A PSEUDO-PARTICIPAÇÃO POPULAR NA REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE TRÊS PONTAS (MG) DE NOVEMBRO DE 2020 ATÉ JULHO DE 2023

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
A PSEUDO-PARTICIPAÇÃO POPULAR NA REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE TRÊS PONTAS (MG) DE NOVEMBRO DE 2020 ATÉ JULHO DE 2023
Autores
  • Gustavo Sousa Marinho
  • Tiago Henrique Da Silva
  • Leandro Henrique Cunha Fermino
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 4: Cidadania, Políticas Públicas territoriais e suas escalas de Gestão
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/670288-a-pseudo-participacao-popular-na-revisao-do-plano-diretor-de-tres-pontas-(mg)-de-novembro-de-2020-ate-julho-de-20
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Luta popular, Espaço urbano, Poder público, Geopolítica, Sul de Minas.
Resumo
Este estudo tem como objetivo saber como está sendo a participação popular na revisão do Plano Diretor de Três Pontas (MG), cidade de 55.529 mil habitantes em 2022, no Sul de Minas Gerais. Metodologicamente, foram realizadas pesquisas documentais sobre a legislação urbanística municipal e nacional, análise de arquivos virtuais da prefeitura e pesquisa bibliográfica de urbanismo e geografia urbana crítica, além das que foram elaboradas pelas instituições públicas. O Plano Diretor é a principal legislação municipal que busca ordenar o crescimento e desenvolvimento das cidades com mais de vinte mil habitantes, visando garantir a função social da propriedade e da cidade, o bem coletivo e a qualidade de vida da população, em consonância com a Constituição de 1988, o Estatuto das Cidades e as resoluções número 25, 34 e 83 do Concidades. No entanto, mesmo após vinte anos da aprovação do Estatuto da Cidade, o Brasil ainda enfrenta graves problemas urbanos, incluindo déficit habitacional, irregularidades fundiárias, sucateamento de serviços coletivos e violência, aumento da vulnerabilidade social, insegurança, saturação do sistema viário, transporte coletivo e agressões ao meio ambiente (BRASIL, 2019). Logo, entende-se que o planejamento urbano não foi seguido da forma desejada. Isso decorre por diversos dilemas e ilusões que separam o discurso da prática, tais como a falta de verba, profissionais negligentes, desinteresse político-partidário, baixa participação popular nas decisões, entre outros (VILLAÇA, 2005). No caso desta, tem muitas razões, como a restricipação se restrições de tempo, sentimento desilusão com o processo político devido a promessas não cumpridas, falta de confiança nas instituições, a crença de que suas vozes não serão ouvidas ou que sua participação não fará diferença na formulação de políticas públicas e decisões, entre outros motivos (SOUZA, 2008). Salienta-se que isso poderia ser amenizado, caso houvesse a erradicação do analfabetismo urbanístico, através da conscientização e educação sobre questões urbanas pela ótica da luta de classes (MARICATO, 2015), bem como com o seguimento das recomendações do estatuto da cidade e das resoluções do Concidades, a realização de oficinas e audiências temáticas com a população, além da realização da conferência da cidade (PINHEIRO, 2014). Na revisão do Plano Diretor de Três Pontas, iniciada durante a pandemia em 2019 e ainda não terminada (Julho, 2023), o termo de referência estipulou no mínimo 2 reuniões com a população para a empresa contratada, não mencionando a realização da conferência. A comunicação foi principalmente pelo Facebook da prefeitura, não havendo a impressão dos materiais elaborados, excluindo aqueles sem acesso à internet. O "Espaço do Plano Diretor", no site da prefeitura, não tem lugar para enviar propostas. O núcleo gestor tem 2 representantes do poder executivo, 2 do legislativo e 2 da sociedade civil, contrariando o princípio da paridade dos poderes e da participação popular. As 4 reuniões virtuais, pelo canal da empresa contratada, foram realizadas em horários que a maioria da população trabalha, logo tiveram baixíssima participação – a primeira, que inaugurou o processo, teve 64 visualizações, mas foi realizada às 9h em horário em que a maioria da população estava trabalhando. Já a segunda, que apresentou os estudos técnicos também ocorreu às 9h, tendo 37 visualizações, a terceira às 20h, mas caiu no meio e teve que ser refeita no dia seguinte no mesmo horário, tendo 157 visualizações. A audiência presencial teve 34 pessoas, com maioria representando a construção civil, ocorreu às 15h, um outro horário que impossibilita a participação da maioria da população. Diante desse panorama, conclui-se que se torna evidente que o processo de revisão do Plano Diretor não se mostrou adequadamente inclusivo e acessível à população, especialmente àqueles que não têm acesso à internet ou que possuem limitações tecnológicas e educacionais. É essencial que as autoridades municipais busquem alternativas mais abrangentes e participativas para garantir uma revisão verdadeiramente democrática e representativa.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MARINHO, Gustavo Sousa; SILVA, Tiago Henrique Da; FERMINO, Leandro Henrique Cunha. A PSEUDO-PARTICIPAÇÃO POPULAR NA REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE TRÊS PONTAS (MG) DE NOVEMBRO DE 2020 ATÉ JULHO DE 2023.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/670288-A-PSEUDO-PARTICIPACAO-POPULAR-NA-REVISAO-DO-PLANO-DIRETOR-DE-TRES-PONTAS-(MG)-DE-NOVEMBRO-DE-2020-ATE-JULHO-DE-20. Acesso em: 12/05/2025

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