo clero” com mandatos subsequentes desde 1991 (7 legislaturas) cuja base eleitoral era bastante restrita, formada essencialmente por militares da reserva e setores conservadores da zona norte da cidade do Rio de Janeiro, converteu-se em um sucesso eleitoral nacional em poucos anos. De 2013 a 2018, Bolsonaro assumiu a forma do mito, não apenas no sentido popular que apelidou ao candidato como uma figura heróica, mas também no sentido atribuído por Barthes (1975), como uma “fala ideologizada”, através da aparição sistemática em programas de televisão aberta. Entre 2012 e 2018 foram sendo reverberadas as características da sua marca: a) outsider na política, aquele que não é igual “a tudo isso que está aí”; b) polêmico nas opiniões, sem medo de ferir suscetibilidades, “sem mimimi”, “sem frescura”; c) engraçado, divertido; d) heroi nacional, patriotismo exacerbado; e) masculinidade estereotipada como o “macho” típico – homofobia, misoginia, “pai de família”, visual “sem frescura”. A chave semântica para a construção da legitimidade política foi a do homem comum, “gente como a gente”, mirando na acessibilidade e ressonância destes aspectos da identidade cultural de classe, um homem do povo em oposição às elites interseccionada às identidades racial e de gênero: homem, heterossexual, branco em luta contra os ataques à masculinidade e à branquitude. O levantamento feito a partir de uma combinação entre programas disponíveis no Youtube, que foram ao ar entre 2012 e 2018, e o acompanhamento dos principais programas semanais da “plataforma Jair Bolsonaro”, entre os meses de abril e agosto de 2018, na fase imediatamente anterior à campanha eleitoral oficializada, demonstram a construção da imagem mítica de um Bolsonaro como estratégia política de rearticulação do papel da radiodifusão nacional num cenário de intensas transformações na Economia Política da Comunicação. Referências bibliográficas AIRES, Janaine; SANTOS, Suzy. Sempre foi pela família: mídia e políticas no Brasil. RJ: MAUAD, 2017. BARTHES, Roland. Mitologias. São Paulo: Difel, 1975. ROUDAKOVA, Natalia. Media political clientelism: lessons from anthropology. Media, Culture and Society. Londres: Sage, 2008. v. 30. n. 1. p. 41-59.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COSTA, Ana Flávia Ferreira Pilar; SANTOS, Beatriz Sousa dos; SANTOS, SUZY DOS. NÃO FOI SÓ O WHATSAPP: A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE JAIR BOLSONARO COMO POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/319233-NAO-FOI-SO-O-WHATSAPP--A-CONSTRUCAO-IDENTITARIA-DE-JAIR-BOLSONARO-COMO-POLITICA-DE-COMUNICACAO. Acesso em: 13/02/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes