A ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA E A HUMANIZAÇÃO DO PARTO NO BRASIL: ENTRE A REDE CEGONHA E A RAMI

Publicado em 01/10/2025 - ISBN: 978-65-272-1716-9

Título do Trabalho
A ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA E A HUMANIZAÇÃO DO PARTO NO BRASIL: ENTRE A REDE CEGONHA E A RAMI
Autores
  • Renzo Ferreira De Souza
  • Gabriela Raiane Lopes De Jesus
  • Marco Antonio Dias Arruda
  • Danielle Lorraine de Mello
  • Beatriz Mendes Bouillet
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Contribuições da Enfermagem Obstétrica e Neonatal para a cobertura e acesso universal em saúde sexual e reprodutiva.
Data de Publicação
01/10/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ii-congresso-regional-enfermagem-obstetrica-neonatal/1087545-a-enfermagem-de-pratica--avancada-e-a--humanizacao-do-parto-no-brasil--entre-a-rede-cegonha-e-a-rami
ISBN
978-65-272-1716-9
Palavras-Chave
Enfermagem obstétrica; Cuidado materno-infantil; Parto humanizado.
Resumo
Introdução:A assistência materno-infantil no Brasil tem passado por mudanças significativas, impulsionadas por políticas públicas e pelo fortalecimento da enfermagem obstétrica. Nesse contexto, a Enfermagem de Prática Avançada (EPA) surge como uma estratégia essencial para ampliar o acesso e melhorar a qualidade do cuidado materno-infantil, garantindo práticas mais seguras e humanizadas. A implementação da EPA possibilita “a ampliação da cobertura assistencial e a qualificação do atendimento às gestantes e recém-nascidos” [1]. A justificativa para este estudo está na crescente necessidade de melhorias nos modelos assistenciais e na qualificação da assistência obstétrica, em um cenário de desafios estruturais, culturais e econômicos. A atuação da enfermagem obstétrica, somada à EPA, tem um impacto direto na promoção de um atendimento humanizado, no protagonismo das mulheres e na redução das taxas de mortalidade materna e neonatal. Portanto, este estudo visa destacar a importância da EPA para a promoção da humanização do parto e a melhoria dos indicadores de saúde materno-infantil no Brasil. Além disso, diferentes modelos assistenciais, como a Rede Cegonha e a Rede de Atenção Materna e Infantil (RAMI), refletem abordagens distintas sobre a assistência ao ciclo gravídico-puerperal. A Rede Cegonha foi estruturada para fortalecer o parto humanizado e descentralizar o atendimento obstétrico, promovendo a autonomia das mulheres. No entanto, a transição para a RAMI tem gerado desafios, pois indica um retorno à centralização hospitalar e à medicalização do parto. Conforme ), essa transição “representa uma mudança paradigmática na assistência ao parto, com impactos diretos na autonomia da mulher e na atuação da enfermagem obstétrica” [2]. A adoção de práticas baseadas em evidências e o fortalecimento da enfermagem obstétrica podem contribuir significativamente para a melhoria dos indicadores materno-infantis, reduzindo a mortalidade materna e neonatal no Brasil. Entretanto, para que esses avanços sejam consolidados, é necessário um maior investimento na capacitação profissional e na gestão dos serviços de saúde [3].Método:Trata-se de um estudo integrativo da literatura, com abordagem qualitativa, que buscou analisar a contribuição da Enfermagem de Prática Avançada (EPA) para a qualificação da assistência materno-infantil no Brasil, bem como as implicações da transição dos modelos assistenciais da Rede Cegonha para a Rede de Atenção Materna e Infantil (RAMI) na humanização do parto.A pesquisa foi realizada nas bases de dados SciELO, PubMed e LILACS, entre janeiro e fevereiro de 2025, utilizando como descritores controlados e combinados os termos: “enfermagem obstétrica”, “Enfermagem de Prática Avançada”, “atenção materno-infantil”, “parto humanizado” e “Rede Cegonha”.Foram incluídos artigos publicados entre 2019 e 2024, com disponibilidade em texto completo e nos idiomas português, inglês ou espanhol. Artigos duplicados, pagos, incompletos ou que não abordassem diretamente a realidade brasileira ou da América Latina foram excluídos.Na primeira etapa, 82 artigos foram identificados. Após leitura dos títulos e resumos e aplicação dos filtros, 18 estudos foram selecionados para leitura integral. Posteriormente, foram priorizados estudos que abordassem: o impacto da EPA na assistência obstétrica; as diferenças e desafios na transição da Rede Cegonha para a RAMI; práticas de humanização do parto em contextos latino-americanos. Como resultado, 6 artigos principais foram incluídos na análise final.A organização dos dados seguiu as etapas propostaslidas para revisão integrativa, que orientam a leitura crítica, categorização temática e síntese das evidências, garantindo