AMORES-CONTRARIADOS: A REATUALIZAÇÃO DO AMOR EM AMOR DE PERDIÇÃO, DE CAMILO CASTELO BRANCO

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
AMORES-CONTRARIADOS: A REATUALIZAÇÃO DO AMOR EM AMOR DE PERDIÇÃO, DE CAMILO CASTELO BRANCO
Autores
  • Ana Beatriz de Oliveira Peixoto
  • Mônica Figueiredo
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Centro de Letras e Artes (CLA)/Artes
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/315172-amores-contrariados--a-reatualizacao-do-amor-em-amor-de-perdicao-de-camilo-castelo-branco
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
Literatura portuguesa, amores-contrariados, Camilo
Resumo
Este trabalho tem por objetivo analisar o uso da linguagem irônica na novela Amor de perdição, de Camilo Castelo Branco, sem dúvida, a sua obras mais conhecida. Apesar de ser frequentemente considerado um escritor atado ao que se costumou chamar de estética romântica, gostaríamos de problematizar essa noção, já que o autor parece apenas se encaixar parcialmente nessa nomenclatura. Uma vez que faz uso da ironia que, embora também esteja presente na escrita de muitos dos autores consagradamente românticos, parece ganhar uma dicção especial e quase “realista” quando utilizada pela pena de Camilo Castelo Branco. Pretende-se observar como as relações amorosas que surgem na trama são representadas e afetadas pelo uso da ironia camiliana. Segundo Lélia Parreira, em seu ensaio “Ironia, Revolução e Literatura” (In: Cadernos de Linguística e Teoria da Literatura, 1989, Belo Horizonte, 1989, p. 92-113) existem dois tipos de ironia. A primeira delas é conseguida através da retórica, firmando-se como “mistificação que busca conferir ao sujeito uma sensação de poder a partir de jogos de enganos [...]” (1989, p. 93). É considerada um discurso de dominação e Parreira distingue como ironia de primeiro grau. Já a segunda diz respeito ao humor, que a autora nomeia “humoresque”. Esta forma de expressão irônica ajuda o indivíduo a lidar com a condição existencial e “desmistifica as manobras sedutoras da retórica” (1989, p. 93). A ironia de segundo grau, presente no discurso camiliano, graças ao seu cunho revolucionário, liberta o indivíduo da necessidade de um sentido estabelecido, ajudando-o a conviver com a incerteza, com sua condição de efemeridade e com a infinita insaciabilidade de seu desejo. Por isso teria como a principal função, divergindo da ironia de primeiro grau, desestabilizar o discurso, conferindo, assim, liberdade tanto para o texto, quanto para o leitor. Desta forma, Mônica Figueiredo, alega, em seu artigo Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam novelas camilianas se não fossem ridículas, que “Camilo era lúcido demais para ser romântico e visceral demais para ser realista.” (In: Metamorfoses, Rio de Janeiro, 2015, p. 13-20). Portanto, apesar de se incluir dentro movimento estético romântico português, Camilo subverte muitos de seus valores com a intenção de arquitetar uma narrativa que se quis questionadora das convenções burguesas de seu tempo, principalmente aquelas que atingiam a paisagem social, vivida no meio rural do Norte de Portugal. Desta forma, há uma ressignificação da relação amor-morte quando o recurso irônico é inserido. Procuramos investigar como acontece esse processo de ressignificação através da ironia. Nossa pesquisa insere-se nos estudos da literatura portuguesa, e visa contribuir de forma efetiva para as reflexões acerca da representação do amor na obra camiliana, dando especial atenção à ironia quase sempre presente no discurso de seu narrador. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FIGUEIREDO, Mônica. Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam novelas camilianas se não fossem ridículas. Metamorfoses, 2015, v. 13, n. 1, p. 13-20. DUARTE, Lélia Parreira. Ironia, Revolução e Literatura. Cadernos de Linguística e Teoria da Literatura, 1989, n. 22-24, p. 92-113.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PEIXOTO, Ana Beatriz de Oliveira; FIGUEIREDO , Mônica Figueiredo . AMORES-CONTRARIADOS: A REATUALIZAÇÃO DO AMOR EM AMOR DE PERDIÇÃO, DE CAMILO CASTELO BRANCO.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/315172-AMORES-CONTRARIADOS--A-REATUALIZACAO-DO-AMOR-EM-AMOR-DE-PERDICAO-DE-CAMILO-CASTELO-BRANCO. Acesso em: 20/06/2025

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