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Apresentação
O Brasil é o quinto maior país do planeta com uma extensão territorial superior a 8.5 milhões de Km2 distribuídos em seus seis biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal). O Brasil é detentor da maior biodiversidade de fauna e flora mundial bem como em termos de riqueza microbiana. Dentre os biomas brasileiros, Amazônia e Cerrado ocupam juntos aproximadamente 72% do território nacional. Estima-se que uma significativa fração da diversidade microbiana ainda não foi caracterizada.
Muitos destes microrganismos apresentam populações com grande diversidade proporcionada por diferentes mecanismos geradores de variabilidade genética, que podem culminar com a emergência de novas variantes, espécies e interações com diferentes espécies hospedeiras. Recentemente, o enfrentamento da pandemia de COVID-19 e o processo de imunização da população mundial impactaram toda sociedade. Infelizmente, também enfrentamos um amplo leque de doenças tropicais que já eram negligenciadas e passaram a ser ainda mais negligenciadas durante a pandemia.
Além disso, o desmatamento e a ampliação de áreas agricultáveis são atividades que vêm sendo realizadas ao longo dos anos sem planejamento, na maioria das vezes, acarretando problemas para o equilíbrio dos biomas supracitados e favorecendo a emergência de microrganismos patogênicos e vetores de doenças. Muitas práticas de agricultura adotadas ao longo dos anos, com a expansão do cultivo de ‘commodities’ e atividades envolvendo o uso energias não renováveis vêm despertando uma consciência no uso dos recursos naturais.
Neste contexto, considerando a economia global, o modelo de agricultura sustentável vem ganhando espaço nos últimos anos, com expansão de práticas inseridas nos modelos de produção agroflorestal, produção integrada agropecuária, novas estratégias de controle biológico e agricultura orgânica. Nestes modelos de agricultura sustentável o conhecimento microbiológico desempenha um importante papel. Uma das mais promissoras contribuições da microbiologia envolve a produção de energia renovável a partir de materiais biológicos (biocombustíveis), biodegradáveis e atóxicos que possam substituir o uso de combustíveis fósseis não renováveis (carvão, gás natural e petróleo) que geram grandes impactos ambientais e contribuem com a emissão de gás carbônico no meio ambiente.
A biomassa para produção destes biocombustíveis pode ter diferentes origens como plantas aquáticas, terrestres, óleos vegetais e resíduos advindos da agropecuária, florestas, centros urbanos e indústrias. A produção de bioetanol (em torno de 34 bilhões de litros em 2020) a partir de bagaço de cana de açúcar coloca o país como o maior produtor de bioenergia no mundo. Além disso, uma grande expansão vem sendo observada na produção de etanol a partir de milho. Pesquisas e outras atividades que possam propiciar uma agricultura sustentável e mitigar os efeitos do uso indiscriminado dos recursos e condições do planeta são desejadas nas diferentes esferas, acadêmicas e da sociedade.
Os microrganismos estão presentes, em grande abundância e diversidade, nos diferentes ambientes, promovendo, interferindo e atuando em vários processos biológicos. Além disto, as indústrias relacionadas com aplicações na Agricultura, Medicina Veterinária, Biotecnologia e Bioenergia utilizam, em algum momento, microrganismos em seus processos de produção. Este mesmo universo microbiano determina e regula todos os ciclos biogeoquímicos do planeta e, por consequência, influenciam as mudanças climáticas que estão acontecendo. Da mesma forma, é impossível se dissociar da influência da sua microbiota residente a saúde/doença dos organismos superiores, incluindo seres humanos.
Ressalta-se ainda que nos últimos anos, a biotecnologia tem se tornado cada vez mais onipresente. A implementação de técnicas moleculares, o desenvolvimento de plataformas de sequenciamento de alto desempenho, aliadas a avanços na área de bioinformática, tiveram um impacto significativo dentro de diferentes áreas da Biologia, Medicina, e principalmente Biologia Microbiana. Nos últimos anos, várias espécies novas de microrganismos vêm sendo descobertas e caracterizadas, sendo que muitos destes microrganismos apresentam grande potencial para uso em controle biológico de outros microrganismos.
Neste contexto o Programa de Pós-Graduação em Biologia Microbiana (PPG-BioMicro), foi criado em 2012 nas modalidades de Mestrado e Doutorado com três linhas de pesquisa: biologia dos patógenos; microbiologia aplicada e microbiologia ambiental. O PPG-BioMicro tem como objetivo preencher a lacuna na formação de recursos humanos e geração de conhecimento em biologia microbiana básica e aplicada, na região Centro Oeste. O principal objetivo do PPG-BioMicro é promover ações e projetos de pesquisa nos níveis de graduação e pós-graduação, na área de Microbiologia com foco no estudo de agentes etiológicos que impactam a saúde humana, animal e vegetal bem como no potencial de desenvolvimento de bioprocessos e entendimento do papel dos microrganismos em diferentes tipos de biomassa. Desta forma, além da geração de conhecimento básico e formação de recursos humanos para atuar em Biologia Microbiana, o programa tem como missão contribuir para contornar desafios da sociedade atual no controle das doenças infecciosas, bem como no desenvolvimento sustentável aliando utilização de recursos naturais, ferramentas de biotecnologia e preservação de biodiversidade e do meio ambiente.
Embasados neste contexto, o PPG-BioMicro realiza anualmente
encontros na forma de Simpósios para promover um ambiente de discussão e
apresentação de resultados obtidos anualmente pelos estudantes do programa e de
outros programas afins. Nosso III Simpósio de Biologia Microbiana
“Biodiversidade microbiana: Interações e aplicações” teve como objetivo
principal promover acompanhamento das pesquisas realizadas por nossos
estudantes, o incentivo à pesquisa e a troca de conhecimentos entre
pesquisadores, empresas, estudantes e sociedade. No nosso III Simpósio, a
dedicação de nossa equipe, professores e estudantes, bem como o apoio de
empresas parceiras e que estão presentes no dia a dia de nossas pesquisas foi
de grande importância para nós.
Os trabalhos apresentados no formato de pôsteres estão reunidos aqui e esperamos
que as informações neles contidas possam contribuir para avanços na ciência e promover
desenvolvimento de novas estratégias, elucidação de interações e aplicações no
campo de Biologia Microbiana.
Rita de Cássia Pereira Carvalho
Cecília Beatriz Fiuza Favali
Eliane Ferreira Noronha
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Responsável
pgbiomicro@unb.br
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