a discussão aprofundada da Enfermagem de Prática Avançada, dos modelos assistenciais e das estratégias para a promoção do parto humanizado.Objetivo:Este estudo tem como objetivo analisar a contribuição da enfermagem obstétrica para o cuidado materno-infantil no Brasil, com ênfase na Enfermagem de Prática Avançada, nos modelos assistenciais vigentes e nos desafios para a humanização do parto.Resultados:Os estudos analisados demonstram que a Enfermagem de Prática Avançada (EPA) tem se mostrado eficaz na qualificação do cuidado materno-infantil no Brasil. A atuação da EPA tem sido associada ao aumento da cobertura assistencial, melhor acompanhamento pré-natal e, consequentemente, à redução das taxas de mortalidade materna e neonatal. Em diversos estudos, observa-se que a EPA contribui para a formação de profissionais mais capacitados, ampliando a oferta de serviços e melhorando a qualidade do atendimento.Além disso, a implementação da Rede Cegonha foi um avanço importante para a promoção do parto humanizado. A descentralização do atendimento obstétrico e a ênfase no protagonismo da mulher foram conquistas significativas dessa política pública. No entanto, a transição para a Rede de Atenção Materna e Infantil (RAMI) tem gerado novos desafios. A RAMI, com seu foco na centralização hospitalar, tem gerado um retrocesso em relação à autonomia da mulher e à atuação das enfermeiras obstétricas. Como apontado por “a transição representa uma mudança paradigmática na assistência ao parto, com impactos diretos na autonomia da mulher e na atuação da enfermagem obstétrica” [2].Outro ponto importante é a necessidade de investimento na formação contínua dos profissionais de enfermagem obstétrica. A capacitação deve ser uma prioridade para garantir a implementação de práticas baseadas em evidências, o que contribuirá para a manutenção da humanização do parto e a redução de intervenções desnecessárias. Com, a manutenção de práticas humanizadas depende diretamente do fortalecimento da enfermagem obstétrica e do reconhecimento de sua importância na assistência ao parto [2].ConclusãoA enfermagem obstétrica desempenha um papel essencial na assistência materno-infantil no Brasil, especialmente na promoção da humanização do parto e na melhoria dos indicadores de saúde. A Enfermagem de Prática Avançada (EPA) é uma estratégia que pode otimizar recursos, ampliar o acesso ao cuidado materno-infantil e garantir maior segurança para gestantes e recém-nascidos. Porém, as mudanças nos modelos assistenciais e a crescente medicalização do parto podem impactar negativamente a autonomia da mulher e o protagonismo das enfermeiras obstétricas. Isso exige políticas públicas que fortaleçam a atuação da enfermagem obstétrica, garantindo a manutenção das práticas humanizadas [2].Além disso, o fortalecimento da Enfermagem de Prática Avançada no Brasil pode contribuir para a descentralização do atendimento, reduzindo desigualdades regionais e melhorando a qualidade do cuidado prestado às gestantes. Para isso, é imprescindível investir na formação contínua dos profissionais, promovendo a implementação de boas práticas baseadas em evidências e garantindo a manutenção da autonomia das mulheres durante o processo de parto.Contribuições e/ou implicações para a enfermagem:obstétricaA ampliação da Enfermagem de Prática Avançada no Brasil pode fortalecer significativamente a assistência materno-infantil, permitindo que as enfermeiras obstétricas assumam um papel mais ativo na condução do parto e na gestão do cuidado. Além disso, é fundamental que as políticas públicas incentivem a formação e a capacitação contínua desses profissionais, garantindo a implementação de práticas baseadas em evidências e a promoção da humanização do parto. O fortalecimento da enfermagem obstétrica também pode contribuir para a descentralização do atendimento, reduzindo desigualdades regionais e melhorando a qualidade do cuidado prestado às gestantes.
Título do Evento
II Congresso Regional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento
Belém
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Regional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SOUZA, Renzo Ferreira De et al.. A ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA E A HUMANIZAÇÃO DO PARTO NO BRASIL: ENTRE A REDE CEGONHA E A RAMI.. In: Anais do Congresso Regional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Belém(PA) UFPA, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ii-congresso-regional-enfermagem-obstetrica-neonatal/1087545-A-ENFERMAGEM-DE-PRATICA--AVANCADA-E-A--HUMANIZACAO-DO-PARTO-NO-BRASIL--ENTRE-A-REDE-CEGONHA-E-A-RAMI. Acesso em: 10/11/2025

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