GEOPOLÍTICA E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NA PRODUÇÃO DO PAPEL-MOEDA: A 34ª ASSEMBLEIA GERAL DA INTERPOL (RIO DE JANEIRO, 1965)

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
GEOPOLÍTICA E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NA PRODUÇÃO DO PAPEL-MOEDA: A 34ª ASSEMBLEIA GERAL DA INTERPOL (RIO DE JANEIRO, 1965)
Autores
  • Thiago Silvestre Da Silva
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 1: Geografia Política e Geopolítica: dos Enfoques Clássicos às Renovações Contemporâneas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/670325-geopolitica-e-cooperacao-internacional-na-producao-do-papel-moeda--a-34%3f-assembleia-geral-da-interpol-(rio-de-jan
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Papel-moeda, Geopolítica, Brasil, Interpol, Cooperação, Rio de Janeiro, 1965
Resumo
O presente trabalho objetiva apresentar os discursos geopolíticos e a cooperação internacional como fatores importantes ao estudo do papel-moeda brasileiro, tomando como exemplo a 34ª Assembleia Geral da INTERPOL (The International Criminal Police Organization), realizada na cidade do Rio de Janeiro entre 16 e 23 de junho de 1965. Tal proposta de artigo está ligada ao projeto de tese intitulado Desenhando o dinheiro, imaginando a nação: as representações geográficas na iconografia do papel-moeda brasileiro (1866-2020). Assumindo que moedas e notas são “veículos de propaganda estatal” (HYMANS, 2010, p. 97), tal projeto de tese visa a investigar a relação entre a geografia política da produção do papel-moeda brasileiro e a construção das estampas de papel-moeda, buscando compreender o papel das representações geográficas – paisagens, mapas, figuras alegóricas que remetem ao território e aos tipos regionais brasileiros – na representação do Brasil pelo dinheiro. Nesse sentido, as relações de poder podem ser observadas desde o processo de criação das notas, com a deliberação dos ícones, até a escolha de técnicas e cores. As paisagens das cédulas brasileiras, por exemplo, demonstram políticas de identidade que privilegiam a representação de algumas regiões em detrimento de outras. A mudança na escolha das paisagens nas cédulas expressa os processos políticos vividos no contexto de produção e circulação. A divulgação de algumas paisagens em determinadas épocas, como o caso do Rio de Janeiro no fim do século XIX, podem permitir a discussão de quais geografias históricas predominavam à época da circulação. Neste caso do Rio no fim do Dezenove, poderíamos discutir questões como capitalidade, modernidade urbana e a projeção internacional da cidade naquele momento. O tema da iconografia das cédulas do Brasil, tendo como enfoque as representações geográficas, permite a discussão de conceitos da geografia política, da geografia histórica e da geografia cultural. Embora seja um objeto muito presente no cotidiano, o dinheiro recebe pouca atenção dos usuários em relação aos elementos simbólicos que comporta. De modo discreto, notas e moedas circulam na sociedade disseminando discursos que relacionam determinados conceitos, tais como os de nação, memória, identidade, território e Estado. As paisagens das cédulas são objeto de pesquisa proeminente para aprofundar o estudo das relações materiais e simbólicas existentes na formação das ideias de nação, nacionalidade, identidade nacional e território nacional. Tal estudo está engendrado nas discussões feitas na década de 1980 por geógrafos anglo-saxões, quando foram publicados trabalhos que apresentavam como diferentes suportes visuais poderiam servir de fontes de pesquisa para estudar questões de identidade, território, poder, identidade e pertencimento, por exemplo. Nesse sentido, foram estudadas as narrativas visuais que popularizaram visões geopolíticas através da televisão, da propaganda, dos mapas e das fotografias. Entretanto, embora um número maior de geógrafos anglo-saxões tenha se interessado pelos meios de comunicação mais populares na sociedade ou na geografia, um número bem menor elegeu a iconografia do dinheiro como objeto para o estudo dos nacionalismos e da difusão de ideias que associam território e poder, nação e identidade coletiva. Ao longo do século XX, diversas medidas foram tomadas a nível internacional visando a padronização do papel-moeda. As medidas de padronização do papel-moeda tiveram sempre como objetivo principal evitar a produção de falsificações de notas. Na liderança da luta contra as falsificações de notas, reveste-se de importância a atuação da Interpol, organização policial internacional fundada em 1923 com sede em Lyon (França). Realizando anualmente sua Assembleia Geral, a Interpol discute e delibera assuntos diversos sobre combate ao crime, sendo um deles a contrafação de notas. Foi numa dessas assembleias gerais da Interpol, realizada em 1965 no Rio de Janeiro, em que se decidiu pela correspondência entre a dimensão e o valor monetário das notas de dinheiro no mundo, devendo haver o crescimento gradual do tamanho das notas em relação ao valor representado. Por este motivo, o presente trabalho busca discutir, através da análise do relatório da 34ª Assembleia Geral da Interpol realizada no Rio de Janeiro em 1965, os discursos geopolíticos e a cooperação internacional envolvidos na produção e circulação do papel-moeda.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Thiago Silvestre Da. GEOPOLÍTICA E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NA PRODUÇÃO DO PAPEL-MOEDA: A 34ª ASSEMBLEIA GERAL DA INTERPOL (RIO DE JANEIRO, 1965).. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/670325-GEOPOLITICA-E-COOPERACAO-INTERNACIONAL-NA-PRODUCAO-DO-PAPEL-MOEDA--A-34%3f-ASSEMBLEIA-GERAL-DA-INTERPOL-(RIO-DE-JAN. Acesso em: 19/06/2025

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