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A educação inclusiva tem sido amplamente debatida no cenário educacional brasileiro, entretanto a implementação de práticas efetivas ainda esbarra em desafios como a formação docente, a disponibilidade de recursos e a adequação curricular.

O II Seminário das Práticas Colaborativas na Formação de Profissionais da Educação Especial marcou o encerramento das atividades do Projeto de pesquisa Formação de profissionais da Educação Especial na perspectiva colaborativa do Edital Pró humanidades (CNPq, proc: 420.283/2022-6). O projeto envolveu pesquisadores de universidades nacionais e internacionais: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade de Évora e do Instituto Politécnico de Portalegre, ambos de Portugal.

A programação teve como foco central a formação de profissionais da Educação Especial, com ênfase em estratégias, recursos e problematizações para a inclusão de alunos com deficiência. A programação evidenciou um equilíbrio entre teoria e prática em diferentes contextos educacionais.

           O destaque da programação das mesas redondas foi a participação dos professores participantes do projeto de pesquisa que apresentaram resultados práticos das ações desenvolvidas durante a formação.

Momentos de destaque no evento foram as sessões de apresentação de pôsteres e as sessões de apresentações orais bem como a exposição de recurso produzidos pelos participantes da pesquisa, incentivando a troca de experiências e a socialização de pesquisas e materiais adaptados.

Foram apresentados 75 trabalhos no formato de poster e 27 apresentações orais. A seleção dos trabalhos considerou a relevância temática e a diversidade de abordagens. Os trabalhos foram avaliados tanto na versão escrita quanto no momento da apresentação, permitindo uma premiação como forma de valorização de produções acadêmicas e práticas inovadoras.

          Análise temática dos trabalhos apresentados no evento revelou eixos em consonância com o conteúdo das mesas redondas e refletiu uma diversidade de abordagens. Concentrou-se em temas como formação de professores, uso de tecnologias assistivas, comunicação alternativa e aumentativa (CAA) e políticas públicas. Diversos estudos destacaram a insuficiência da formação inicial e a necessidade de formação continuada, abordando ensino colaborativo (co ensino), desenho Universal para aprendizagem (DUA), metodologias ativas para alunos com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, surdez, apontando a educação bilíngue (Libras/Português) como prioritária. O atendimento educacional especializado (AEE), as salas de recursos multifuncionais (SRM) e Políticas Públicas foram englobados em trabalhos que discutiram a falta de articulação com o ensino regular, a carência de recursos materiais e dificuldades no atendimento a alunos com múltiplas deficiências

Desta forma, os Anais II Seminário das Práticas Colaborativas na Formação de Profissionais da Educação Especial apresentam trabalhos que evidenciam relatos de experiência de intervenções bem-sucedidas, apontam para a necessidade de maior articulação entre teoria e prática, investimento em formação continuada e desenvolvimento de recursos acessíveis. Embora haja progressos significativos, a efetiva inclusão escolar ainda enfrenta obstáculos estruturais e culturais.

      O II Seminário das Práticas Colaborativas na Formação de Profissionais da Educação Especial reuniu educadores, pesquisadores, gestores e estudantes comprometidos com a missão de transformar realidades por meio de práticas colaborativas. A formação de profissionais na Educação Especial não se faz sozinha – ela se constrói na troca de saberes, no compartilhamento de experiências e no fortalecimento de redes que unem teoria e prática.

           Neste seminário, valorizou-se cada voz, cada história e cada desafio superado porque acreditamos que a inclusão começa na escuta atenta, no trabalho em equipe e na coragem de repensar métodos para atender às necessidades diversificadas dos alunos. Este evento representou muito mais que um encontro acadêmico, constituiu-se um espaço de celebração do diálogo, da cooperação e da inovação em prol da educação, sendo marcado por diálogos inspiradores que ampliaram horizontes; reflexões críticas sobre os caminhos da Educação Especial; e por propostas inovadoras que fortalecem a atuação colaborativa entre profissionais de educação, da saúde e das famílias. Assim, foi um momento de renovação de compromissos e de celebração das conquistas já alcançadas – sempre com os olhos voltados para o futuro que queremos construir juntos.

Debora Deliberato

Maria de Jesus Gonçalves

Eduardo José Manzini